quinta-feira, 31 de março de 2016

50 MIL DIZEM NÃO AO GOLPE EM SÃO PAULO



A Praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo e tradicional ponto de lutas democráticas, como a campanha das Diretas Já, novamente foi o palco de uma grande manifestação promovida pela Frente Brasil Popular, ocorrida neste 31 de março, data em que se relembra os 52 anos do golpe militar de 1964. 

Na época, partidos políticos de oposição e empresários comprometidos com interesses norte-americanos, classe média assustada com a avalanche propagandística da mídia, que pintava o governo Jango como corrupto e comunista, e forças armadas, exército à frente, querendo mudar as regras do jogo compuseram o caldo que levou ao golpe. Meio século depois, substitua as fardas por togas e o cenário é basicamente o mesmo, sob o manto da "legalidade constitucional", setores buscam na ilegalidade jurídica o que não obtiveram nas urnas.
Contra essa situação, mais de 50 mil pessoas em São Paulo, outras milhares
espalhadas por 25 capitais e Distrito Federal, voltaram a defender a democracia contra as tentativas de golpe e de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O que se viu no marco zero da capital Paulista na tarde noite deste dia 31 foi o brilho da resistência e da esperança colorir as ruas. Um único incidente foi registrado quando um jovem vestido de roupas militares ateou fogo em uma bandeira do PT, pedindo intervenção militar no país. Foi acuado por manifestantes e teve de ser escoltado pela polícia para não levar uns petelecos.

O jogo ainda não acabou. 

quarta-feira, 30 de março de 2016

ATO DEFENDE A DEMOCRACIA 52 ANOS APÓS O GOLPE MILITAR

Douglas Izzo (CUT-SP), Onofre Gonçalves (CTB), Raimundo Bonfim (CMP), Gilmar Mauro (MST) e Tiago Pará (Levante Popular), durante coletiva da Frente Brasil Popular (foto Norian Segatto)



A Frente Brasil Popular promoveu na tarde da quarta (30.mar.2016) uma entrevista coletiva para falar sobre o ato programado para esta quinta-feira, em Brasília, na Praça da Sé, em São Paulo, e em diversas outras cidades do país.

Na capital paulista, a concentração do evento está marcada para às 16h, com apresentações culturais e ato político a partir das 18h.

Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, lembrou que as manifestações do dia 31 irão relembrar os 52 anos do golpe de 1964. É uma data simbólica, afirmou o dirigente do CPM. Ele também informou que estão sendo formadas brigadas e comitês populares contra o golpe. “No último final de semana, diversos militantes percorreram a periferia de São Paulo conversando com a população e mostrando que não pode haver impeachment sem golpe”.

Bonfim informou, ainda, sobre o acampamento permanente que a Frente Brasil Popular promove na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, onde, diariamente ocorrem diversas atividades.

Para Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, o momento político está gerando um processo de politização na sociedade, que passou a discutir mais, se interessar mais pelo que acontece na política. Segundo ele, nos últimos dias diversos segmentos têm se incorporado à luta pela legalidade democrática, como intelectuais, artistas e expressivos setores da classe média. “O ascenso das ideias fascistas do lado de quem defende o impeachment fez com que vários setores começassem a perceber a gravidade da situação”.

Sobre o rompimento do PMDB e um eventual governo sob a presidência de Michel Temer, o presidente da CUT-SP. Douglas Izzo, afirmou que sua central sindical não reconhece um governo Temer e que os movimentos permanecerão nas ruas contra o que chamou de a volta do projeto neoliberal. O projeto daqueles que perderam nas urnas, afirmou Douglas, é fazer um ajuste fiscal e um pacote econômico que retire direitos dos trabalhadores e da população, não é à toa que quem está financiando os setores golpistas seja a Fiesp. “Lutamos pela legalidade democrática, mas temos uma agenda política para negociar com o governo, não queremos o ajuste fiscal, não queremos a reforma da previdência, queremos a reforma urbana e agrária, entre outros pontos”.


Para Gilmar Mauro, a solução para a governabilidade de esquerda passa por “discutir formas de participação e poder popular para superar a lógica da atual política brasileira”.       

PREFEITURA DE SP LANÇA 20 NOVAS SALAS DE CINEMA NA PERIFERIA E CENTRO




Segundo levantamento da pesquisa Hábitos Culturais dos Paulistas: Cultura em SP, de 2014, da empresa J.Leiva, 10% da população paulistana nunca foi ao cinema. Nas classes D e E o o percentual sobe para 30% de moradores paulistanos que nunca na vida assistiram um filme em uma sala de cinema.

