quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Sindicato dos Escritores reúne diretoria nesta quinta
Metalúrgicos de Guarulhos inauguram sítio
O presidente do Sindicato, José Pereira dos Santos, afirma: “A internet já faz parte das nossas vidas. E o movimento sindical sabe que é uma ferramenta importante para manter o trabalhador informado, unido e mobilizado na luta contra abusos e por direitos”.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
A firma. Ou o Estado de Banana
(imagem... não confunda, esse é o Garibaldo, não o Garibaldi)
Paulo Augusto (*)
O indiozinho Janduí faz que não entende, mas fica só na moita. Ele lê jornal, vê TV, navega na internet e gosta de acompanhar, principalmente, as vicissitudes do poder dos brancos, sem meter sua colher de pau. Mesmo não compreendendo nada, faz como o matuto: quer apenas entender. E acha que entendeu, agora, por que o ex-ministro Aluízio Alves, em vez de massacrar Wilma de Faria, que o atacou sem dó nem piedade quando adversária, presenteou-a, há pouco, por sair da aliança com os Alves com um terceiro mandato na Prefeitura, dando-lhe o status de "liderança política no estado". O velho Cigano não brinca em serviço, e o índio Janduí acha que sabe por quê.
Janduí lembra que, candidata ao governo do estado em 1994, pela coligação Frente Popular pela Cidadania, Wilma de Faria enfrentou Garibaldi Alves Filho, Lavoisier Maia e Fernando Mineiro. Nos embates contra os adversários, Wilma centrou seu fogo nos Alves, a quem devotava especial ódio, segundo deixava transparecer. Para a edição do domingo de 7/8/94 do jornal O Poti, Wilma concedeu uma entrevista essencialmente rancorosa e venenosa, onde desancava a família que hoje é "dona do Estado". O jornal estampava, na 3ª página, a manchete: "Wilma acusa Alves de dominar o RN". Ali, Wilma denunciava estar então em curso "um projeto de dominação do Rio Grande do Norte pela família Alves", chefiado pelo então ministro da Integração Regional Aluízio Alves, e castigava os "sete Alves" candidatos que, utilizando sete empresas de comunicação, pretendiam perpetuar a dominação da família sobre o estado, fato que se consumou.
Eram os sete sinistros personagens, segundo a atual prefeita: "Garibaldi Filho, sobrinho e candidato ao governo, através do qual Aluízio quer governar; Henrique Alves e Ana Catarina, filhos e candidatos por legendas diferentes à Câmara dos Deputados; Carlos Eduardo Alves, sobrinho e candidato a deputado estadual; José Dias, genro e candidato a deputado; Fernando Freire, sogro do sobrinho de Aluízio; e Ismael Wanderley, ex-genro de Aluízio Alves e suplente do candidato Francisco Urbano, que disputa uma vaga no Senado."
Mimo e poder em excesso
As sete empresas, hoje, o Estado sabe quais são. Wilma as nomeava uma a uma na matéria, e já então integravam o Sistema Cabugi de Comunicação: "Todos eles foram adquiridos ou montados pelos Alves depois que entraram na política. Em vez de empresários que montam negócios para dar empregos, os Alves se tornaram donos de um sistema de comunicação cujo único objetivo é contribuir para a dominação do estado". E declinava os veículos: TV Cabugi, Rádios Cabugi AM e FM, Rádio Difusora de Mossoró, Rádio Cabugi Seridó, de Jardim do Seridó, e FM Líder (atual 104) de Parnamirim.
"Nos veículos – explicitava a prefeita –, fazem um noticiário jornalístico tendencioso que beneficia apenas as candidaturas dos familiares e dos aliados políticos. E nós vamos denunciar isto com provas ao TRE." No entanto, pondera o índio Janduí, usou de sabedoria o velho Cigano com a víbora de 1994. Em 2/10/00, um dia após as eleições, relata o Jornal de Hoje: "O presidente do PMDB, Aluízio Alves, atribui a vitória da prefeita Wilma de Faria ao trabalho administrativo e à aliança feita com o governador Garibaldi Filho." E a mimoseia: "Wilma constitui-se numa nova liderança no quadro político do estado."
Janduí identifica, no gesto, a segunda das 48 Leis do Poder, de Robert Greene e Joost Elffers: "Não confie demais nos amigos, aprenda a usar os inimigos." Ou seja, segundo os autores: "Cautela com os amigos – eles o trairão mais rapidamente, pois são mais rapidamente levados à inveja. Eles também se tornam mimados e tirânicos. Mas contrate um ex-inimigo e ele lhe será mais fiel do que um amigo, porque tem mais a provar. De fato, você tem mais a temer por parte dos amigos do que dos inimigos. Se você não tem inimigos, descubra um jeito de tê-los." E Janduí ainda vê aí a mão de Diane de Poitiers (1499-1566), amante de Henrique II, da França, que dizia: "Para um bom inimigo, escolha um amigo. Ele sabe onde atacar." Além da lição de Tácito (c. 55-120 d. C): "Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer".
Há prova maior de enfado, fruto de mimo e poder em excesso, verdadeira soberba exposta no açougue da mídia do que a trazida a público sem pudor pelo deputado Carlos Eduardo Alves? Sobrinho do Cigano Aluízio, primo do governador Garibaldi Alves, filho do senador Agnelo Alves, prefeito eleito de Parnamirim, ex-marido da mais votada vereadora deste pleito, na mais cara campanha da história do estado, Fernanda Freire, filha do vice- governador Fernando Freire, o rapaz precisaria aprender que não é pela lâmina que se segura a espada, mas pelo punho, para poder se defender? Como o Cigano também sabe que se lucra mais com seus inimigos do que o tolo com seus amigos, como ensina Baltasar Gracián (1601-1658).
O causo: deputado estadual Carlos Eduardo Alves cedera sua vaga na Assembléia a um suplente, enquanto ocupou a Secretaria de Trabalho, Justiça e Cidadania. Os trabalhos ali empreendidos serviram de discurso de palanque na campanha da qual saiu vitorioso, e o alçou a vice-prefeito, na chapa de Wilma de Faria. Na semana passada, ameaçava renunciar ao mandato de vice-prefeito de Natal e permanecer no plenário da Assembléia Legislativa, provocando um terremoto no edifício de promessas a suplentes e aliados costurado por Garibaldi.
O índiozinho Janduí nem pestaneja. Sabe, com Maquiavel, que "o homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre inúmeros outros que não são bons". Sabe também que a seita do reverendo Moon acaba de comprar uma cidade inteira, onde moram 6 mil habitantes, numa das regiões mais pobres e inóspitas do Paraguai, pagando 17,5 milhões de dólares por cerca de 350 mil hectares de terra da cidade de Puerto Casado. Por que uma família, qual empresa bem azeitada e servida, não transformaria um estado, farto de riquezas naturais numa região bronca e anêmica no interior do Nordeste, numa firma particular?
(*) Jornalista, e-mail
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Kassab fatura com projeto alheio
São Paulo tem importância estratégica para os partidos. Além de ser o terceiro orçamento do país, atrás, apenas, do governo federal e do Estado de São Paulo, uma boa administração pode ser trampolim para pretensões maiores – leia-se governo do Estado e Presidência da República. O tucano José Serra, derrotado na disputa com Lula, lançou-se à prefeitura do município, elegeu-se governador, mas não tira o olho do Palácio do Planalto. Outro emplumado, Geraldo Alckmin, também derrotado por Lula nas últimas eleições, é nome certo para a disputa da Prefeitura paulistana.
