quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Decisão de fortalecer a Petrobrás garantiu a descoberta do pré-sal



A flexibilização do monopólio da União na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural foi uma marca registrada do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ainda em seu primeiro ano de mandato enviou ao Congresso Nacional e fez aprovar a emenda constitucional n° 9, em 1995, que retirava da Petrobrás o papel de representante da União na operacionalização do monopólio. Este processo se consolidou com a aprovação da lei N° 9.478, de iniciativa do Exe¬cutivo Federal, em 1997.
A Lei n° 9.478 substituiu a Lei 2.004, promulgada por Getúlio Vargas, em 1953. A nova legislação adotou o sistema de concessão de blocos por meio de leilões para exploração, desenvolvimento e exploração de petróleo e gás natural no Brasil e criou a Agência Nacional de Petróleo, ANP, para operacionalizar este processo.
Por conta da nova lei, a Petrobrás, que até então era detentora dos direitos de exploração de petróleo e gás natural em todo o território brasileiro, foi obrigada a entregar para a ANP as áreas onde até então não produzia ou não estava explorando.
Essas áreas da União, que até 1998 estavam sob a responsabilidade da Petrobrás, passaram a ser leiloadas a partir de 1999. A partir desse momento, entrar no leilão, com as empresas multinacionais, passou a ser o único meio para a Petrobrás adquirir novas áreas para exploração e futura produção.
Uma das regras dos leilões era a obrigatoriedade de se explorar os blocos arrematados no prazo máximo de 5 anos, caso isso não ocorresse, o bloco teria de ser devolvido para a Agência Nacional de Petróleo.
E, assim, a Petrobrás foi obrigada a entrar nos leilões da ANP para comprar o que até 1998 ela tinha permissão para explorar. De 1999 em diante, a empresa participou dos sucessivos leilões organizados pela ANP, adquirindo cada vez menos blocos para exploração.

As áreas que a empresa arrematou na bacia de Santos foram leiloadas no segundo e no terceiro leilões organizados pela ANP e deveriam ser exploradas no máximo até 2004.
O problema é que os gestores da Petrobrás indicados pelo governo de FHC/Serra foram reduzindo os investimentos em exploração, ano após ano, e concentrando todas as sondas de exploração na bacia de Campos, em uma corrida louca pela auto-suficiência, que acabou por resultar no afundamento da plataforma P-36.
O resultado prático dessa decisão é que as outras bacias sedimentares do país ficaram sem exploração. Esta situação perdurou até o final do ano de 2002. Com um novo governo eleito e novos gestores na empresa, o ano de 2003 foi um marco na instituição. De cara, os novos gestores duplicaram os investimentos em exploração e decidiram descentralizar as sondas para novas bacias sedimentares, com destaque para a bacia de Santos, onde os poços adquiridos estariam sendo devolvidos para a ANP entre os anos de 2003 e 2004. O acerto desta decisão foi confirmado pela descoberta de mais de 3 bilhões de barris de petróleo ainda no ano de 2003 e o início dos estudos para exploração da região hoje conhecida como pré-sal.
Não fosse a decisão política do governo Lula de aumentar os investimentos e descentralizar as sondas dificilmente estaríamos agora com a porta aberta para o futuro pelo pré-sal. Mantida a política de FHC a Petrobrás seria hoje uma empresa pequena, sem boa parte de suas refinarias e concentrada na bacia de Campos.
Com a Petrobrás fora dos leilões e devolvendo as áreas da bacia de Santos o pré-sal ia ficar para trás, pois nenhuma empresa petrolífera privada do mundo iria investir US$ 260 milhões como a Petrobrás fez no primeiro poço perfurado do pré-sal.
Já tentaram privatizar a Petrobrás no passado, querem voltar ao poder para terminar o que começaram.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lula x FHC - Petrobrás X Petrobrax, uma comparação necessária

Nos debates do segundo turno das eleições, o candidato José Serra prometeu "estatizar" a Petrobrás e diversas outras empresas públicas. Serra é um dos principais líderes de seu partido, foi ministro do Planejamento de Fernando Henrique e um dos arquitetos da política de privatização.
Nos oito anos de governo FHC, a Petrobrás foi fatiada em Unidades de Negócio (UN), teve cortes profundos em seu orçamento, seu efetivo foi reduzido para 37 mil pessoas, diversos direitos trabalhistas foram suprimidos e o governo ainda tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax, em clara intenção de privatizá-la (Isso foi uma ação de governo e não obra de um diretor de marketing da Petrobrás, como afirmou Serra no debate da Rede Record dia 25 de outubro).
José Serra foi um dos principais "pensadores" desse modelo responsável pelo desmonte da companhia e pelos maiores desastres ambientais da história da Petrobrás. Entre 1975 e 1994 (20 anos), a Petrobrás foi responsável por 9 desastres ambientais. Entre 1995 e 2002 (8 anos do governo FHC), a empresa registrou 29 desastres, entre eles o afundamento da Plataforma P 36, que provocou a morte de 11 petroleiros.
O governo Lula resgatou a Petrobrás do fundo do poço e a transformou em uma das maiores empresas do mundo, responsável pela descoberta do pré-sal, a grande reserva de óleo e gás que poderá garantir a passagem do Brasil para o Primeiro Mundo.
O jornal do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (clique aqui) apresenta dados e análises desses dois períodos: oito anos de FHC e oito anos de Lula. Por mais crítico que o movimento sindical seja em relação a diversos aspectos do atual governo na gestão da Petrobrás não há grau de comparação entre os dois períodos. Com FHC/Serra, petroleiros lutavam pela sobrevivência da empresa e de seus empregos; com Lula, luta-se para ver qual projeto de desenvolvimento será implantado com a descoberta do pré-sal.
Os tucanos não se cansaram de tentar, nos oitos anos de governo Lula, destruir a Petrobrás; jornais, revistas e internet contêm farto material de consulta. Paulo Renato, ministro da Educação de FHC e deputado federal, entrou com representação em 28/08/2007 contra a Petrobrás porque a empresa descumpria o Plano Nacional de Desestatização ao se tornar mais sólida e pública (leia aqui). Recentemente, David Zilbersztajn, genro de FHC, ex-presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e principal assessor de Serra na área energética, disse que o PSDB pretende rever a lei do pré-sal para oferecer essa riqueza a empresas estrangeiras. Nos debates Serra tentou desqualificar as afirmações de seu assessor.
Uma eventual eleição de Serra representaria um perigo para a Petrobrás e ameaça à soberania do Brasil no campo energético.
Serra mentiu no passado e mente no presente, ele e seu partido sempre defenderam a privatização da Petrobrás e nos últimos 16 anos, como governo e como oposição, não mediram esforços para tentar vender a empresa e entregar as riquezas do povo brasileiro, como fizeram com a Vale do Rio Doce.
Baixe o PDF do jornal de leia como foi o desastre da gestão tucana na Petrobrás. Desastre para a empresa (fatiada e vendida a granel na Bolsa de Valores de Nova Iorque), desastre para os trabalhadores (cerca de 18 mil postos de trabalho foram extintos e dezenas de direitos cortados); desastre para o meio ambiente - afundamento da P-36, com 11 mortes (março de 2001) e os dois maiores desastres ambientais do Brasil: vazamento de 1,3 milhão de litros na baía da Guanabara (janeiro de 2000) e 4 milhões de litros nos rios Barigui e Iguaçu, no Paraná (julho de 2000); desastre para o povo brasileiro, que quase perdeu sua empresa símbolo.