Além da distância, o preço do ingresso e o transporte são fatores que dificultam o acesso de grande parcela de paulistanos, especialmente na periferia da cidade. Para buscar minimizar esse apartheid cultural, a Prefeitura de São Paulo inaugura, até junho, 20 salas de cinema e um pacote variado de filmes, com estreias internacionais, produções históricas e recentes da cinematografia brasileira. O projeto faz parte do Circuito Spcine de Cinema, que será inaugurado dia 30 de março, em cerimônia no CEU Butantã, a partir das 18h.

Conforme informação da Secretaria de Cultura do Município, com a instalação completa das salas, a programação contará com 200 sessões semanais e expectativa de 960 mil espectadores por ano. Entre os espaços estão o Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, Biblioteca Pública Roberto Santos, além de 15 CEUs (Centros Educacionais Unificados). Nos centros culturais, o preço do bilhete varia de R$ 4,00 a R$ 8,00; nos CEUs, será gratuito.


“Será o maior circuito público de salas de cinema do Brasil. Desejamos incluir as pessoas nessa experiência, formar público, garantir o direito cultural. A experiência de ir ao cinema é fundamental no mundo de hoje. Por mais incrível que possa parecer, São Paulo é uma cidade onde muitas pessoas nunca foram ao cinema. Haverá uma programação com diversidade de gêneros, público e linguagens”, afirma Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine.

Para o secretário Nabil Bonduki, “é uma grande conquista da cidade de São Paulo e de todo o setor audiovisual, que ampliará seu parque exibidor, atendendo uma população que anseia por este contato com o cinema, mas que não tem acesso."

Confira os locais e datas de inauguração, segundo programação da Spcine

LOCAL             DATA DA INAUGURAÇÃO OFICIAL
CEU Butantã    30 de março
CEU Meninos    30 de março
CEU Jaçanã                13 de abril
CEU Quintal do Sol    17 de abril
CEU São Rafael    20 de abril
CEU Três Lagos    24 de abril
CEU Aricanduva    27 de abril
CEU Caminho do Mar    1º de maio
CEU Jambeiro    4 de maio
CEU Vila Atlântica    8 de maio
Cine Olido    11 de maio
CEU Perus    12 de maio
CEU Paz    15 de maio
CEU Parque Veredas    18 de maio
CEU Feitiço da Vila    19 de maio
CEU Vila do Sol    22 de maio
Biblioteca Roberto Santos    25 de maio
CCSP – Sala Lima Barreto    26 de maio
CCSP – Paulo Emílio    26 de maio
CFC Cidade Tiradentes    29 de maio

segunda-feira, 28 de março de 2016

Mapa da democracia

Já está no ar (poderia até ter sido antes) o site Mapa da Democracia, criado por defensores do estado de direito - pessoas e entidades.

O Mapa apresenta um cronômetro da "corrida contra o golpe", os nomes dos deputados pró-impeachment e os que ainda estão indecisos.

A ideia. segundo o site, é pressionar deputados para não haver golpe e dar suporte aos que defendem a manutenção do estado democrático.

O próprio site diz como as pessoas podem ajudar:


"A ideia é dar total apoio para quem defende a democracia e disputar os deputados indecisos. Solte o verbo no e-mail, twitter e Facebook no sentido de mostrar porque você acha que ele tem que votar contra o impeachment.

Mas são tantos deputados indecisos. Por onde eu começo?

  1. Você pode começar identificando os deputados que você conhece ou já ouviu falar, aquele que até pediu o seu voto, ou que é da sua região e do seu Estado.
  2. Quando clicar no deputado, você será direcionado para uma página onde os contatos dele, e-mail, twitter, perfil ou página no Facebook. É só clicar e entrar em contato com ele para dizer que você não apoia o impeachment.
  3. Divulgue a nossa página para o máximo de pessoas possíveis. Envie o link para a família, amigos, conhecidos."
Acesse o Mapa e ajude a democracia 