Pesquisa divulgada pelo Ibope na semana passada indica que em um segundo turno em São Paulo, o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) venceria a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) por 47% a 38% da preferência do eleitorado. Ironicamente, o bom desempenho de Kassab deve-se à continuidade de projetos gestados na administração Marta: a lei da cidade limpa, o bilhete único e os CEUs. Kassab, espertamente, se aproveita para deixar a impressão de que são de sua autoria os projetos. Ironicamente, Marta Suplicy, em cuja gestão foram iniciados os projetos, tem a maior taxa de rejeição entre os três principais candidatos.
Segundo a pesquisa do Ibope, se a eleição fosse hoje, Geraldo Alckmin superaria em um segundo turno tanto Kassab quanto Marta.
Marta Suplicy herdou uma São Paulo falida, após a desastrosa passagem de Celso Pitta, recuperou a cidade, lançou as bases de projetos que hoje são o principal cartão de visita da Prefeitura, mas não superou no imaginário popular a pecha de arrogante, que a fez perder a disputa passada.
Já Kassab, político inexpressivo e que ganhou a Prefeitura de presente com a saída de Serra, se aproveita bem dos projetos alheios para alavancar seu nome e tornar-se forte candidato à reeleição.
PSDB e DEM (ex-PFL), aliados de longa data, devem sair separados na disputa pela maior cidade do país. O PT, por sua vez, deve buscar alianças em um espectro político muito maior do que a da chamada esquerda; das três candidaturas, a menos garantida, ainda, é a da petista, que precisa passar por prévias e disputas democráticas no interior do partido, “problema” que outras legendas não tem por serem nomes tirados de conchavos de lideranças.
A campanha no próximo ano promete ser interessante e uma prévia do que aguarda a sucessão presidencial.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Jeito tucano de administrar
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Tal pai
Flávio já fez companhia para seu papai por poucos 41 dias na prisão, em 2005, por obstrução da justiça nos processos que malufão responde. A separação de Flávio e Jacqueline ocorreu em junho e, simpáticamente, ela declarou que preferia abraçar o capeta a ter alguma coisa novamente com malufinho.
Eleições no PT: Jilmar é melhor nesse momento
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Rádio para ser lido
Baseado num trabalho muito sério de pesquisa, os programas são realizados buscando ressaltar a importância de determinados artistas, mesmo daqueles que não sejam de conhecimento do grande público, tomando por base o universo musical em que eles se inserem e procurando detectar sua contribuição para o todo.
O conteúdo dos programas virou livro homônimo, uma compilação dos programas de rádio em dezoito capítulos. O livro traz os movimentos musicais mais significativos do século XX, destacando a influência que tiveram na sociedade e na formação cultural do país. Iniciando com o Blues, passando pelo Jazz, Samba, Bossa Nova e chegando até o Grunge, traça um panorama musical interessante e informativo.
A autora Alexandra Paioli é tradutora; professora de inglês, produtora e apresentadora do programa Arquivo Pop.
Lançamento do Livro ARQUIVO POP, de Alexandra Paioli
Dia 1 de dezembro, a partir das 19h30
Livraria Para Ler - Rua 13 de maio, 336– Centro – Amparo, SP
Sobre a Rádio Municipal Cultura de Amparo FM 102,9
A Rádio Educativa Municipal Cultura de Amparo (130 km de São Paulo) foi criada em 27 de agosto de 1974, através da Lei Municipal 830, como Serviço Municipal de Radiodifusão, mas só entrou no ar em caráter definitivo quatro anos depois (19 de agosto de 1978), com o prefixo ZYD 836. A Rádio Municipal Cultura de Amparo foi primeira emissora municipal criada no estado de São Paulo e a segunda do Brasil (a primeira foi em Poços de Caldas, MG).
A proposta da rádio, sob direção da competente Cristina Segatto (o sobrenome não é mera coincidência) busca converter o ouvinte em receptor crítico perante a mensagem pasteurizada e estigmatizada da mídia e dos grandes conglomerados de comunicação. “É possível afirmar que a rádio educativa pode incentivar e até completar a formação básica do cidadão”, afirma Cristina.
Rádio Cultura Municipal de Amparo (FM 102,9)
Direção: Cristina Segatto
tel: (19) 3807-8800
Apresentação do Arquivo Pop: segundas às 18h, com reapresetação aos sábados às 20h
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Diretoria do Sindicato dos Escritores toma posse nesta quinta
O Sindicato dos Jornalistas fica na Rua Rego Freitas, 530, sobreloja, Vila Buarque, São Paulo.
Entidades ocupam ANP
Audiência debate lei dos bebedouros em casas noturnas de SP
A iniciativa faz parte da estratégia de redução de danos à saúde de jovens usuários de drogas com o objetivo de enfrentar o aumento do consumo de drogas sintéticas – como o ecstasy – que tem aumentado muito no Brasil.
O Projeto de Lei nº 216/2004 foi elaborado pelo mandato do deputado Simão Pedro em parceria com algumas entidades da sociedade civil que trabalham com o tema.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Prisão de Guantanamo
Editora Limiar lança "Cheiro de Leoa", de Pedro Biondi, neste sábado, 1
Com propriedade Marcelino Freire escreve na orelha do livro que "Biondi tem um jeito de traquejar com a língua. De ir direto na fonte. Eu gosto de autor como ele, onde a vida narrativa
vai sendo contada pelo que há de água. De som nas palavras. Este é o seu horizonte estonteante.
A saber: “Escavo e escuto o mar e me diluo em seu furioso e sereno cicatrizar. Uma mão puxa o menino, custo para descolar os olhos dos três tatuís que me fazem cócegas na palma [...] Queria tanto dizer pra ele aproveitar a vida e tomar cuidado com ela...”.
Vale a pena conferir.
Lançamento
Dia 1º, sábado, das 15h às 19h
Café Pittoresque - Rua Fradique Coutinho, 832, Pinheiros
Seminário sobre Previdência começa hoje em SP
O seminário é organizado pelo Cesit/Unicamp e pelo Dieese. Participam sindicalistas, acadêmicos e integrantes do governo. A tônica das exposições será a de que não é necessário cortar direitos ou aumentar as exigências para garantir a sustentabilidade das contas.
O resultado dos debates, baseados em pesquisas e estudos, será editado em livro e norteará as ações sindicais em defesa da Seguridade Social. O tema será também uma das bandeiras das mobilizações da CUT e das centrais sindicais no próximo dia 5 de dezembro, durante a 4a Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Metalúrgicos fazem encontro na Bahia dia 28
Segundo o Dieese, das 42,6 milhões de trabalhadoras brasileiras, 47,9% estão em ocupações precárias, a exemplo do serviço doméstico (16,7%), por conta própria (16,1%), atividades de subsistência (7%) e ocupações sem remuneração (8,1%). Desse total, a maioria (52,3%) não tem contrato formal de trabalho ou estão em ocupações precárias e sem proteção social. Outro dado importante é que 12,6% das trabalhadoras começam a trabalhar antes dos nove anos de idade e 35,9% entre 10 e 14 anos de idade.
Segundo o secretário geral adjunto da FITIM, Fernando Lopes, o trabalho precário precisa ser denunciado à sociedade e a Marcha também servirá de preparação para a mobilização que as centrais sindicais brasileiras preparam para o dia 5 de dezembro, em Brasília, por melhores condições de trabalho.