DIMINUIÇÃO DA MISÉRIA


O gráfico mostra o percentual da população brasileira que vive na linha da miséria, isto é, com proventos de menos de 3 reais por dia (R$ 90,00 por mês). Em 1992, mais de um terço da população do país (36,16%, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas-FGV) viviam na miséria. Em 1995 esse índice havia abaixado para 28,79%, índice que pouco se alterou até o final do governo Fernando Henrique (28,17% ao final de 2002). Durante o governo Lula esse percentual vem caindo de maneira constante e atingiu o índice de 15,54% em 2009, o menor da história. Mesmo assim, isso representa, ainda, quase 28 milhões de pessoas que necessitam da continuidade das políticas sociais.


LUCRO DA PETROBRÁS


O gráfico acima mostra a tendência de queda do lucro da Petrobrás a partir do ano 2000, fruto da política de sucateamento da empresa e redução do número de empregados.
Essa tendência se inverte a partir de 2003. Em 2008, a Petrobrás obteve o segundo maior lucro entre todas as empresas da América, superando gigantes como Microsoft, Walmart, IBM e GE. Em 2009, sob os efeitos da crise mundial, o lucro líquido da empresa voltou a cair. O menor lucro líquido obtido pela Petrobrás no atual governo (R$ 16,9 bilhões, em 2004) é muito superior ao maior lucro obtido no governo FHC (R$ 9,9 bilhões, em 2000). Em 2009, o faturamento da Petrobrás representou 20% do faturamento das 500 maiores empresas brasileiras juntas. É essa "empresinha" que o governo Fernando Henrique queria mudar de nome para privatizar.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Em sete anos e meio do atual governo, o acumulado da geração de empregos é 79% maior do que nos oito anos do governo anterior. Foram criados, em média 155.521 postos de trabalho por mês durante o governo Lula contra 52.257 no governo Fernando Henrique. No ritmo que a economia do país ia até 2002, o PSDB precisaria de 22,3 anos de gestão para atingir os números alcançados em menos de oito anos do governo atual.
EMPREGOS NA PETROBRÁS


A partir de 2003, os concursos públicos na Petrobrás foram retomados e milhares de trabalhadores foram admitidos nos últimos oito anos. Em 2002, existiam 37.063 petroleiros nos quadros da empresa. Em 2009, o efetivo próprio da companhia ultrapassou 55 mil petroleiros.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SERRA, O PIOR ATOR DA REDE GLOBO

Quando menino, Serrinha queria ser economista, mas descobriu que não era bom com cálculos (veja aqui); tentou ser líder estudantil, mas no primeiro solavanco fugiu do país; tentou ser ateu, mas descobriu que tem de comer hóstia e beijar a Bíblia para enganar os fiéis; tentou ser político, mas não consegue terminar os mandatos que inicia; agora, por fim, tenta ser ator.



Mas sofre de dois problemas: tem péssima memória, um dia diz que não conhece o assessor Paulo Preto (só porque o "coitado" está envolvido no desvio de milhões do governo de São Paulo), no outro se lembra que o sujeito é um cara bacana.



O segundo, e mais grave problema para as pretensões artísticas de Serra, é que ele é péssimo ator. No papel (sem trocadilho) de "a vítima" atacada por uma perigosa bolinha de papel, sua atuação não durou um dia.



Agora, mais uma prova de que é um canastrão como ator. Veja a foto abaixo, ele faz de conta que beija uma eleitora, mas toca os lábios em sua própria mão, talvez com medo de pegar alguma doença de pobre. E, reparem, aproveita e dá uma coçadinha no nariz. Qual o problema dele com o nariz?


Obs. Diferentemente do que fazem com fotos da Dilma, esta não é montagem. Foto feita durante campanha no Paraná, dia 24/7/2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

SERRA É DO MAL


A propaganda demo-tucana do segundo turno centra sua estratégia em três frentes: 1) desconstrução da figura de sua oponente Dilma Roussef, utilizando de todos os expedientes lícitos e imorais (esses em muito maior número) possíveis; 2) aposta na despolitização ao jogar para a opinião pública que o que está em jogo é o perfil administrativo dos candidatos, como se fosse o caso de apresentar currículo para um emprego e não um projeto para o país; e 3) criou um slogan “simpático” e de fácil assimilação, o tal “Serra é do bem”. Será que é isso mesmo?
Não vou colocar neste post todos as mazelas, denúncias de corrupção e mau uso do dinheiro público que envolvem a trajetória política de Serra, se tentasse, terminaria esse texto depois do finados, de tanto assunto que existe. Mas bastam alguns exemplos:


SERRA É MENTIROSO
Em sua campanha, o candidato demo-tucano diz que vai “fortalecer” as empresas públicas. Toda sua vida política e de seu partido desmente essa afirmação. Em um país mais republicano, a camarilha que vendeu a Vale a preço de banana madura estaria atrás das grades; a privatização do sistema de telefonia foi a festa da corrupção. O resultado da entrega para a iniciativa privada da telefonia sem qualquer controle é que a população brasileira paga a segunda maior tarifa de celular do mundo, conforme estudo da consultoria europeia Bernstein Research. Leia.