quinta-feira, 24 de março de 2016


O discurso fascista dos atos pró-impeachment


Dias antes da manifestação pró-impeachment ocorrida em 13 de março, alguém postou em um grupo de whatsapp “regras” para quem fosse participar dos atos. Fui ler o texto dias depois e me chamou a atenção o tom do discurso da convocatória, a começar pelo título, não eram "orientações", eram "regras" a serem seguidas, ao melhor gosto do discurso autoritário (a íntegra do texto segue ao final da matéria).
Dias depois, em 17 de março, ouvi a professora e filósofa Marilena Chauí, em ato pela democracia ocorrido na PUC-SP, alertar sobre o que chamou de caldo de cultura fascista, referindo-se ao ovo de serpente que se vislumbrava nas manifestações de junho de 2013. “Quando o Movimento Passe Livre foi vitorioso e os meninos saíram na Avenida Paulista com seus símbolos, suas bandeiras, seus cantos para comemorar, eles foram violentamente agredidos por uma corja de jovens enrolados na bandeira do Brasil e que gritavam ‘meu partido é meu país’. Naquela ocasião fiquei muita apreensiva. Tinha subido ali um caldo cultural fascista” (https://www.youtube.com/watch?v=FmSilRFQOaQ).
A leitura um pouco mais detalhada das regras da convocatória dos grupos pró-impeachment acrescenta algumas chaves ao que Marilena chama de "caldo de cultura fascista". No livro Discursos da Revolução – Benito Mussolini (http://pt.slideshare.net/AlineMarinho007/discursos-darevolucaobenitomussolini) é possível identificar diversos elementos que convergem para o núcleo ideológico dos atuais discursos pró-impeachment.
A negação da organização política dos indivíduos é uma dessas marcas constante na história do fascismo.  
A primeira “regra da marcha”, conforme a convocatória divulgada pelas redes, era: 1) Bandeiras de partidos políticos e outras organizações ligadas aos mesmos não serão permitidas. Caso apareçam, serão tomadas.
Ou seja, não há espaço para o contraditório, assim como as organizações fascistas não permitiam qualquer diferença de opinião, mesmo dentro de seu campo.
Segundo Mussolini: “Tendências nãos as conhece o fascismo. As tendências são o triste privilégio dos velhos partidos, que são associações comicieiras, difundidas por todos os países, e que não tendo nada a fazer nem a dizer, acabam por imitar aqueles sórdidos sacerdotes do Oriente”.
Em uma palavra, partidos políticos e tendências que pensam diversamente são desprezíveis.
REGRA 5 - Se houver provocações oriundas de qualquer grupo estranho ao ato apenas ignore. Eles estão desesperados pois tudo o que construíram está ruindo. Nós somos a ameaça aos seus interesses escusos. Somos o golpe de misericórdia contra o PT. (Aqui revela-se a essência dos atos, acabar com uma organização política e, se obtiverem sucesso, por que não acabar também com o MST, a UNE, os sindicatos...)
REGRA 7 - Não use roupas vermelhas ou pretas. Se usar roupa preta, que tenha qualquer sinal das cores do Brasil. A cor vermelha lembra o PT e, o preto, os Black Blocs. Não compareça no evento com camisetas em alusão a partidos políticos.
REGRA 10 - Durante a marcha, fique atento aos cânticos que serão puxados pela organização! Nada de coros que não são pertinentes ao ato. Lembre-se, você está nas ruas para reivindicar direitos.  
REGRA 14 - Permaneça no roteiro da marcha. A intenção é mostrar nossa força e não travar o trânsito.
BENITO MUSSOLINI: Devemos impor a nós mesmos a mais férrea disciplina... A disciplina deve ser aceite. Quando não é aceite, deve impor-se. Repudiamos o dogma democrático de que se deve agir eternamente por meio de prédicas e sermões de natureza mais ou menos liberal.
REGRA 11 - A polícia é nossa amiga. Gente ordeira e trabalhadora não teme aqueles que nos protegem. Eles estarão presentes para garantir que tudo ocorra bem. Não trate estes bravos servidores públicos de forma hostil. 
 A regra 13 é particularmente interessante.
13 - Respeite os veículos que se aproximarem da marcha. Não bata nos vidros e tampouco na lataria dos carros. Não jogue lixo no chão. Recolha papéis e outros objetos e deposite em lixeiras. Somos civilizados. 
Ela pede proteção para o patrimônio, mas nada fala sobre a agressão a outras pessoas, as tais que vestem vermelho ou, “apenas”, tem cara de esquerdista.

Sobre a violência, Mussolini disse: “A violência não é imoral, às vezes é moral... a nossa violência é moralíssima, sacrossanta e necessária”.
..Dividamos os italianos em três categorias: os indiferentes, que ficarão em casa à espera, os simpatizantes, que poderão circular livremente, e os inimigos, que não circularão.
Sobre o tal “reivindicar direitos” mencionado na “regra 11”, o texto apresenta apenas o que chama de “pauta” do movimento:
#foraDilma 
#VaiTerImpeachmentSim
#PrendamLula 
#SoQueremosPoliciaFederalEMinisterioPublico 
#SomosTodosMORO 
BENITO MUSSOLINI: O nosso programa é simples: queremos governar a Itália. Pergunta-se: “Programas?”. Mas de programas estamos nós fartos. Não são os programas a salvação – são os homens e a vontade.
Por isso dizemos aos nossos adversários:... queremos ver-vos à prova. Será preciso submeter-vos a uma espécie de quarentena político e espiritual. Os vossos chefes, que ainda poderiam contaminar-vos, serão postos em condição de não poderem fazer mal.
É isso, prendam Lula.
Tenho certeza de que muitos que querem o impeachment da presidente Dilma Roussef sejam pessoas de boa fé, preocupadas com a corrupção e que não perceberam como a construção desse discurso do ódio e intolerância a pessoas e instituições é perigoso para a democracia. Hoje são os “vermelhos”, os “arco-íris”, amanhã serão nordestinos. A morte seletiva de jovens negros da periferia pela Polícia Militar é uma realidade em diversas capitais. Prédios de organizações que se opõe ao impeachment estão sendo depredados, logo serão as pessoas.
  