Mais informações com o secretário geral adjunto da FITIM, Fernando Lopes, telefone (71) 91979349 ou através do e-mail flopes@ifmmetal.org
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Carta dos movimentos sociais ao presidente Lula
Ao
Presidente da República Federativa do Brasil
Luis Inácio Lula da Silva
c/c Ministra Dilma Roussef
c/c Presidente Agência Nacional do Petróleo
Excelentíssimo Senhor,
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), seus sindicatos filiados, entidades afins, movimentos sociais, intelectuais, e cidadãos brasileiros preocupados com a política do petróleo, vêm trazer ao conhecimento de V. Exa., questões relevantes em relação à situação das áreas exploratórias em petróleo e gás no Brasil:
A - Nossa produção de petróleo hoje, por conta da atuação da Petrobras, é voltada prioritariamente para o consumo interno, garantindo o abastecimento do país inteiro, desde a criação de Petrobras até hoje;
B - Pela Lei 9478/97, em vigor a partir de 1997, o petróleo encontrado é propriedade da empresa que o produzir e esta empresa pode fazer com ele o que quiser, inclusive exportá-lo;
C - Antes da vigência da Lei 9478/97, durante 44 anos, 1953 a 1997, a Petrobras encontrou reservas de petróleo e gás, sendo proprietária de 100% delas. Com isso, a empresa produz o petróleo e o gás que abastecem o Brasil, garantindo nossa auto-suficiência em petróleo e equilibrando a necessidade de gás;
D - De 1998 a 2007, com os leilões das áreas promissoras em petróleo e gás, as multinacionais já controlam mais da metade das áreas promissoras em petróleo e gás ;
E - E se o Brasil quiser comprar, terá que pagar o preço do mercado internacional pelo petróleo e o gás que hoje a Petrobras coloca na boca das refinarias e no mercado consumidor interno a preços abaixo do mercado internacional;
F - As nossas reservas potenciais, se usadas de forma estratégica para consumo interno do país, nos garantem auto-suficiência pelos próximos 30 anos pelo menos. Mas se essas reservas tiverem a produção antecipada pelas multinacionais, nossa soberania será atingida decorrente e podemos voltar a depender de petróleo importado;
G - Além disso, o controle de mais da metade das áreas promissoras pelas multinacionais ocorreu em leilões em que o preço do petróleo variou entre 30 e 50 dólares o barril. Hoje, apenas alguns anos depois já está em 80 dólares o barril. Ou seja, licitar áreas promissoras em petróleo e gás é um péssimo investimento. Equivale a fazer caixa vendendo uma mercadoria que está disparando no mercado porque é não renovável;
H - Com a escassez, o petróleo e o gás tendem a ter seus preços sempre elevados. Devem aumentar também as animosidades entre países por conta desta necessidade, uma vez que não há como substituir, de forma ampla, os derivados de petróleo hoje. Para se substituir todo o consumo de petróleo e gás por biodiesel ou álcool, precisaríamos de dois e meio planetas terra. Assim, mesmo considerando nosso potencial em biodiesel ou álcool, é necessário poupar, racionalizar e tratar como estratégicas a exploração de nossas áreas promissoras em petróleo e gás, e deixar sob controle do Estado Brasileiro a definição do ritmo de produção de petróleo e gás, bem como a propriedade dessas áreas promissoras.
Ações pedidas:
1 - Suspensão imediata dos leilões de nossas áreas promissoras em petróleo e gás;
2 - Readequação da lei do petróleo em vigor, Lei 9478/97, para salvaguardar a nossa soberania e garantir que o petróleo e gás produzidos sejam prioritariamente para abastecer nosso mercado interno;
3 - Estabelecer um tratamento estratégico no ritmo de produção de petróleo e gás para garantir os interesses do nosso País, com um planejamento de longo prazo.
Com a convicção de que teremos alguns minutos de vossa atenção para as reflexões e pleitos que apresentamos, desde já, agradecemos.
CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT-RJ
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS – CNM-CUT
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO RAMO QUÍMICO – CNQ-CUT
SINDICATO DOS ENCENHEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO RIO DE JANEIRO
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE ANGRA DOS REIS
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE NITERÓI
SINDICATO DOS PETROLEIROS DO RIO DE JANEIRO - RJ
SINDICATO DOS PETROLEIROS DE DUQUE DE CAXIAS
FEDERAÇÃO ÚNICA DOS PETROLEIROS – FUP
SINDICATO DOS PETROLEIROS NORTE-FLUMINENSE – NF
SINDICATO NACIONAL DOS OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE
João Pedro Stedile, pela coordenação nacional da via campesina Brasil
Marina dos santos, pelo MST
Manoel da Costa, Presidente do PDT-MG e secretario estadual de Reforma agraria
Frei Betto,
Aldanny Rezende, presidente do PDT-BH
Frei Gilvander, Comissão Pastoral da Terra-CPT
Marcelo Resende, diretoria da ABRA-MG
Pedro Otoni, brigadas populares - MG
Reginaldo - CNTI-MG
Savio Bones- Instituto 25 de março
Sérgio Miranda, Presidente do PDT-BH
Miltom Viario, da federação dos metalurgicos do RS
João Capibaribe, ex-governador do Amapá, PSB-AP
Dep. Adão Pretto PT-RS
Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Livro analisa pesquisa dos idosos no Brasil
Jornalistas de Rádio e TV aprovam pauta 2007-2008
Postado por Sindicato dos Jornalistas
Dentre as principais reivindicações da pauta está o reajuste de 3,62% sobre os salários de dezembro de 2006, composto pelo INPC de 01/12/2005 a 30/11/2006 de 2,59%, mais 1% de aumento real. Já sobre os salários reajustados de 2007, será aplicado o INPC/IBGE de 01/12/2006 a 30/11/2007 (4,66%) mais 1% de aumento real, totalizando 5,71%. Desta forma a variação acumulada nos dois períodos citados acima totalizará 9,54%, valor que atualizará os salários do segmento, que estão há dois anos sem reajustes.
Outro ponto de destaque é o reajuste dos pisos pagos aos jornalistas que será de R$ 1.575,00 na Capital, e de R$ 1.335,00 no Interior e Litoral, para se igualar aos pisos pagos em jornais e revistas da Capital. Nessa sessão de assembléia, realizada na sede do SJSP no horário das 21h15m houve também proposta apresentada por um grupo de jornalistas da Rede Globo de Televisão, que previa abono ou ganho eventual de 100%; essa proposta teve 21 votos da categoria, e foi rejeitada porque não incorpora ao salário do jornalista.
Jornalista de rádio e TV, sua participação neste momento é imprescindível para fortalecer a campanha. A negociação com o sindicato patronal de rádio e TV, historicamente, é a mais arrastada e quase sempre traz resultados pouco significativos para os jornalistas. Não podemos esquecer que não houve acordo na campanha 2006-2007 e há o dissídio, que será julgado no dia 22/11, às 15h, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Daí a necessidade de sua presença e de sua mobilização, para virar este jogo.
Nesta quarta, 21/11, será realizada uma reunião com os jornalistas para organizar a mobilização, na sede do SJSP, às 21h.
Nesta quinta, ato no RJ contra leilão do petróleo
Movimento sindical deve ficar mais atento a questões de raça e gênero
Apesar dos avanços nos últimos anos em termos políticas afirmativas para a população negra e da criação de uma sercretaria com status de Ministério, a Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), muita coisa ainda há para se fazer.
Na Petrobrás desde 1974, militante de todas as lutas sindicais nos últimos 35 anos e dirigente do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo desde 1991, Macer Nery, atual tesoureiro do Unificado-SP, é franco ao afirmar que o movimento sindical ainda se preocupa menos do que devia com questões de gênero e raça.