A Petrobrás só não foi pro mesmo limbo porque a sociedade se mobilizou e segurou o boi neoliberal pela unha. Até o nome da empresa tentaram mudar para Petrobrax (segundo declarações de altos tucanos na época, o “brás” do nome remetia a Brasil e soava como subdesenvolvimento para o mercado externo). Leia a opinião do presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, sobre o período FHC na empresa.

SERRA É MAU ADMINISTRADOR
Primeiro, é fujão. Não terminou praticamente nenhum mandato que começou, de deputado a governador (chegou a assinar em cartório compromisso de que não largaria a Prefeitura de São Paulo antes do término da gestão, mas a filosofia dos tucanos é “esqueçam o que escrevi”).
Na propaganda, o candidato diz que governa para os pobres, mas veja a comparação dos gastos com publicidade e com combate às enchentes no Estado São Paulo.
Informações coletadas no Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do Estado de São Paulo/ SIGEO:
2007
Combate às enchentes: R$ 68 milhões
Gastos com publicidade: R$ 88,3 milhões
2008
Combate às enchentes: R$ 107,4 milhões
Gastos com publicidade: R$ 178,7 milhões
2009 (dados até março)
Combate às enchentes: R$ 12,8 milhões
Gastos com publicidade: R$ 18,8 milhões
Isso ajuda a explicar, em parte, porque os tucanos foram reeleitos em São Paulo e a população mais carente continua perdendo tudo (inclusive a vida) a cada mau humor de São Pedro.

Polícia de São Paulo não tem nem acesso à internet
Matéria de Josmar Josino publicada no Jornal da Tarde dia 3 de maio de 2010 (leia) informa que para se conectar à internet policiais civis de São Paulo precisam fazer uma “vaquinha” e pagar a conexão do próprio bolso. “Enquanto o crime organizado tem nas prisões telefone celular de última geração, os computadores da Polícia Civil de São Paulo ainda não são ligados à internet. Para realizar pesquisas e acessar dados de outros Estados, policiais são obrigados a levar equipamentos de casa e fazer ‘gambiarra’ no serviço”, afirma o texto.

Corrupção, marca registrada do governo tucano
Enquanto mais de 100 (CEM!!) CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) dormem nas gavetas da Assembleia Legislativa de São Paulo (a maioria dos deputados, governistas, impede sua instalação), os escândalos e desvios de verbas na prefeitura e no estado governados pela coligação demo-tucana chegam a cifras de bilhões de reais.
Alguns (poucos) exemplos:


CORRUPÇÃO NA MERENDA ESCOLAR
“Uma testemunha entregou planilhas com os valores de propinas supostamente pagas pelas empresas Verdurama e SP Alimentação para cerca de 30 prefeituras do País. Ouvida em sigilo pelos promotores que investigam o caso da máfia da merenda escolar, a pessoa trabalhou em uma das empresas e disse que tinha conhecimento dos pagamentos para prefeitos, secretários e funcionários. Só a prefeitura de Carapicuíba entre os meses de abril e dezembro de 2007, por exemplo, teria recebido R$ 363.041,55 de propina. A cidade na época era governada por Fuad Chucre (PSDB)”, afirma matéria de Bruno Tavares e Marcelo Godoy (http://blogdofavre.ig.com.br/tag/merenda-escolar/).

CORRUPÇÃO NO DETRAN
“Quatro ex-diretores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e um ex secretário adjunto da Segurança Pública são acusados de provocar, entre 1994 e 2006, um rombo que pode chegar a R$ 2 bilhões. A causa são supostas ilegalidades em contratos de emplacamento de carros – durante esse período, a taxa prevista em lei para lacrar veículos em São Paulo deixou de ser cobrada das empresas pelo Estado.
A acusação contra 15 empresários, delegados e o ex-secretário – além de seis empresas – consta de ação civil pública apresentada à 14.ª Vara da Fazenda Pública pelo promotor Roberto Antônio de Almeida Costa, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo” (texto de Marcelo Godoy no jornal O Estado de São Paulo, disponível também no blog do Favre).


CORRUPÇÃO NA COMPRA DE REMÉDIOS
“Prefeitura de São Paulo pagou até 994% a mais por remédios e produtos hospitalares entre 2003 e o ano passado. O esquema, que teria a participação de servidores, beneficiou ao menos três empresas, que atuariam numa espécie de cartel para fraudar licitações." (texto do jornal Folha de S.Paulo)

CORRUPÇÃO NO ROUBOANEL
O tucano Delson Amador, ex-diretor da Cesp (Centrais Elétricas de São Paulo) e, posteriormente presidente da Dersa é um dos muitos envolvidos nas acusações de desvio de verbas das obras do rodoanel. Confira matéria no blog do Nassif.

Da Dersa também vem as denúncias sobre os desvios praticados por Paulo Petro, assessor que Serra negou e voltou atrás quando PP ameaçou abrir a boca. Esse sujeito está envolvido em outras armações.

Veja nota do Correio Braziliense:

PRESO EM JOALHEIRA DE SÃO PAULO » Entre os rolos nos quais o PT acusa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, assessor de confiança do PSDB, de estar envolvido, um chama a atenção. Em junho deste ano, ele foi preso ao pedir a avaliação de um bracelete de brilhantes em uma loja da joalheria Gucci em São Paulo. A peça era roubada e o estabelecimento acionou a polícia. Agora, Paulo Preto responde a processo por receptação de material ilícito. Em sua defesa, ele alega ter sido vítima de uma “armação”.