 Texto que circulou pelas redes sociais
VEJAM AS REGRAS QUE ESTÃO SENDO DIVULGAÇÃO PARA A MANIFESTAÇÃO DO DIA 13/03/2016 (DOMINGO)
Queremos que tudo transcorra de forma ordeira e pacífica. A pauta do movimento se baseará em:
#foraDilma 
#VaiTerImpeachmentSim
#PrendamLula 
#SoQueremosPoliciaFederalEMinisterioPublico 
#SomosTodosMORO 
REGRAS PARA A MARCHA:
1 - Bandeiras de partidos políticos e outras organizações ligadas aos mesmos não serão permitidas. Caso apareçam, serão tomadas.
2 - Esta marcha é do povo e ninguém a utilizará para autopromoção.
3 - Viu qualquer movimento ou atitude suspeita? Utilize da melhor arma que tem para isso: seu celular. Filme tudo e entregue o arquivo para a organização do ato, a fim de que providências legais sejam tomadas.
4 - Se surgir qualquer foco de violência ou vandalismo contra o patrimônio público todos deverão sentar-se até que os policiais que farão a escolta, fardados ou a paisana, capturem o meliante. 
5 - Se houver provocações oriundas de qualquer grupo estranho ao ato apenas ignore. Eles estão desesperados pois tudo o que construíram está ruindo. Nós somos a ameaça aos seus interesses escusos. Somos o golpe de misericórdia contra o PT.
6 - Atenção às mensagens que serão enviadas do carro de som!
7 - Não use roupas vermelhas ou pretas. Se usar roupa preta, que tenha qualquer sinal das cores do Brasil. A cor vermelha lembra o PT e, o preto, os Black Blocs. Não compareça no evento com camisetas em alusão a partidos políticos.
8 - Verde e amarelo são as cores ideais para este dia de indignação. Pinte o rosto! Vai ficar legal! 
9 - Confeccione faixas, cartazes. Leve bandeiras do Brasil, use nariz de palhaço. Leve cornetas, apitos, faça barulho! Leve também balões azuis, amarelos e verdes. Vamos chamar atenção para nossa causa.
10 - Durante a marcha, fique atento aos cânticos que serão puxados pela organização! Nada de coros que não são pertinentes ao ato. Lembre-se, você está nas ruas para reivindicar direitos.  
11 - A polícia é nossa amiga. Gente ordeira e trabalhadora não teme aqueles que nos protegem. Eles estarão presentes para garantir que tudo ocorra bem. Não trate estes bravos servidores públicos de forma hostil. 
12 - Convide amigos e vizinhos. Vá com sua família ao ato! Ensine seus filhos desde pequenos que política é algo bom (diferente de politicagem) e deve ter à frente pessoas de bem. Ensine-os a fazer parte da história e não apenas a vê-la passar. Um povo que luta por seus direitos e participa é respeitado por seu governo.
13 - Respeite os veículos que se aproximarem da marcha. Não bata nos vidros e tampouco na lataria dos carros. Não jogue lixo no chão. Recolha papéis e outros objetos e deposite em lixeiras. Somos civilizados. 
14 - Permaneça no roteiro da marcha. A intenção é mostrar nossa força e não travar o trânsito.
15 - Se chover, vá mesmo assim! Leve seu guarda-chuva, mas não deixe de comparecer. Não somos feitos de açúcar. Temos força e raça! Nada impedirá nossa luta pelo Brasil que queremos! 
16 - Caso alguém passe mal no evento, forneça ajuda e contate a organização. 
17 - Qualquer crítica/sugestão será bem recebida.
18 - Leve água para se hidratar durante o percurso. Respeite crianças e idosos. 
19-  Desejamos uma ótima marcha a todos!!