Em todos esses anos de Petrobrás, você foi discriminado alguma vez por ser negro?
Macer Nery – Eu comecei a trabalhar na Replan em 1974, aos 31 anos, como instrumentista de sistema, cargo que nem existe mais, e sempre fui muito expansivo, jogava bola com os colegas, cantava no coral, nunca dei chance para me discriminarem, mas cheguei a saber de casos com outros companheiros negros. Havia brincadeiras, é claro, mas sempre soube me impor pelo respeito.
E fora da Petrobrás, já passou por essa experiência?
Com certeza. Lembro uma vez que estava com uns amigos na escola assistindo futebol, estudava em uma escola de classe média alta, e uma garotinha loira começou a passar um convite para uma festa que ia acontecer na casa dela. Passava pela arquibancada entregando um convite para cada pessoa, quando chegou na minha vez, ela simplesmente ignorou minha presença e entregou o convite para quem estava ao meu lado. Aquilo, apesar de hoje ter pouca importância, teve forte simbolismo para mim, era adolescente e ali me dei conta de que teria de enfrentar situações assim na vida pelo simples fato de ser negro.
Você considera que a situação melhorou para os negros, da época da sua adolescência para cá?
Acho que melhorou em alguns aspectos, a sociedade está mais atenta e intolerante contra atitudes racistas, mas no dia-a-dia ainda temos que avançar muito.
Em quê, por exemplo?
Nas relações de trabalho, por exemplo. Ainda hoje a população negra tem mais dificuldade de ascender profissionalmente, recebe salários menores, está em quantidade bem menor do que brancos em postos de comando nas empresas etc. Se for mulher e negra, pior ainda.
Qual a sua opinião sobre a política de cotas para negros?
Já participei de muitos fóruns em que esse tema foi discutido e ainda há divergências entre os próprios militantes do movimento negro. Eu, particularmente, acho que o Brasil não vai superar os problemas de discriminação apenas com leis, esse é um aspecto cultural estrutural da formação do nosso povo, mas nesse momento, as leis de cotas ajudam a quebrar algumas barreiras e permitir que negros e negras possam ter maior acesso ao ensino superior, por exemplo, que é uma forma efetiva de inclusão social. Acho que tem que haver alguma forma de reparação à população negra pelos séculos de sofrimento e escravidão a que foi submetida.
E como o movimento sindical se insere nesta luta?
Eu acredito que o movimento sindical ainda não encara essa luta com a devida importância. Existe na CUT Nacional uma secretaria específica para as questões das mulheres, mas não para a de raça, apesar de a Central e os sindicatos produzirem materiais, fazerem manifestações etc., mas ainda é pouco. Uma coisa comum de acontecer no movimento sindical, de maneira geral, é que quando aparece alguma demanda em relação à questão de raça, a diretoria encarrega um negro de assumir o problema, como se isso não fosse compromisso de todos os dirigentes, independentemente de cor, mas estamos avançando nestes últimos anos e nosso sindicato tem tido posturas coerentes de luta contra todas as formas de discriminação.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Novo presidente da Fundacentro toma posse nesta terça
A cerimônia contará com a presença do ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e se realizará no Auditório da Fundacentro, localizado à rua Capote Valente nº 710, Pinheiros, em São Paulo.
Outras informações podem ser obtidas com a competente assessora de imprensa, Alexandra Rinaldi pelos tels. (11) 3066-6116 / 3066-6323 / 3066-6127
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
MTE cria grupo de trabalho para discutir alternativas ao Imposto Sindical
O grupo é formado por representantes do MTE, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical e a Nova Central Sindical de Trabalhadores.
CPI do Corinthians vai para segunda divisão: veja quem retirou as assinaturas
Afonso Hamm (PP-RS), Airton Roveda (PR- PR), Alexandre Silveira (PPS-MG), Angelo Vanhoni (PT-PR), Anibal Gomes (PMDB-CE), Anselmo de Jesus (PT-RO), Antonio Bulhões (PMDB-SP), Antonio Roberto (PV-MG), Arnon Bezerra (PTB-CE), Asdrubal Bentes (PMDB-PA), Ayrton Xeres (DEM-RJ), B. Sá (PSB-PI), Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), Bruno Araújo (PSDB-PE), Camilo Cola (PMDB-ES), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Carlos Brandão (PSDB-MA), Chico da Princesa (PR-PR), Cida Diogo (PT-RJ), Ciro Pedrosa (PV-MG), Claudio Cajado (DEM-BA), Cleber Verde (PTB-MA), Colbert Martins (PMDB-BA), Cristiano Matheus (PMDB-AL), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Décio Lima (PT-SC), Domingos Dutra (PT-MA), Dr. Pinotti (DEM-SP), Dr. Talmir (PV-SP), Edinho Bez (PMDB-SC), Edmar Moreira (DEM-MG), Eduardo Barbosa (PSDB-MG), Eugênio Rabelo (PP-CE), Evandro Milhomen (PCdoB-AP), Fátima Pelaes (PT-RN), Fernando de Fabinho (DEM-BA), Fernando Ferro (PT-PE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Francisco Rodrigues (DEM-RR), Frank Aguiar (PTB-SP), Gastão Vieira (PMDB-MA), Geraldo Pudim (PMDB-RJ), Gonzaga Patriota (PSB-PE), Homero Pereira (PR-MT), Ilderlei Cordeiro (PPS-AC), Índio da Costa (DEM-RJ), Jaime Martins (PR-MG), Jairo Ataíde (DEM-MG), Jô Moraes (PCdoB-MG), João Magalhães (PMDB-MG), João Pizzolatti (PP-SC), José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG), Jorge Khoury (DEM-BA), José Carlos Aleluia (DEM-BA), Joseph Bandeira (PT-BA), Júlio Delgado (PSB-MG), Jusmari Oliveira (PR-BA), Laerte Bessa (PMDB-DF), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Léo Alcantara (PR-CE), Lincoln Portela (PR-MG), Luciana Costa (PR-SP)Luciano Castro (PR-RR), Luiz Couto (PT-PB), Marcio França (PSB-SP), Marcio Reinaldo Moreira (PP-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Marcos Montes (DEM-MG), Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG), Maurício Rands (PT-PE), Milton Monti (PR-SP), Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), Neilton Mulin (PR-RJ), Nelson Bornier (PMDB-RJ), Nelson Goetten (PR-SC), Nelson Marquezelli (PTB-SP), Nelson Meurer (PP-PR), Neucimar Fraga (PR-ES), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Pastor Manuel Ferreira (PTB-RJ), Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), Paulo Bornhausen (DEM-SC), Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), Paulo Pereira (PDT-SP), Pedro Fernandes (PTB-MA), Pepe Vargas (PT-RS), Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Pinto Itamaraty (PSDB-MA), Prof. Sétimo (PMDB-MA), Rafael Guerra (PSDB-MG), Ribamar Alves (PSB-MA), Roberto Rocha (PSDB-MA), Rodrigo de Castro (PSDB-MG), Sebastião Madeira (PSDB-MA), Sérgio Moraes (PTB-RS), Urzeni Rocha (PSDB-RR), Valadares Filho (PSB-SE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Vicentinho Alves (PR-TO), Virgílio Guimarães (PT-MG), Vitor Penido (DEM-MG), Waldir Maranhão (PP-MA), Wladimir Costa (PMDB-PA), Zé Geraldo (PT-PA), Zequinha Marinho (PMDB-PA).