SERRA CONTRA OS TRABALHADORES
Para terminar, que o leitor deve estar cansado e de estômago embrulhado, veja como Serra votou como deputado constituinte
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra as garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) votou contra o direito de greve;
f) votou contra o abono de férias de 1/3 do salário;
g) votou contra o aviso prévio proporcional;
h) votou contra a estabilidade do dirigente sindical;
i) votou contra a garantia de 30 dias de aviso prévio;
j) votou contra a garantia do salário mínimo real.

(Fonte: DIAP - "Quem foi quem na Constituinte" pag. 621).


Se você recebeu um desses muitos emails caluniosos que circulam pela internet, muitos deles postados por integrantes e simpatizantes da extrema direita neonazista, reenvie esta matéria. Contra boatos, informações.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Caminhos da calúnia 2: Gráfica que imprimiu panfletos contra Dilma é da irmã de assessor de Serra

Polícia fecha gráfica tucana. Foto Clodoaldo Jurado

A Polícia Federal apreendeu na madrugada do domingo (17) 20 milhões de panfletos que pregavam o voto contra Dilma Roussef. O material, recheado de preconceitos foi supostamente encomendado por um bispo católico de Guarulhos.

A gráfica Pana, onde foram feitos os impressos, pertence a Arlety Satiko Kobayashi, filiada ao PSDB do Diretório da Bela Vista (região Central de São Paulo).

Arlety é também funcionária pública lotada na Assembleia Legislativa de São Paulo e é parente de Paulo Kobayashi, antigo militante e ex-deputado estadual pelo PSDB e irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha Serra. Quando secretário de Comunicação da Prefeitura da São Paulo (2004), na incompleta gestão Serra, Sérgio assinou contrato de R$ 30 milhões com o Escritório de Comunicação, empresa da jornalista Lu Fernandes. Sabe quem era o sócio de Lu Fernandes? O próprio Sérgio Kobayashi. Como se vê, Serra sabe escolher a dedo seus assessores. Leia


De onde veio o dinheiro para os panfletos ilegais?
O blog NaMaria investigou e chegou a Kelmon Luis da S. Souza como o autor da “encomenda”. Ele teria ligações com movimentos integralistas e monarquistas, e o blog do Nassif apresenta conexões que podem levar Kelmon até o vice de José Serra, Índio da Costa.

Em nota a sessão paulista da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) diz que os bispos “não patrocinam a impressão e difusão de folhetos”.

Segundo a Folha de S.Paulo Kelmon Souza afirmou que a impressão dos panfletos foi patrocinada com “doações pesadasa de quatro ou cinco fiéis”.

A Polícia tem a obrigação de investigar de onde partiu o dinheiro. Essa é mais uma conta para a campanha tucana explicar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O CAMINHO DA CALÚNIA

Recebi do amigo Robson Moreno o seguinte texto, de autoria do jornalista Tony Chastinet:


por Tony Chastinet

Recebi ontem à noite um daqueles e-mails nojentos e anônimos, que estão circulando na internet, com calúnias contra a candidata Dilma Roussef. Decidi gastar alguns minutos para tentar identificar os autores. Consegui, e repasso abaixo as informações sobre os autores da baixaria – incluindo as fontes da pesquisa.

Há um e-mail circulando na internet com o seguinte título: “Candidatos de esquerda”. Na mensagem há uma série de calúnias contra Dilma, e o pedido para se votar no Serra. Também recomenda a leitura do site
www.tribunanacional.com.br.

Entrei na página e de cara me deparei com aquela foto montada da Dilma ao lado de um fuzil. Uma verdadeira central de calúnias ligada à extrema direita. Vejam uma amostra neste link
http://www.tribunanacional.com.br/v2/editorial/a-terrorista/.

O e-mail foi enviado para minha caixa postal na noite de domingo. O
remetente é um tal de Ingo Schimidt (ingo@tribunanacional.com.br). O site está registrado na Fapesp em nome do “Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares”.

Essa associação tem CNPJ (026.990.366/0001-49), está localizada na SCRN, 706-707, Bloco B, Sala 125, na Asa Norte, em Brasília. O responsável pelo site chama-se Nei Mohn. Em uma pesquisa superficial na internet, descobre-se que ele foi presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Era informante do Cenimar e suspeito de atos de terrorismo na década de 80 (bombas em bancas de jornais e outros atentados feitos pela tigrada da comunidade de informações). Também foi investigado por falsificar o jornal da Igreja Católica, atacando religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos (vejam abaixo nas fontes).

Nunca foi investigado e sequer punido pelas barbaridades que aprontou. Para isso, contou com a proteção dos militares e da comunidade de informações para abafar os escândalos e investigações.

Prossegui na pesquisa e descobri que o filho de Nei, o advogado Bruno
Degrazia Möhn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado por Daniel Dantas para representar o deputado federal Alberto Fraga (DEM) em ação no TCU movida pelo deputado para tentar impedir a compra de ações da BRT/OI pelos fundos de pensão.

Interessante essa ligação entre a extrema direita, nazistas e Daniel Dantas. Mas tem mais.

No registro do site ainda há outros dois nomes apontados como responsáveis pela página: Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto e Zoltan Nassif Korontai. Serpa Pinto trabalha na Secretaria da Fazenda de Mato Grosso. Korontai é responsável pelo site http://www.projetovendabrasil.com.br. É um negócio estranho como pode ser visto na página da internet. Ele atua na área de tecnologia e fez concurso para analista de sistemas no TRE do Paraná.

O cadastro do site dele está em nome da CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos (CNPJ 008.144.575/0001-90 – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 246,SL 18, São Paulo). O responsável chama-se Frederich Resende Soares Marinho.

Marinho é consultor de informática e trabalha em Piraúba (MG). Há uma série de reclamações de que ele vendeu hospedagens de site e não entregou o serviço. Ele é membro da Assembleia de Deus em Sorocaba.