Dia 13 de março será uma linda festa cívica!  Vamos lá! 



terça-feira, 22 de março de 2016

Frente Parlamentar de Defesa da Petrobrás retoma atividades em ato na Apeoesp




Na noite da segunda-feira, 21, dirigentes e militantes do Unificado, da FUP, do Sindipetro Litoral Paulista, da UEE (União Estadual dos Estudantes) entre outras entidades, participaram de um ato em defesa da democracia e da Petrobrás, organizado pela deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), coordenadora da Frente Parlamentar Estadual em Defesa da Petrobrás. O evento ocorreu no auditório da Apeoesp, sindicato dos professores de São Paulo.

Deputada Leci Brandão
Leci abriu os trabalhos alertando que a intenção da atual crise política não é o combate à corrupção, mas a um projeto político de inclusão social e conclamou a população a não aceitar qualquer tipo de violência, como a que se assisti nas manifestações dos pró-impeachment. "O povo precisa saber que querem armar pra cima da gente, não podemos ficar acuados, temos de ter altivez", afirmou a deputada, que fez questão de dizer que sempre usa vestes de cor vermelha. "Hoje estou de preto e branco por causa da minha religião, mas não me amedronto de usar vermelho e se alguém vier pra cima de mim não vou ficar calada", disse, arrancando aplausos da plateia.

Para finalizar, a deputada enfatizou que a Frente Parlamentar foi criada para defender a Petrobrás, em respeito a seus empregados, que estão sofrendo enormes ataques.

Vereador Jamil Murad
O vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB), contextualizou historicamente a crise e as sucessivas tentativas das elites, desde a época do Império, de tentar atrelar o desenvolvimento do país a interesses estrangeiros. "Em todas as épocas sempre teve brasileiros que quiseram que o país permanecesse colônia", afirmou. Murad também atacou veementemente o ministro do STF, Gilmar Mendes, segundo o qual defende uma facção criminosa que lesou o país.

O representante do Sindipetro Litoral Paulista, Adaedson Costa, afirmou que o país vive uma guerra, entre os que querem a soberania nacional e os que desejam entregar as riquezas brasileiras, como o pré-sal.

Zé Maria Rangel
Antes do último orador, o coordenador da FUP, Zé Maria Rangel, fizeram uso da palavra Henrique Domingos, da UEE e Felipe Pessoa, da Associação Nacional de Pós Graduandos. Ambos falaram sobre a importância da destinação dos royalties para a Educação e do apoio que a Petrobrás sempre deu à área de Educação e Pesquisa. "A Petrobrás é a empresa que mais investe em financiamento à pesquisa no Brasil, se ela for privatizada, o país irá perder muito", afirmou Pessoa.

Em sua participação, Zé Maria Rangel chamou a atenção de que o atual quadro político de crise, teve
início simbólico nas manifestações de 2013 quando, a partir de uma justa reivindicação do Movimento Passe Livre, setores da direita brasileira utilizaram a mobilização para negar a política. "Quando vi a Rede Globo dando total cobertura àquelas manifestações, percebi que não ia vir coisa boa dali".


Em seguida Zé Maria explicou como a Petrobrás se tornou uma empresa gigante nos governos Lula/Dilma, indo em sentido oposto ao desmanche promovido pelo governo FHC e como fatores como a queda do preço do barril do petróleo e a valorização do dólar frente ao real impactaram o balanço da empresa, gerando o prejuízo de R$ 34 bilhões, anunciado na mesma noite.

segunda-feira, 21 de março de 2016

MANIFESTO: ESCRITORES E PROFISSIONAIS DO LIVRO PELA DEMOCRACIA

Nós, abaixo assinados, que escrevemos, produzimos, publicamos e fazemos circular o livro no Brasil, vimos nos manifestar pela defesa dos valores democráticos e pelo exercício pleno da democracia em nosso país, de acordo com as normas constitucionais vigentes, no momento ameaçadas.

Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira, que é cada vez mais leitora e tem cada vez mais acesso à educação.

Ainda podemos nos recordar facilmente dos tempos obscuros da censura às ideias e aos livros nos 21 anos do regime ditatorial iniciado em 1964.

A necessária investigação de toda denúncia de corrupção, envolvendo a quem quer que seja, deve obedecer às premissas da legalidade e do Estado democrático de direito.

O retrocesso e a perda dos valores democráticos não interessam à maioria do povo brasileiro, no qual nos incluímos como profissionais dedicados aos livros e à leitura.

Ao percebermos as conquistas democráticas ameaçadas pelo abuso de poder e pela violação dos direitos à privacidade, à livre manifestação e à defesa, combinadas à agressividade e intolerância de alguns, e à indesejada tomada de partido por setores do Poder Judiciário, convocamos os profissionais do livro a se manifestarem em todos os espaços públicos pela resistência ao desrespeito sistemático das regras básicas que garantem a existência de um Estado de direito.

