terça-feira, 15 de março de 2016

Sem vacilo, mulheres defendem seus direitos e gritam: “Não vai ter golpe”





Mais de 10 mil mulheres, homens e crianças transformaram a avenida Paulista em um grande palco lilás, na tarde de 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Organizado por entidades feministas, como a Marcha Mundial de Mulheres, centrais sindicais, como a CUT e a CTB e outras diversas organizações, o ato se concentrou no vão livre do Masp, fechou uma das pistas da avenida e seguiu em caminhada até o centro da cidade.

Faixas e palavras de ordem exigindo respeito, igualdade de direitos, combate ao assédio moral e sexual, pela legalização do abordo e contra a homofobia, entre outras, davam o tom dos protestos deste ano, mas, o principal mote, sem dúvida, foi contra a tentativa de impeachment da presidente Dilma e do golpe que setores de oposição, mídia, judiciário e empresários promovem.
Outro personagem muito lembrado, e vaiado, foi o deputado conservador Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu-presidente da Câmara Federal, autor de projeto que dificulta a assistência à mulher que aborta, mesmo as vítimas de estupro.

Na opinião da coordenadora do Unificado, Cibele Vieira, “os recentes acontecimentos, como a condução coercitiva do Lula pela Polícia Federal, os projetos que estão em tramitação no Congresso e o clima de confronto da sociedade exigiram que as mulheres se posicionassem sem vacilo em defesa do projeto político popular, mesmo reconhecendo que há contradições neste projeto”.

A manifestação terminou no centro da cidade com um showmício em que as mulheres reafirmaram suas bandeiras e reforçaram a convocação para a participação no ato que irá ocorrer no dia 18, na mesma avenida Paulista, contra o golpe.    


PSTU pró golpe

Um único incidente ocorreu quando uma militante do PSTU, Silvia Ferraro, subiu ao caminhão de som da organização da marcha e passou a pregar o golpe contra a presidente Dilma, desrespeitando um acordo feito entre as organizações do ato. 

A representante do grupelho divisionista foi largamente vaiada, mas completou seu discurso raivoso. Ao final, foi aconselhada a aguardar no caminhão de som, mas decidiu sair rapidamente, em meio aos protestos das mulheres presentes ao ato.

Após o incidente, declarou ter sido agredida (o que não ocorreu) e que, em função disso, seu grupo não marcharia com as demais mulheres. Outra mentira, pois um grupo de cerca de 100 mulheres ligadas ao PSTU já estava há mais de uma hora antes do discurso pró-golpe posicionadas do lado oposto da avenida Paulista, aguardando a ordem para marcharem à direita, em sentido oposto à luta das mais de 10 mil mulheres que ocupavam a avenida.

Falta de maturidade
A secretaria de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães, criticou a atitude. “Não se trata de discutir quem é o dono da moralidade, se trata de perceber que estamos diante de um processo que afeta toda a esquerda brasileira e que terá consequências para a sociedade e é um momento que exige maturidade política”.

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