Fontes:

*– Tribuna Nacional – Dados do Registro.br*
domínio: tribunanacional.com.br

entidade: Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares
documento: 026.990.366/0001-49
responsável: Nei Möhn

*2 – Nei Mohn*
Matéria Veja de 1980 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R06814.pdf

Matéria da Isto É de 1982 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R03648.pdf

*3 – Filho de Nei*

Bruno Degrazia Möhn (OAB/DF 18.161)

Trabalha no escritório Menezes e Vieira Advogados Associados – http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=11457
artigo defesa ppp

Escritório contratado por Dantas no caso BRT – http://www.anapar.com.br/noticias.php?id=6602

*4 – Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto*
Funcionário da secretaria estadual da fazenda de mato grosso

http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/Legislacao/legislacaopessoa.nsf/2b2e6c5ed54869788425671300480214/88e35b271696c3bf0425738500423ded?OpenDocument

*5 – Zoltan Nassif Korontai*

Site dele –
http://www.projetovendabrasil.com.br/?pg=calculadora-de-ivestimento&p=253

Dados do registro.br domínio: projetovendabrasil.com.br

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ESSE ERA O PROJETO DE SERRA/FHC PARA A PETROBRÁS

E agora ele diz que nunca pensou em privatizar a empresa!
No final do ano 2000, FHC tentou mais uma tacada para privatizar a Petrobrás: anunciou a mudança do nome da empresa para Petrobrax (Na época, Henri Reichstul, presidente da Petrobrás nomeado por FHC disse que o "brás" do nome era associado com subdesenvolvimento, porque lembrava o Brasil). A marca, desenvolvida por uma "empresa especializada" por R$ 50 milhões, durou menos de uma semana; a população rejeitou perder a empresa que seus pais e avós haviam lutado para constituir nos anos 1950. Agora, em período eleitoral, Serra vem dizer que nunca tentaram privatizar a Petrobrás. Conta outra, Pinóchio!

Até tucano sabe disso!
O texto a seguir foi publicado na página do deputado estadual do PSDB Donald Fernandes (AC):
"De fato, o governo FHC tentou privatizar a Petrobras. Em 1977, Joel Rennó, que era presidente da Petrobras, contratou uma consultoria para orientar a empresa sobre como privatizar. Esta consultoria orientou para transformar a empresa numa holding e não privatizar a empresa como um todo, mas dividi-la em unidades independentes, chamadas de “Unidades de Negócios -UN-, que poderiam ser privatizadas. O processo de privatização iniciou. A FRONAPE (Frota Nacional de Petroleiros) foi uma das primeiras a serem preparadas. Neste caso, o processo não chegou a ser concluído. Hoje, ela existe com um CNPJ paralelo, com a denominação de TRANSPETRO. A refinaria de Porto Alegre, Alberto Pasqualini (REFAP), foi negociada com a REPSOL argentina/espanhola. Observando o organograma da Petrobras é possível verificar que o que anteriormente eram “superintendências”, hoje, são “Unidades de Negócios”, passíveis de venda, tais como UN – REDUC (RJ), UN –REPLAN (SP), UN –REGAP (MJ), UN – REVAP (SP), UN– AM (AM), UN– RNCE (RN), UN –BA (BA), UN-BC (Bacia de Campos.RJ), UN-RIO (Macaé-RJ) e UN-BS (Bacia de Santos-SP). Para que as privatizações das UN fossem efetivadas, o 'excesso' de contingente teria que ser minimizado. Com isso, a Petrobras terceirizou a força de trabalho. Reduziu os empregados de 62 mil em 1990 para 32 mil em 2000."

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dos presidenciáveis, Serra é quem acumula mais processos

fonte: Congresso em Foco, texto Thomaz Pirez

Levantamento do sítio Congresso em Foco sobre as certidões judiciais dos presidenciáveis mostra que o tucano José Serra é quem mais responde a processos. De acordo com as certidões que ele mesmo apresentou, são 17 processos declarados à Justiça Eleitoral. Ao todo, foram analisadas as 222 certidões entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos nove postulantes à Presidência da República e respectivos vices. Michel Temer (PMDB), vice da candidata petista Dilma Rousseff, aparece com três ações judiciais. José Maria Eymael, candidato a presidente pelo PSDC, tem duas certidões positivas. Os demais candidatos à Presidência apresentaram certidões negativas, ou seja, que informam não haver processos contra eles.

Uma norma da legislação eleitoral obriga todos os candidatos a cargos eletivos a apresentarem, no ato do registro das suas candidaturas, certidões que informem a sua situação judicial, se respondem a processos e qual a situação de cada um deles. Sonegar essas informações, conforme a legislação, implica crime eleitoral. A novidade neste ano é que as declarações tornaram-se públicas, e estão sendo divulgadas na página do TSE.
Improbidade administrativa

Na disputa presidencial, o caso que mais chama atenção é o de Serra. Além das 17 certidões positivas, ele soma três processos ativos, todos por improbidade administrativa. Os casos correm na Justiça Federal do Distrito Federal e referem-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer).

O Proer foi um programa implementado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso para sanear instituições financeiras que enfrentaram dificuldades na virada do período de hiperinflação para o início do Plano Real. Na época, Serra era o ministro do Planejamento. As ações envolvem diversas pessoas que tiveram algum grau de responsabilidade nas decisões relativas ao Proer. Os nomes mais conhecidos são Serra e do então ministro da Fazenda, Pedro Malan. As ações questionam a assistência prestada pelo Banco Central, no valor de R$ 2,975 bilhões, ao Banco Econômico S.A., em dezembro de 1994, assim como outras decisões - relacionadas com o Proer - adotadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Fichas sujas: DEM é o primeiro, PSDB, o terceiro

Levantamento feito pelo sítio Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (www.mcce.org.br)
mostra que a histórica coligação demotucana é responsável por 37,5% de todas as cassações feitas pelo TSE entre 2000 e 2009. Nada menos que 127 políticos ligados às duas legendas perderam seus mandatos por crimes eleitorais. No mesmo período, o PT teve 10 pessoas cassadas, ou 2,9% do total; é o menor índice entre os grandes partidos.