Dizemos não a qualquer tentativa de golpe e, mais forte ainda, dizemos sim à Democracia.



Confira quem já assinou em

https://secure.avaaz.org/po/petition/Para_os_poderes_constituidos_e_toda_a_sociedade_brasileira_Preservem_a_Constituicao/edit/

quinta-feira, 17 de março de 2016

Maluf, Bolsonaro e Paulinho da Força fazem parte da comissão de impeachment




Confira a lista dos integrantes da comissão, definida na tarde desta quinta, 17 de março.


PSDB
  • Carlos Sampaio (SP)
  • Bruno Covas (SP)
  • Jutahy Júnior (BA)
  • Nilson Leitão (MT)
  • Shéridan Oliveira (RR)
  • Paulo Abi-Ackel (MG)

DEM

  • Mendonça Filho (PE)
  • Rodrigo Maia (RJ)
  • Elmar Nascimento (BA)

PPS

  • Alex Manente (SP)

PSB

  • Fernando Coelho (PE)
  • Bebeto Galvão (BA)
  • Danilo Forte (CE)
  • Tadeu Alencar (PE)

SOLIDARIEDADE

  • Paulinho da Força (SP)
  • Fernando Francischini (PR)

PSC

  • Eduardo Bolsonaro (SP)
  • Marco Feliciano (SP)

PRB

  • Jhonatan de Jesus (RR)
  • Marcelo Squassoni (SP)

PSOL

  • Chico Alencar (RJ)

REDE

  • Aliel Machado (PR)

PHS

  • Marcelo Aro (MG)

PV

  • Evair de Melo (ES)

PSD

  • Rogério Rosso (DF)
  • Paulo Magalhães (BA)
  • Marcos Montes (MG)
  • Júlio Cesar (PI)

PMB

  • Weliton Prado (MG)

PDT

  • Flavio Nogueira (PI)
  • Weverton Rocha (MA)

PMDB

  • Leonardo Picciani (RJ)
  • Leonardo Quintão (MG) [[o PMDB pode substituí-lo posteriormente por Altineu Côrtes (RJ)]]
  • João Marcelo Souza (MA)
  • Washington Reis (RJ)
  • Valtenir Pereira (MT)
  • Osmar Terra (RS)
  • Lúcio Vieira Lima (BA)
  • Mauro Mariani (SC)

PEN

  • Júnior Marreca (MA)

PP

  • Aguinaldo Ribeiro (PB)
  • Jerônimo Goergen (RS)
  • Julio Lopes (RJ)
  • Roberto Britto (BA)
  • Paulo Maluf (SP)

PTB

  • Benito Gama (BA)
  • Jovair Arantes (GO)
  • Luiz Carlos Busato (RS)

PT

  • Arlindo Chinaglia (SP)
  • Henrique Fontana (RS)
  • José Mentor (SP)
  • Paulo Teixeira (SP)
  • Vicente Cândido (SP)
  • Wadih Damous (RJ)
  • Zé Geraldo (PA)
  • Pepe Vargas (RS)

PTN

  • João Bacelar (BA)

PR

  • José Rocha (BA)
  • Edio Lopes (RR)
  • Zenaide Maia (RN)
  • Maurício Quintella (AL)

PROS

  • Eros Biondini (MG)
  • Ronaldo Fonseca (DF)

PC do B

  • Jandira Feghalli (RJ)

PT do B

  • Sílvio Costa (PE)

Em conversa com Dilma, Lula diz ter medo da "República de Curitiba"





Ouça a íntegra dos dois áudios gravados pela Polícia Federal no grampo do telefone do Palácio do Planalto. A gravação mostra claramente a voz da secretária da presidente grampeada antes de completar a completar a ligação para o ex-presidente Lula.
A primeira ligação foi realizada após a condução coercitiva de Lula pela Polícia Federal no dia 4 de março. A segunda foi gravada dia 16 e vazada para a imprensa no mesmo dia.

QUEM NASCEU PARA SER PIG NUNCA VAI ACEITAR A DEMOCRACIA



Algumas tentativas de manipulação por parte da imprensa beiram ao completo ridículo.

Na edição de 17/03/2016, o uol, que a cada dia mais se transforma em um tabloide sensacionalista, publica uma matéria sobre a presidente Dilma repudiando os grampos telefônicos, mas a chamada estampa o título “Agressão à democracia” abaixo da foto de Lula e Dilma. Tentativa das mais toscas de manipular uma informação.