Senadores
Cícero Lucena (PSDB-PB), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Ademir Santana (DEM-DF), Almeida Lima (PMDB-SE), João Tenório (PSDB-AL).
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
CUT-SP lança Agenda pelo Desenvolvimento com carreata na Capital
Sindicalistas das 17 subsedes da CUT-SP no Estado vão entregar a Agenda dos Trabalhadores a todos os deputados paulistas. Logo após, uma comissão de dirigentes da Central seguirá até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Lá, eles entregarão o documento ao governador José Serra.
“Após 13 anos de gestão tucana, a população assiste à perda de participação da riqueza de São Paulo no PIB nacional, à ineficiência na educação, saúde e ao aumento expressivo da criminalidade. Portanto, como representante de parcela significativa dos trabalhadores, a CUT-SP apresenta à sociedade e aos governantes do Estado propostas abertas ao debate para o desenvolvimento com distribuição de renda”, explica Edílson.
A Agenda, ressalta o dirigente, divide-se em quatro eixos temáticos: desigualdade e concentração de renda, desemprego e mercado de trabalho, capacidade do Estado em promover o desenvolvimento e, por fim, democracia e participação popular. “Esperamos que o Governo Estadual atenda as reivindicações da sociedade e aceite dialogar”, diz o presidente da CUT-SP.
Educação, saúde, transporte, agricultura, segurança pública, entre outros setores estratégicos do Estado, contam com propostas apresentadas pela CUT-SP. O documento trata também das questões relativas ao funcionalismo público paulista, como o respeito à data-base em 1º de março de cada ano e a implementação de uma mesa permanente de negociação entre entidades de representação dos servidores e Governo Estadual.
O documento tem como referência a Agenda Nacional dos Trabalhadores pelo Desenvolvimento. A Agenda paulista contém diretrizes, políticas e ações para promover mudanças substantivas na realidade atual, permitindo a integração positiva entre crescimento econômico, desenvolvimento e distribuição de renda no Estado. O texto foi redigido também a partir de resoluções de Congressos Nacionais e Estaduais da CUT, resoluções de Conferências Estaduais e colaborações de entidades filiadas.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Vigilantes debatem clandestinidade
“Na capital e região metropolitana são mais de 150 clandestinas. Elas são um perigo para a sociedade, que precisa estar atenta na hora da contratação de vigilância privada”, explica o presidente da entidade, João Soares. No Paraná, atualmente, para cada vigilante legalizado existem três irregulares, de acordo com estimativas do Sindicato.
Ninguém gosta da Petrobrás na AL
Evento em Brasília lança 4ª marcha das centrais sindicais
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
EUA: empresa usa lei sobre crime organizado contra sindicato
Em sua defesa, o sindicato denuncia as constantes violações de direitos trabalhistas cometidas pela Smithfield Foods. “As violações cometidas pela companhia estão muito bem documentadas em registros públicos, incluindo dispensa ilegais, intimidações, ataques, manifestações racistas e espionagem de trabalhadores. Em duas ocasiões os trabalhadores tentaram eleger representantes sindicais e foram reprimidos ilegalmente pela empresa”, afirma documento da UFCW.
A Smithfield também já foi acusada pela ONG Human Rights Watch por abusos sistemáticos dos direitos trabalhistas.
A “Rico” é uma lei federral aprovada em 1970 supostamente para combater o crime organizado instalado em organizações sindicais, mas que tem sido utilizada como arma por empresários para limitar a ação sindical nos EUA. A lei abrange 27 tipos de crimes federais e oito estaduais.
A UFCW lançou uma campanha mundial de solidariedade ao movimento sindical contra a aberração da lei. Mais dados podem ser obtidos no sítio www.ufcw.org.
Paquistão: quando a mídia convencional falha
A crise se arrasta há meses, o governo contabiliza mais de 500 prisões, enquanto a oposição fala em mais de 2000. O clima de insegurança teve seu ápice no ataque do governo a insurgentes que ocuparam a Mesquita Vermelha, em julho.
Recentemente, o governo censurou todas as redes privadas de TV e jornais, bloqueou acessos a internet, mas não conseguiu barrar todos os blogs, que continuam emitindo opiniões e ajudando a organizar a oposição a Musharraf.
Leia algumas mensagens postadas em blogs:
“Os Estados Unidos irão apoiar a tirania e ilegitimidade do ditador do Paquistão e esperar por outra revolução islâmica”? (http://www.chapatimystery.com/)
“Se as pessoas no Paquistão querem democracia, terão de protestar em grande número” (http://www.pakistanist.com/).
(chamada para manifestação em Karachi) http://www.kidvai.com/windmills/
Os blogs e sítios são em inglês, mas vale a pena dar uma olhada.
Breve histórico da crise
– A ex-premiê Benazir Bhutto, exilada, exige que o presidente deixe o posto de chefe do Exército. Setembro - Nawaz Sharif, primeiro-ministro que Musharraf depôs e forçou ao exílio há oito anos, é detido no aeroporto de Islamabad.
- Governo decreta estado de emergência, proíbe transmissões de TV e circulação de jornais. Blogs resistem.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Petroleiros marcam greve a partir de 26 de novembro
Reunidos nos dias 30 e 31, a FUP e os sindicatos cutistas discutiram a construção e qualificação de uma greve nacional com controle de produção ainda em novembro e a realização de um grande ato político no dia 13, no Rio de Janeiro, para cobrar da empresa o cumprimento da implementação dos acordos do Plano Petros – o fundo de pensão da categoria.
Nesta campanha os petroleiros cobram avanços em questões de saúde e segurança no trabalho, benefícios e condições de trabalho. Nas reivindicações econômicas a categoria reivindica a reposição da inflação do período, de 4,18%, e aumento real de 5%. A Petrobrás ofereceu apenas a reposição das perdas inflacionárias.
Conforme apurou este blog, os petroleiros estão realmente dispostos a levar em frente uma greve com controle da produção.
Congresso dos aposentados
Perseguição a professores
Outro assassinato na luta pela reforma agrária
Keno era um entre centenas de militantes da Via Campesina, que há mais de um ano tornaram público ao Brasil e ao mundo os crimes ambientais da Syngenta. A tragédia, que tirou a vida de um jovem militante e pai de família, de 34 anos, chocou defensores da Reforma Agrária em todo o mundo, entrou para a ultrajante estatística das execuções sumárias ocorridas em conflito por terra no Brasil.
De acordo com as apurações da Polícia Federal de Cascavel, a NF foi contratada pela Sociedade Rural do Oeste; os seguranças têm antecedentes criminais e a maioria das pessoas contratadas “nem mesmo tem capacitação e autorização para atuar como seguranças particulares, agindo assim na ilegalidade, e inclusive conforme constam de depoimentos e relatos de integrantes do movimento sem-terra, vários deles vêm incorrendo no crime de porte ilegal de arma de fogo”.
Esse não foi o primeiro caso de assassinato de Sem Terra ocorrido no Paraná, um dos estados com maior índice de violência contra trabalhadores rurais Sem Terra. Em 2006 foram registrados 76 casos de conflito por terra no Paraná. Entre 1994 e 2002 ocorreram 16 assassinatos de trabalhadores rurais Sem Terra; 31 trabalhadores foram vítimas de atentados; 47 foram ameaçados de morte; sete foram vítimas de tortura e 324 ficaram feridos. Não houve punição dos mandantes ou executores dos crimes.