Ranking das cassações no TSE, por partido

DEM--- 69 - 20,4%

PMDB-- 66 - 19,5%

PSDB-- 58 - 17,1%%

PP----- 32 - 10,1%

PTB--- 24 - 7,1%

PDT--- 23 - 6,8%

PR---- 17 - 5,0%

PPS----14 - 4,1%

PT-----10 - 2,9%

Estadão demite Maria Rita Kehl por "delito de opinião"

Fonte: comunique-se.com.br

Maria Rita Kehl, colunista de O Estado de S. Paulo confirmou sua demissão do jornal. A psicanalista, que escrevia para o "Caderno 2", classificou como um “absurdo” sua demissão ter sido motivada pelo artigo “Dois Pesos”, em que questionava a “elite” que desqualificava os votos das classes D e E, e ainda se dizia favorável ao programa Bolsa Família. “Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião”, declarou em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine.

Segundo a colunista, o jornal argumentou que a repercussão do artigo tornou sua permanência no veículo “insustentável”. “O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que por causa da repercussão (na internet) a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram”.

Maria Rita tentou conversar e alegou que era “bom e saudável” e até comum o fato de leitores concordarem ou discordarem do artigo.

A colunista ainda criticou a imprensa por reclamar de uma suposta tentativa de censura por parte do governo e mesmo assim seu artigo ter esse tipo de desfecho. “É tudo tão absurdo...a imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...”

Caso Sarney x Maria Rita Kehl
A psicanalista ironizou o fato do Estadão ter sido censurado no caso de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda dessa forma demiti-la por sua opinião.

“Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (Senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expos uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?”, declarou ao Terra Magazine.


ESTE É O ARTIGO QUE MOTIVOU A DEMISSÃO DE MARIA RITA KEHL
PELO IMPARCIAL ESTADÃO

Maria Rita Kehl: Dois pesos…
DOIS PESOS…

por Maria Rita Kehl, no Estadão

Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Foto publicada no Valor Econômico de 4 de outubro. FHC votou em branco. Só não se sabe para qual cargo ele branqueou. O que você acha?

Resposta a um email

Recebi de diversas pessoas um email que pede para refletir o porquê de diversas "personalidades" irem a público pedir para não votar em Dilma. Nessa mensagem são citadas pessoas como Marília Gabriela, Gilberto Gil, Heloisa Helena, Arnaldo Jabor, Caetano Veloso entre outros.
Há traços comuns entre os remetentes: todos os emails que recebi são de paulistanos classe média, média alta, brancos, bem empregados, com seus automóveis novos e cabeças antigas. Resolvi comentar o email:
"PERSONALIDADES"
Gilberto Gil declarou voto em Marina, nunca disse para não votarem em Dilma; são coisas muito diferentes para quem conhece um pouco a sutileza da semântica; Heolisa Helena saiu do PT porque queria ser candidata em Alagoas e o partido escolheu outra pessoa, as "divergências" foram carreiristas, não políticas, tanto que brigou com Plínio de Arruda porque queria ser ela a candidata à Presidência, e não fez campanha para seu próprio candidato. Quem pensa unicamente no próprio umbigo não é boa conselheira.
Marina saiu do governo por desentendimentos com o setor desenvolvimentista do governo; e foi picada pela mosca verde de se lançar candidata; é um direito dela.
Caetano Veloso, ah! aquele que diz que Bin Laden é lindo e votou no finado ACM na Bahia?!! Há muito tempo só a imprensa leva em conta o que ele diz.
Ciro Gomes, ao contrário do que diz o email, apoia Dilma.
Assim como Joelmir Beting podemos citar dúzias de renomados jornalistas e pensadores que pedem para não votar em Serra, como Heródoto Barbero, Mino Carta, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Emir Sader etc. etc.
Arnaldo Jabor é o ícone do reacionarismo e preconceito de classe, é natural que conservadores se coloquem ao lado de Serra. Em reunião/festa que participou em Brasília junto com a cúpula do PSDB no início da campanha, disse em alto e bom tom que se o PSDB perdesse novamente, o Brasil se tornaria um grande Nordeste. Opiniões reacionárias como essa não valem um vale transporte usado.
Marília Gabriela foi bem recompensada pelas suas declarações, ganhou um empreginho (muito bem remunerado) na TV Cultura, no lugar que era deHeródoto Barbero, que foi demitido após questionar Serra sobre os pedágios (se tiver curiosidade, procure no youtube)
IGREJA
Parte da CNBB e pastores evangélicos são contra a candidatura Dilma porque ela teve coragem de tocar no tema do aborto, questão de saúde pública e que mata muitas mulheres pobres, porque as ricas do Jardim América fazem aborto em clínicas no exterior. Se for por aí, vamos ser contra o uso de camisinha, ser contra a pílula do dia seguinte etc.
CORRUPÇÃO
Quem é aliado do DEM, quem é sócio de Daniel Dantas, quem promoveu o maior roubo da história do país com a privatização das teles, quem doou a Vale do Rio Doce, quem pagou R$ 200 mil para cada deputado votar na reeleição do Fernando Henrique não tem moral para falar de ética e honestidade. Há muitos mais corruptos e corruptores no ninho tucano do que nas pontas da estrela.
Sou a favor de que todos os casos de corrupção deste e de outros governos sejam apurados e os responsáveis paguem na cadeia. O sítio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (mcce.org) apresenta um ranking das cassações ocorridas por corrupção entre os anos 2000 e 2009. Políticos do PSDB e DEM respondem por 39,9% dos casos; 2,9% são do PT.
AS OPINIÕES QUE ME INTERESSAM
Opiniões que me interessam são de brasileiros como o marido de minha empregada, que conseguiu emprego após muito tempo no limbo por causa da política do psdb; me interessa ver crianças de 10, 12 anos sabendo ler e escrever e não com essa tal "aprovação automática" do governo do estado, que é uma fábrica de analfabetos. Mas isso é coisa de pobre, né, que não pode pagar escola particular e clubes de elite, então, saber ler e escrever para quê?
Mais do que algumas personalidades que comodamente arrotam opiniões (e têm direito a elas) me interessa os mais de 30 milhões que saíram da linha da miséria, os mais de 11 milhões que consiguiram emprego com carteira assinada.
VOTO EM DILMA SEM MEDO E SEM PRECONCEITO!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Imprensa em campanha: 84% das manchetes do OESP, FSP e O Globo em setembro foram para tentar eleger Serra