É vergonhoso o papel da mídia como incentivadora do golpe e do ódio.

terça-feira, 15 de março de 2016

Mercadante nega acusações de Delcídio

http://audios.ebc.com.br/aa/aa55382179637a676805786361bad904.mp3?download&filename=Nacional_Informa_Mercadante_nega_acusacoes_e_diz_que_fica_no_cargo.mp3




Em entrevista coletiva terminada há pouco, o ministro de Educação, Aloízio Mercadante negou as acusações de tentar impedir que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) assinasse acordo de delação premiada. Segundo ele, a conversa com o assessor do senador, José Eduardo Marzagão, partiu dele e não foi um pedido da presidente Dilma Rousseff.

Segundo Mercadante, trechos importantes da conversa dele com o assessor de Delcídio foram omitidos na transcrição do áudio divulgado hoje na imprensa.
“Se vocês olharem o áudio do que foi transcrito, tem trechos fundamentais que não foram devidamente relatados. Em um trecho eu digo 'não estou nem aí se vai delatar ou não, não estou nem aí' [...] 'tem que construir uma saída viável, eu não vou entrar nisso, ele faz o que achar que deve'”, defendeu-se.

Ouça no link a reportagem da EBC - Empresa Brasileira de Comunicação.

Sem vacilo, mulheres defendem seus direitos e gritam: “Não vai ter golpe”





Mais de 10 mil mulheres, homens e crianças transformaram a avenida Paulista em um grande palco lilás, na tarde de 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Organizado por entidades feministas, como a Marcha Mundial de Mulheres, centrais sindicais, como a CUT e a CTB e outras diversas organizações, o ato se concentrou no vão livre do Masp, fechou uma das pistas da avenida e seguiu em caminhada até o centro da cidade.

Faixas e palavras de ordem exigindo respeito, igualdade de direitos, combate ao assédio moral e sexual, pela legalização do abordo e contra a homofobia, entre outras, davam o tom dos protestos deste ano, mas, o principal mote, sem dúvida, foi contra a tentativa de impeachment da presidente Dilma e do golpe que setores de oposição, mídia, judiciário e empresários promovem.
Outro personagem muito lembrado, e vaiado, foi o deputado conservador Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu-presidente da Câmara Federal, autor de projeto que dificulta a assistência à mulher que aborta, mesmo as vítimas de estupro.

Na opinião da coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, “os recentes acontecimentos, como a condução coercitiva do Lula pela Polícia Federal, os projetos que estão em tramitação no Congresso e o clima de confronto da sociedade exigiram que as mulheres se posicionassem sem vacilo em defesa do projeto político popular, mesmo reconhecendo que há contradições neste projeto”.

A manifestação terminou no centro da cidade com um showmício em que as mulheres reafirmaram suas bandeiras e reforçaram a convocação para a participação no ato que irá ocorrer no dia 18, na mesma avenida Paulista, contra o golpe.    


PSTU pró golpe

Um único incidente ocorreu quando uma militante do PSTU, Silvia Ferraro, subiu ao caminhão de som da organização da marcha e passou a pregar o golpe contra a presidente Dilma, desrespeitando um acordo feito entre as organizações do ato. 

A representante do grupelho divisionista foi largamente vaiada, mas completou seu discurso raivoso. Ao final, foi aconselhada a aguardar no caminhão de som, mas decidiu sair rapidamente, em meio aos protestos das mulheres presentes ao ato.

Após o incidente, declarou ter sido agredida (o que não ocorreu) e que, em função disso, seu grupo não marcharia com as demais mulheres. Outra mentira, pois um grupo de cerca de 100 mulheres ligadas ao PSTU já estava há mais de uma hora antes do discurso pró-golpe posicionadas do lado oposto da avenida Paulista, aguardando a ordem para marcharem à direita, em sentido oposto à luta das mais de 10 mil mulheres que ocupavam a avenida.

Falta de maturidade
A secretaria de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães, criticou a atitude. “Não se trata de discutir quem é o dono da moralidade, se trata de perceber que estamos diante de um processo que afeta toda a esquerda brasileira e que terá consequências para a sociedade e é um momento que exige maturidade política”.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Frente Brasil Popular convoca ato nesta sexta em frente ao TJ e mantém ato do dia 18

Após o pedido de prisão preventiva feito contra Lula pelo MP Paulista, A Frente Brasil Popular se reuniu hoje à noite na sede da Apeoesp e programou uma manifestação/vigília amanhã em frente ao Tribunal de Justiça, na Praça da Sé, a partir das 11h. Quem puder comparecer é importante mostrar a indignação perante mais este ato político do Ministério Público, que está sendo usado para promover o impeachment da presidente Dilma, criminalização dos movimentos sociais, derrubada de direitos trabalhistas e civis e retrocesso democrático e institucional.
Está mantido o ato do dia 18 na Avenida Paulista, mas a FBP alerta que o momento é de se manter em permanente mobilização diante de novos fatos que poderão ocorrer nos próximos dias.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Democracia se defende nas ruas