O próprio Keno e outros dois integrantes do MST, Celso Ribeiro Barbosa e Célia Lourenço, já haviam sido ameaçados de morte, como consta em Boletim de Ocorrência registrado no dia 28 de março. Por várias vezes, seguranças da Syngenta entraram no Assentamento Olga Benário, que fica ao lado da fazenda de transgênicos da Syngenta, atirando para intimidar as famílias que ali moram.
Na região Noroeste, existe a União Democrática Ruralista (UDR), presente também em outras regiões do país; na região Centro-Oeste foi criado o Primeiro Comando Rural (PCR); na região Oeste é a Sociedade Rural do Oeste (SRO), liderada pelo latifundiário Alessandro Meneghel, o mesmo que, em abril, criou o Movimento dos Produtores Rurais (MPR). Os objetivos são: formar grupos paramilitares para assassinar camponeses e desmobilizar a luta dos movimentos sociais.
O governador do Paraná, Roberto Requião, comparou a ação das milícias contratadas pelos fazendeiros com o filme Tropa de Elite. “Fui informado pela Polícia Civil que um manifestante foi executado. Ele foi colocado de joelhos e executado com um tiro na nuca. Isso nos remete à violência de milícias como a apresentada no filme Tropa de Elite. Essas empresas de capital estrangeiro acham que podem vir para o Brasil e fazer o que quiserem, mas aqui no Paraná, não”, afirmou. O MST pede rigorosa investigação, punição dos culpados e da responsabilização da multinacional Syngenta.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Terceiro mandato para Lula
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Mandato de resultados: Paulinho dança entre ser oposição e situação
A Câmara deve votar nos próximos dias projeto de lei que reconhece legalmente as centrais sindicais e prevê o repasse para elas de parte do imposto sindical. De que forma essas medidas vão beneficiar os trabalhadores em geral?
O governo Lula repara o erro que existia na legislação de não permitir que as centrais sindicais pudessem existir. O modelo de central sindical brasileiro é de confederação em nível nacional, por setor de produção, federações, por ramos de produção, e sindicato, por município. Essa é a tal unicidade sindical que é defendida pela maior parte dos trabalhadores nos sindicatos. Só que ela tem uma distorção, na medida em que organiza apenas setores de produção. E as centrais sindicais organizam todos os trabalhadores.
O governo Lula repara um erro, então?
Repara, sim. Lá atrás, quando Getúlio Vargas fez a estrutura sindical, a legislação trabalhista e o Ministério do Trabalho, ele cometeu um erro grave, que talvez na época fosse justificável. Pegou 20% do imposto sindical para dar para o Ministério do Trabalho. O que é o imposto sindical? O imposto sindical foi feito para organizar os trabalhadores, assim como o sistema S foi criado para treinar e qualificar os trabalhadores. Mas ele se transformou na grande fonte de receita do patronato, da estrutura sindical patronal. Você pode ver hoje que todas as federações e confederações patronais têm prédios luxuosíssimos. A maioria feita com esse dinheiro. E o imposto sindical, que é muito menos que o sistema S, foi feito exclusivamente para organizar os trabalhadores. Só que, erradamente, deu 20% para o governo. Do nosso ponto de vista, o projeto repara em parte esse erro, 10% voltam para a organização dos trabalhadores em nível nacional, por centrais sindicais reconhecidas. Mas ainda ficam 10% para o governo. O certo era ficar tudo para os trabalhadores. Ainda continua tendo um erro.
Mas o que é que vai mudar no papel das centrais para o trabalhador?
Até hoje as centrais sindicais são um punhado de companheiros que se identificam ideologicamente, por amizade ou até para se proteger. Não são uma coisa organizada. Não têm dinheiro. As contribuições são muito pequenas. Na Força Sindical, por exemplo, a grande maioria dos sindicatos paga R$ 50 por mês, não dá nem para pagar passagem de ônibus. A nossa organização é mais ou menos isso. E, como não tem recurso, não tem como organizar esses trabalhadores. Agora, com dinheiro, vamos poder nos organizar oficialmente. Primeiro, que passamos a ser oficial. A estrutura máxima do sindicalismo brasileiro tem as centrais sindicais. Então passa a ser uma representação dentro de uma estrutura. Você pode agora legalmente juntar sindicatos de metalúrgicos com químicos, de papeleiros, de funcionários públicos. Você pode juntar todos os sindicatos numa mesma organização e isso aumenta a força de negociação. Os trabalhadores vão ganhar na medida que os sindicatos se juntam e aumentam a força de negociação, de pressão. Não só sobre o governo, mas também sobre o Congresso ou o empresariado. E, por último, as centrais passam também a ter legitimidade para entrar com ações no Supremo. Coisa que nós não tínhamos. Para entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a CPMF, nós tivemos que pegar uma confederação e dizer que ela é filiada à Força Sindical. Nós poderemos também representar juridicamente os trabalhadores com ação direta no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Mas não há muita divisão entre as centrais sindicais? Isso não enfraquece o movimento?
A relação dos dirigentes das centrais sindicais melhorou de um tempo para cá. Força e CUT brigavam muito antigamente. Mas agora a nossa relação é muito boa, preservando a independência. Mas naquilo que interessa aos trabalhadores a gente pode se juntar. Foi assim que conseguimos fazer uma política do salário mínimo, que, independentemente do governo que entrar, terá que cumprir essa lei que a gente aprovou, que é dar o aumento da inflação mais o PIB de dois anos anteriores. Alguém pode dizer que é pouco. Mas vou dar um exemplo clássico, as montadoras acabaram de dar 2,5% para os trabalhadores, índice menor, portanto, que a gente conseguiu para o salário mínimo. Nosso sindicato reprovou esse aumento, mas a CUT aceitou. Você vê que tem briga. A CUT acabou de aprovar um aumento que vai nos atrapalhar a vida, porque as montadoras nunca ganharam tanto dinheiro na vida. E os sindicatos ligados à Força nas montadoras reprovaram. Vai dar um problema para resolver essa questão.
Agora reconhecidas legalmente, as centrais sindicais já definiram qual será a sua pauta prioritária?
Nós fizemos um seminário no começo do ano e fechamos um documento comum das centrais. A primeira questão da pauta era legalizar as questões sindicais. A segunda, resolver a questão do comércio aos domingos. E nós conseguimos essas duas questões, que estão na Câmara agora. Tinha mais dois pontos: trabalho decente – que envolve regras para terceirização, cooperativa, redução de jornada de trabalho e informalidade – e a questão das contribuições sindicais. Nós queremos acabar com todas as contribuições sindicais e criar apenas a contribuição negocial. Essas eram as quatro questões principais para este ano. Nós já conseguimos emplacar duas. E decidimos também que não adiantava fazer projeto de lei. Ou a gente pegava projeto de lei que já estava bem avançado aqui, ou a gente tentava transformar em medida provisória. Outra coisa, a idéia é fatiar. Em vez de mandar um conjunto de propostas para Casa, mandar uma por uma. As reformas sindical e trabalhista não funcionaram, porque mandaram um pacote pra cá. A idéia é discutir proposta por proposta, uma a uma. Pegamos a questão das centrais e resolvemos com o governo. Pegamos a questão do comércio aos domingos e resolvemos com o empresariado e o governo.
Em que consiste o “trabalho decente”?