A mídia comercial conservadora, ou PIG (Partido da Imprensa Golpista), como é mais conhecida, saiu a grita quando setores da sociedade protestaram contra a campanha que esses veículos fazem para seus candidatos, rasgando qualquer princípio ético.
A revista Veja pulou feito pipoca, deu capa acusando Lula e o PT de agirem contra a liberdade de imprensa etc. e tal. Os jornais Folha de S.Paulo, O Globo e o Estado de S.Paulo seguiram a mesma toada. O Estadão lançou editorial assumindo o apoio a José Serra, mas ressaltou sua “independência” editorial. Será?
A tecla que os movimentos sociais martelam (e, eventualmente, foiçam) é que a imprensa golpista utiliza seus veículos para fazer campanha em vez de jornalismo isento. O que é básico na democracia (imprensa isenta) vira ataque de “autoritarismo” nas páginas de veículos comprometidos com o latifúndio, o agronegócio, as negociatas de multinacionais, políticos conservadores e os mais rasteiros preconceitos de classe.
E não é preciso ir muito a fundo para verificar que o PIG brasileiro faz campanha, sim, em vez de jornalismo. Fui verificar nas edições de O Estado de São Paulo como se traduz a prática do “bom jornalismo” e “isenção” propalada pelo diário da família Mesquita.
Pesquisei as manchetes de quatro meses do Estadão (junho a setembro de 2010), atentando apenas à manchete principal. Separei tais manchetes em três segmentos: as de apoio à candidatura tucana (ou contra o governo Lula); as isentas; e as de apoio à candidatura Dilma (ou favoráveis ao governo).
Eis o resultado


Em junho, 17 manchetes podem ser consideradas neutras, nove a favor de José Serra (cerca de 30%) e três creditadas para a “coluna Dilma” (10%). Cumpre ressaltar que as manchetes favoráveis à campanha petista diziam respeito apenas às pesquisas eleitorais, como a do dia 24 daquele mês (“Ibope mostra Dilma à frente de Serra pela primeira vez”); editorialmente muito diferente da publicada em 13 de junho (“Candidato oficial, Serra ataca os 'neocorruptos'”).
Em julho, o Estadão dedicou 13 manchetes favoráveis a Serra (43%), 16 isentas e 1 favorável à campanha Dilma.
Em agosto, quando a campanha de Dilma já se mostrava francamente em vantagem, o Estadão ampliou sua participação na campanha tucana dedicando-lhe 16 manchetes (53,3%), contra 2 favoráveis a Dilma e 13 isentas.
Aí chegou setembro e o PIG entrou em completo desespero. A família Frias dedicou em sua imparcial Folha de S.Paulo 22 manchetes que favoreciam a candidatura Serra (73,3%) contra 7 isentas e 1 a favor de Dilma. O Estadão, firme em sua trajetória de apoio, dedicou 26 (86,6%) das 30 manchetes para favorecer seu candidato, 3 isentas e 1 (novamente apenas dados de pesquisa) que favorecia a candidatura Dilma. O campeão, entretanto, foi o O Globo, que dedicou 28 manchetes (93,3%) para tentar alavancar a candidatura tucana e 2 isentas. O jornal da família Marinho protagonizou, no último mês de campanha, pérolas do jornalismo como as seguintes manchetes:
- Serra reage e diz que Lula serve à estratégia 'caixa-preta' do PT (9 de setembro)
- Serra: Lula deixa roubar' e Dilma é 'envelope fechado' (11 de setembro)
- Dirceu: PT terá mais poder com Dilma do que com Lula (15 de setembro)

Em 30 dias de setembro tivemos nos três maiores jornais do país 76 manchetes (84,4%) a favor de Serra e DUAS para a candidata Dilma. Somem-se a isso as capas e matérias da Veja, da Isto É, da Época, as matérias no miolo desses jornais, as colunas de articulistas, blogs etc. De fato, o PIG não faz campanha.
Confira as manchetes de setembro dos jornais FSP, OESP e O Globo
01 de setembro de 2010
O Globo Lula deixa para o sucessor orçamento com mais gastos
Folha de S. Paulo Dado da filha de Serra foi acessado na Receita
O Estado de S. Paulo Governo usa 'truques' para garantir meta de contas públicas

02 de setembro de 2010
O Globo Fraudes em série levam à quebra do sigilo fiscal da filha de Serra
Folha de S. Paulo Sigilo fiscal da filha de Serra foi violado com procuração falsa
O Estado de S. Paulo Receita tentou abafar violação do sigilo fiscal da filha de Serra

03 de setembro de 2010
O Globo PF investiga se sigilo foi violado também no BB
Folha de S. Paulo Serra diz ter feito alerta a Lula sobre ataques a sua filha
O Estado de S. Paulo Receita já suspeitava de violação política

04 de setembro de 2010
O Globo
Contador estava no PT quando acessou sigilo da filha de Serra
Folha de S. Paulo Dado sigiloso da filha de Serra foi obtido por filiado ao PT
O Estado de S. Paulo Dilma para de subir, e Serra, de cair

05 de setembro de 2010
O Globo Ministros casam agendas com campanha de Dilma
Folha de S. Paulo Consumidor de luz pagou R$ 1 bi por falha de Dilma
O Estado de S. Paulo Investigação de violação de sigilo na Receita blinda Dilma