O Brasil viveu, na sexta-feira, um momento histórico, comparado aos grandes acontecimentos que ditam os rumos do país. De maneira coercitiva, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado de sua casa para depor na Polícia Federal. A justificativa foi a mais estapafúrdia possível: os agentes alegaram que o uso dessa truculência seria necessária para evitar “tumultos”, por parte dos que defendem e dos que atacam o ex-presidente.
No entanto, os mesmos agentes não souberam explicar por que a notícia da operação já se encontrava nas mãos da grande mídia, em mais um vazamento orquestrado.
Ficou para todos a sensação de que tal operação não passou de mais um lance de efeito da Operação Lava Jato, com o intuito de constranger Lula e criar um clima de que o ex-presidente poderá ser preso a qualquer momento.

O que está por trás de toda essa operação?
Que fique bem claro a quem ainda não entendeu: não se trata de uma luta entre honestos e corruptos, bons e maus, o que assistimos é a revolta de uma elite, que utiliza de todos os seus mecanismos – legislativo, judiciário, mídia e partidos – para derrubar um governo eleito legitimamente, mas que não consegue ter força política para combater o ataque.

Sem maioria no Congresso, com muitos problemas de articulação política e enfrentando grave crise econômica, o governo Dilma Rousseff se tornou um refém dos interesses de opositores e “aliados”.

O objetivo não é “apenas” tirar o mandato de Dilma Rousseff, o que a elite brasileira protagoniza é um dos mais acintosos ataques às conquistas da classe trabalhadora.

A partir das chamadas “pautas bomba”, a Câmara, capitaneada pelo agora réu por corrupção Eduardo Cunha (PMDB-RJ), promove dia após dia a desconstrução do estado democrático e soberano.

Há mais de 1.800 projetos versando sobre questões de mulheres, mas nenhum entra em votação se contiver o termo “gênero”. Direitos civis estão paulatinamente retrocedendo, direitos trabalhistas estão sendo vilipendiados, como no caso do projeto que escancarou as terceirizações – e que muito em breve a classe trabalhadora irá sentir os efeitos.

Com a “cortina de fumaça” de criar uma legislação antiterrorismo, a Câmara discute projetos que criminalizam os movimentos sociais.

No Senado, na mesma toada, apenas na semana passada estava em pauta o PLS 131, que abre para multinacionais a operação dos campos de pré-sal e PLS 555, que torna todas as empresas públicas em sociedades anônimas, decretando, praticamente, a privatização de todo o Estado brasileiro.

Reduzir direitos civis para agradar bancadas evangélicas e conservadoras, reduzir direitos trabalhistas para iniciar um novo ciclo de acumulação de capital financeiro, reduzir direitos sociais e criminalizar movimentos para não ter resistência, e, acima de tudo, acabar com a consciência da necessidade de transformação social, para que a governança de esquerda leve mais um século para novamente assumir outro governo, esse é o projeto que está em curso.

Essa elite não consegue conceber que Lula ou outro representante das forças populares seja novamente eleito, porque cada avanço social é um sinal de alerta contra os privilégios de uma minoria que ainda sobrevive agarrada a preconceitos.

Somos a favor de que todas suspeitas de corrupção sejam apuradas e seus culpados penalizados de acordo com a lei, mas não é isso que ocorre hoje no país.

O judiciário e a mídia escolheram seus alvos, e atuam juntos para atingir seus objetivos. A mesma Operação Lava Jato tem em seu poder denúncias envolvendo graduados políticos da oposição, como o senador Aécio Neves (PSB-MG); pesa contra o ex-presidente Fernando Henrique sérias acusações de corrupção, mas nem mídia, nem judiciário estão interessados em investigar e trazer à luz essas denúncias.

Contra esse sombrio cenário, a Frente Brasil Popular, que congrega dezenas de entidades sindicais e sociais, convocou para o dia 18 uma grande manifestação nacional. Em São Paulo ela irá ocorrer na Avenida Paulista.

Pela velocidade que o golpe assumiu, talvez seja até uma data longínqua, mas essa é e será uma luta permanente. Vamos às rua não para defender um governo, não para defender uma pessoa, mas para defender direitos conquistados (que estão sendo arrancados da população sem ela perceber) e a democracia, palavra tão vital e neste momento tão frágil.