segunda-feira, 5 de novembro de 2007

EUA: empresa usa lei sobre crime organizado contra sindicato

Dois dias depois de se retirar das negociações com a UFCW (United Food and Commercial Workers Union – Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Alimentícias dos EUA), no final de outubro, a empresa Smithfield Foods iniciou amplo processo judicial contra a organização sindical, com base na lei Racketeer Influenced and Corrupt Organizations (Rico), originalmente projetada para combater os sindicatos dos crimes organizados estado-unidenses. A empresa alega que a UFCW utilizou de extorsão para obter apoio público aos trabalhadores da planta de Tar Heel, localizada em Carolina do Norte.
Em sua defesa, o sindicato denuncia as constantes violações de direitos trabalhistas cometidas pela Smithfield Foods. “As violações cometidas pela companhia estão muito bem documentadas em registros públicos, incluindo dispensa ilegais, intimidações, ataques, manifestações racistas e espionagem de trabalhadores. Em duas ocasiões os trabalhadores tentaram eleger representantes sindicais e foram reprimidos ilegalmente pela empresa”, afirma documento da UFCW.
A Smithfield também já foi acusada pela ONG Human Rights Watch por abusos sistemáticos dos direitos trabalhistas.
A “Rico” é uma lei federral aprovada em 1970 supostamente para combater o crime organizado instalado em organizações sindicais, mas que tem sido utilizada como arma por empresários para limitar a ação sindical nos EUA. A lei abrange 27 tipos de crimes federais e oito estaduais.
A UFCW lançou uma campanha mundial de solidariedade ao movimento sindical contra a aberração da lei. Mais dados podem ser obtidos no sítio www.ufcw.org.



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