No caso do trabalho decente, nós estamos em um processo de negociação. Porque essa proposta vai envolver uma negociação com o governo e com o empresariado. Com o governo, nós temos uma reunião com o ministro (do Trabalho) Carlos Luppi já para tratar desse assunto. Nós queremos que o ministro coordene uma negociação com o empresariado. O que é o trabalho decente? O combate ao trabalho infantil, ao trabalho escravo. Mas como é que se faz isso? Em São Paulo, tem três grandes lojas que terceirizam sua produção. Mas essa produção tem, por baixo, trabalho escravo de boliviano. O ministério não tem que fiscalizar o boliviano que está lá sem registro, ele tem que fiscalizar a empresa. Se ela está fazendo isso, ela tem que pagar por isso. Temos que garantir as condições.
Nós estamos propondo tirar da folha de pagamento a contribuição patronal da Previdência, e passá-la para o faturamento. Com isso, achamos que aumenta a formalidade. Além disso, a terceirização no Brasil virou um caos. Aqui o terceirizado é quase um cidadão de segunda categoria, não tem direito a nada. Nós estamos propondo que o terceirizado tenha os mesmos direitos, a mesma convenção da categoria em que ele trabalha. Se ele está dentro de uma metalúrgica, tem que ter a convenção dos metalúrgicos.
Quanto às contribuições, estamos propondo acabar com o imposto sindical, com a contribuição assistencial, com a contribuição confederativa, que são as três que existem hoje. E criar apenas uma contribuição aprovada em assembléia, descontada de todos os trabalhadores. Essa é uma discussão séria, porque no modelo sindical do Brasil o sindicato representa uma categoria. Não é como nos Estados Unidos, onde ele representa só os associados. Não gostamos do modelo americano, porque lá 87% dos trabalhadores não são associados e não têm direito nenhum. Estão completamente abandonados. O sindicato dos americanos representa apenas 13% dos trabalhadores. E esses têm todos os direitos. Achamos que o sindicato tem que representar a categoria, e se representa e faz acordo para a categoria, tem que cobrar uma taxa dela, descontando em folha de todo mundo que for beneficiado com esse acordo. São essas as questões que a gente quer resolver ainda este ano.
O senhor sente clima favorável para a aprovação desse tipo de matéria no Congresso?
Eu acho que sim, nós estamos com um apoio favorável dentro do governo. O presidente Lula tem dado respaldo a essas questões, tanto é que editou as duas medidas provisórias que a gente negociou. Aqui na Casa, com o Arlindo Chinaglia, já tivemos duas ou três reuniões com essa mesma pauta. Ele está propondo fazer uma comissão geral para que a Câmara pare e discuta essa questão do trabalho decente. E vamos fazer uma marcha no final de novembro aqui em Brasília por essas questões. E essa marcha pretende vir pra dentro da Casa discutir.
O repasse do imposto sindical para as centrais não pode ser visto também como um “cala boca” do governo para o movimento sindicalista?
Pelo contrário, você tem isso hoje em todo lugar do mundo. As centrais são legalizadas e cobram de seus trabalhadores. Na Itália, os trabalhadores se filiam não aos sindicatos, mas às centrais. Quando ele entra na fábrica, escolhe em qual das três centrais ele quer se filiar. Na Alemanha, também é assim. E lá na Europa, qualquer central que trabalhe para o governo fazendo qualificação é paga oficialmente. É lei isso. E ninguém diz que eles são bandidos. Na medida que você organiza os trabalhadores, você tem mais força de negociação independente de quem é o governo.
É possível dizer que, com mais dinheiro em caixa, haverá uma tendência de as centrais endurecerem com o governo e o empresariado?
Eu acho que nós da Força Sindical vamos continuar no mesmo ritmo, independentemente de quem for o governo. Se o governo errar, a gente critica, se acertar, a gente aplaude. Nós sempre fizemos isso. Fazíamos isso no governo FHC e continuamos fazendo no governo Lula. Quem mais criticou o governo nesse período? No ano passado, nós fizemos uma guerra contra mudanças no FGTS. Não foi só a Força. Todo mundo fez, porque o governo queria fazer aquele fundo e não dava garantia. Na questão do salário mínimo, nós tínhamos acordo com uma parte do governo, mas a equipe econômica era contra. Foi uma derrota que a equipe econômica teve com o negócio do aumento.
Quanto às críticas à política econômica, você pode pegar em todos os jornais, toda vez que o Copom se reuniu tem crítica nossa e da CUT. E pesada. Quem mais critica somos nós. As declarações mais duras somos nós que fazemos. Então acho que nós vamos continuar fazendo isso. Quem faz oposição são os partidos, as centrais têm a obrigação de defender aquilo que está certo e criticar aquilo que está errado.
A discussão sobre a reforma sindical se arrasta há quatro anos. Ela tem alguma chance de prosperar?
Nós estamos indo por parte. A reforma sindical previa contribuições sindicais, negociação coletiva. Nós estamos querendo fazer isso por parte. Isso com certeza está na nossa pauta. São pontos que nós vamos fazer um por um, porque já descobrimos que não adianta fazer um punhado. Então vamos fazer essa reforma sindical por partes.
A reforma trabalhista seria da mesma forma, na seqüência?
A reforma trabalhista é uma questão muito complicada para nós. Ela com certeza terá muitas dificuldades de passar na Casa. Enquanto não tivermos um quadro claro da reforma sindical, não tem como discutir a reforma trabalhista. Reforma sindical você organiza como no futebol, arrumando primeiro as regras do jogo. Para ter reforma trabalhista, eu topo, desde que tenha representação no local do trabalho, contribuições resolvidas e contrato coletivo em nível nacional. Aí dá para fazer e até abrir mão da CLT. Na Europa você tem contrato coletivo, com direitos e deveres, em nível nacional. Em todas as fábricas da Itália você tem representação sindicato dentro delas. A maioria nem trabalha, fica lá só para organizar trabalhadores. Aí dá.
Só assim o senhor apoiaria a reforma trabalhista?
Você vai abrir mão dos direitos? Como abrir mão disso em um país pobre como o nosso, que tem até trabalho escravo ainda? Você não pode abrir mão de reforma trabalhista em um país pobre como o nosso.
Então a reforma trabalhista sequer será discutida por esta legislatura?
Esquece. Pode ter uma atualização da CLT, uma discussão de atualização. Até porque esta legislatura tem só mais um ano e meio. Depois não tem mais nada. Depois vem a eleição municipal e aí ninguém vota mais nada. Depois vem a presidencial e aí acabou de vez. Se não aprovar até o meio do ano que vem, não dá mais nada.
E a reforma da Previdência passa?
Do jeito que eles querem, não. A proposta que o Luiz Marinho está falando não tem a menor chance de passar.
Quais são as principais “maldades” embutidas na reforma?
Primeiro, que seria uma reforma para quem vai começar a trabalhar. E é até justo porque não mexe em ninguém que está nessa regra atual. Mas a proposta é muito dura, aumentar para 67 anos combinado com o tempo de contribuição de 40 anos? Isso significa que vamos morrer todos antes da aposentaria. Oficialmente, as pessoas vivem hoje até 72 anos. Você tem que trabalhar com isso ao longo dos anos, não dá para trabalhar com uma reforma assim. Os meus anúncios do partido em São Paulo estão falando disso, batendo duro nisso aí.
E a CUT tem se pronunciado nesse sentido?
Até agora não. Mas acho que eles não concordam, não. As centrais não vão concordar com isso e eles vão ter que recuar.
Mantida essa proposta de reforma, as centrais vão pra rua protestar?
Com certeza, isso aí é a única coisa que faz o peão brigar. É mais fácil tirar a mulher do cara (risos).
O senhor disse que a redução da jornada de trabalho também está na pauta das centrais. Há clima para esse tipo de mudança?
Está nessa pauta do trabalho decente, que a gente está querendo levantar. Essa é uma possibilidade porque, no Brasil, em vez de estar diminuindo, a jornada de trabalho está aumentando. No comércio chega a 50 horas por semana. Nós achamos que se reduzirmos para 40 horas de uma vez só, você cria dois milhões de emprego. Mas essa redução a gente tem que combinar. Como pagar esse custo. A gente tem defendido que tenha uma redução de imposto. Se a jornada custa 10%, o governo poderia arcar com uma parte. Com isso a gente aumenta o emprego e o governo arrecada de volta.
Mas não é uma proposta utópica hoje?
É mais difícil, mas bem combinada dentro do governo, acho que pode caminhar.
Não é a hora de rever o sistema de contribuição do chamado sistema S?
Vai ter até uma reunião no Rio sobre isso. Acho que está na hora de a gente fazer ali uma administração tripartite, os trabalhadores e o governo, como é em todos os fundos que têm dinheiro de trabalhador. Essa é uma discussão que a gente quer fazer. Não acabar, porque é uma coisa boa, mas do jeito que está hoje, só o empresariado ganha com isso.
O bloco já está sinalizando uma aliança para as eleições do ano que vem. Esse bloco se sustenta até 2010, para as eleições presidenciais?
Estamos pensando só em 2008. O bloco foi feito quase que exclusivamente para conseguir cargos na Mesa Diretora. E não deu certo. Nós ficamos do mesmo tamanho que a gente era. Mas decidimos que deveríamos ter uma atuação conjunta. Funcionou. Aí começamos a discutir que esse bloco deveria atuar conjuntamente nas eleições de 2008. Os partidos deveriam assumir. Cada partido está fazendo um levantamento por estado de quais são as prefeituras em que vai disputar. Vamos fazer todo um esforço para que naquela prefeitura que o partido tal for mais forte os outros partidos o apóiem. Estamos fazendo isso muito bem em São Paulo com o Márcio França (PSB). Se isso funcionar em 2008, nós podemos começar a falar em 2010. Mas 2010 ainda está muito longe e falar nisso agora dá muito problema.
Falar disso agora compromete a unidade da base governista?
Cria muito problema interno. O lançamento que a gente fez em São Paulo pegou mal aqui na Casa. Mas com o povo pegou bem. Teve pressão generalizada. Você começa muito cedo a discussão de candidato a presidente da República. Você expõe as pessoas e aí começa a ter resistência e tal. É melhor não levantar isso agora.
Mas o senhor vê a possibilidade de o PT abrir mão de ter candidato próprio em 2010?
Acho que não. Eu acho que o bloco tem que ter candidato. Tem vários nomes muito bons. Pelo PDT, por exemplo, tem o Cristovam Buarque, o próprio Carlos Luppi, que está crescendo muito, o Jefferson Peres. No PSB tem o Ciro Gomes e o Eduardo Campos. O PCdoB tem o Aldo Rebelo. Se isso der certo em 2008, o que não é fácil, nós podemos chegar, em 2010, com candidato pra ganhar eleição.
Até o ano passado, o senhor era um crítico implacável do governo Lula. Agora lidera um bloco partidário governista. O senhor mudou ou mudou o governo Lula?
No que ele erra eu continuo criticando. E tenho muita independência aqui dentro, até porque sou presidente de uma central sindical e deputado. Estou aqui só para defender os trabalhadores. Tudo o que o governo Lula fizer contra os trabalhadores, eu sou radicalmente contra. Se ele fizer a favor, eu apóio. Eu vou continuar com a mesma política que a gente sempre fez. Sou parlamentar, mas estou aqui por causa dos trabalhadores.
Eu fui um dos deputados mais votados, sou um dos oito mais importantes, segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), mesmo sem ter feito nenhum projeto. Isso mostra como esta Casa não funciona. Fiquei, no primeiro semestre, basicamente jogando na defesa. Vamos ver se, no segundo semestre, conseguimos marcar um golzinho. Legalizar as centrais e regulamentar o comércio aos domingos já seria um golzinho. Então vamos continuar com essa independência. Sou líder de um bloco da base governista, mas não sou do governo. E o governo sabe disso.
O senhor está no primeiro mandato após uma longa experiência no movimento sindical. A realidade aqui é muito diferente do que o senhor imaginava?
Eu já conhecia bem o Congresso porque vinha uma vez por semana, mas eu vinha como presidente da Força sindical, como sindicalista. Agora estou aqui dentro. A minha visão é que você precisa fazer uma reforma no regimento. O regimento é feito para não funcionar ou para funcionar só por meio de medida provisória. Com um mandato é impossível você pegar um projeto na comissão em que você está e trazer para o plenário. Quem fizer isso é um herói. Com dois mandatos, acho que também não consegue. Ou seja, demora no mínimo oito anos para fazer alguma coisa.
O senhor não vê chance de o Congresso mudar sua própria imagem?
É o regimento que não funciona. Eu acho que, se não tiver reforma, essa Casa vai continuar com a imagem que tem: de que aqui só tem ladrão, vagabundo, que não trabalha. E olha que trabalha. Só que não anda. Eu optei por não fazer nenhum projeto até para mostrar que não adianta fazer projeto porque não aprova. É melhor pegar aqueles que já estão adiantados ou negociar com o governo para que ele mande pra cá por medida provisória. Já que a regra é essa vamos fazer o que a regra manda. E algumas pessoas estão me criticando falando que eu estou defendendo um instrumento da ditadura. Mas é o único instrumento que funciona aqui, porque tranca a pauta. Eles até mandaram um projeto pra mim e eu mandei devolver. Não sou relator, não quero coisa nenhuma. Quero passar quatro anos sem fazer nenhum projeto para poder falar mal disso aqui depois.
E o lobby dos empresários? É forte aqui?
Eu tenho uma boa relação com os empresários. Não sinto que eles tenham tanta influência aqui. Acho que o movimento sindical trabalha mal o Congresso. Até porque o movimento sindical, se trabalhar unido aqui dentro da Casa, tem muita força. Não tem nenhum deputado que tenha coragem de enfrentar o movimento sindical. E se enfrentar ele sabe que não volta para cá. Vai ser deputado de um mandato só.
Quantos deputados compõem a bancada sindical?
Aqui não passa de 100. Na votação a gente tem no máximo 150 votos, sem pressão popular. Com pressão popular, a gente tem mais, porque os deputados têm muito medo da pressão popular. No Senado, eu não tenho avaliação. Mas acho que no Senado a gente não tem muita coisa. Até porque a Emenda 3 passou com unanimidade lá. Acho que passou por descuido. Foi um golpe que tentaram nos dar. Mas acho que, se o movimento sindical aprender a trabalhar na Câmara, ele consegue fazer funcionar. Nenhum deputado tem coragem de enfrentar o movimento sindical.
Algumas centrais sindicais já fizeram campanha pela internet contra parlamentares. Isso mais ajuda ou atrapalha o movimento?
Acho que isso também não ajuda. A gente tem que trabalhar para ganhar os caras e não para que eles joguem contra nós. Eu, por exemplo, optei por não falar em plenário. Sou líder, mas não falo, porque quando você fala, você toma uma posição e uma parte da Casa fica contra. Eu prefiro negociar. Acho que isso vem um pouco do meu perfil de sindicalista. De negociação, de muita conversa. Acho que funciona mais. Tem vezes que o barulho ajuda, mas só ele não resolve.