06 de setembro de 2010
O Globo Sigilo de tucano foi quebrado em MG por outro filiado ao PT
Folha de S. Paulo Dado de vice tucano foi aberto por petista em MG
O Estado de S. Paulo Violador de IR de tucano em Minas também é filiado ao PT

07 de setembro de 2010
O Globo TRE desmente PT e diz que contador não foi desfiliado
Folha de S. Paulo TRE desmonta a versão do PT sobre falso procurador
O Estado de S. Paulo Serra diz que Lula fez deboche com quebra de sigilo na Receita

08 de setembro de 2010
O Globo Lula ignora denúncias e diz que a oposição faz baixaria
Folha de S. Paulo Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para 'baixaria'
O Estado de S. Paulo Lula vai à TV defender Dilma após escândalo

09 de setembro de 2010
O Globo
Serra reage e diz que Lula serve à estratégia 'caixa-preta' do PT
Folha de S. Paulo Escândalo da Receita: Investigada consultou dados do genro de Serra
O Estado de S. Paulo Genro de Serra teve sigilo fiscal violado

10 de setembro de 2010
O Globo
Marina: Lula defende Dilma, mas esquece os cidadãos
Folha de S. Paulo Empresas do país captam US$ 6 bilhões no exterior
O Estado de S. Paulo Governo usa capitalização da Petrobras para fechar contas

11 de setembro de 2010
O Globo
Serra: Lula deixa roubar' e Dilma é 'envelope fechado'
Folha de S. Paulo Governador do Amapá e antecessor são presos
O Estado de S. Paulo PF prende políticos aliados de Lula e Sarney no Amapá

12 de setembro de 2010
O Globo
Receita demitiu 81 servidores em 3 anos por irregularidades
Folha de S. Paulo Onda governista puxa mais 3 rumo ao Senado
O Estado de S. Paulo PF filmou funcionários do governo do Amapá recebendo propina

13 de setembro de 2010
O Globo Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo
Folha de S. Paulo Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador
O Estado de S. Paulo Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo

14 de setembro de 2010
O Globo Mesmo no governo, Erenice foi dona de duas empresas
Folha de S. Paulo Presidente 40 Eleições 2010: Lula mantém Erenice no cargo e exonera assessor
O Estado de S. Paulo Governo demite assessor de Erenice para conter escândalo

15 de setembro de 2010
O Globo Dirceu: PT terá mais poder com Dilma do que com Lula
Folha de S. Paulo Caso Erenice põe o governo na ofensiva e partidos batem boca
O Estado de S. Paulo Lula comanda reação do governo para blindar Erenice

16 de setembro de 2010
O Globo
Caixa terá de pagar R$ 500 mil a caseiro que derrubou Palocci
Folha de S. Paulo Filho de Erenice pediu 5% por crédito do BNDES, diz empresa
O Estado de S. Paulo Inquérito da PF contraria tese de crime político na Receita

17 de setembro de 2010
O Globo
Denúncia que atinge campanha de Dilma faz Lula tirar Erenice
Folha de S. Paulo Presidente 40 Eleições 2010: Novas acusações derrubam ex-braço direito de Dilma
O Estado de S. Paulo Escândalo na Casa Civil cresce e derruba Erenice

18 de setembro de 2010
O Globo Só agora o governo vai punir Erenice por não revelar bens
Folha de S. Paulo Filho de Erenice 'nomeou' amigos para a pasta de Dilma
O Estado de S. Paulo Comissão de ética só agora pune Erenice por esconder parentes

19 de setembro de 2010
O Globo
Projeto que pune tráfico de influência parou no Planalto
Folha de S. Paulo Dilma diz que não sabia de esquema na Casa Civil
O Estado de S. Paulo Diretor dos Correios monta esquema no transporte aéreo

20 de setembro de 2010
O Globo
Denúncia de favorecimento na Casa Civil derruba diretor dos Correios
Folha de S. Paulo Planalto manda TV estatal filmar comícios de Dilma
Estado de S. Paulo Após denúncia, Correios anunciam demissão de diretor

21 de setembro de 2010
O Globo Em defesa de Erenice - Dilma: 'Ninguém sabe tudo o que acontece na família'
Folha de S. Paulo USP vai reavaliar currículos e pode eliminar cursos
O Estado de S. Paulo Lula chama Paulo Bernardo para conter crise nos Correios

22 de setembro de 2010
O Globo Após lotear Correios, governo corre contra apagão postal
Folha de S. Paulo Falha para metrô, provoca pânico e prejudica 150 mil
O Estado de S. Paulo TV de Lula contrata empresa que emprega filho de Franklin

23 de setembro de 2010
O Globo
Dois novos casos com parentes atingem o Palácio do Planalto
Folha de S. Paulo Com escândalos, cai vantagem de Dilma, mostra o Datafolha
O Estado de S. Paulo Manifesto ataca 'autoritarismo' de Lula

24 de setembro de 2010
O Globo
Lula diz que pode ter sido enganado no caso Erenice
Folha de S. Paulo Petrobras conclui maior venda de ações da história
O Estado de S. Paulo Megacapitalização pode por R$ 50 bi no caixa da Petrobras

25 de setembro de 2010
O Globo Julgamento de Ficha Limpa no STF pode voltar à estaca zero
Folha de S. Paulo Impasse no Ficha Limpa põe 171 candidatos em suspenso
O Estado de S. Paulo Serra e Marina sobem, mas Dilma ainda vence no 1º turno

26 de setembro de 2010
O Globo Mais de 2 mil municípios do país são subdesenvolvidos
Folha de S. Paulo Presidente 40 Eleições 2010: PT repete os erros do mensalão, diz Marina
O Estado de S. Paulo Serra mira S. Paulo, Minas e Rio; Dilma aposta mais na TV

27 de setembro de 2010
O Globo De olho no segundo turno, Marina ataca Dilma e Serra
Folha de S. Paulo Presidência incha no governo Lula
O Estado de S. Paulo Notícia sobre falcatruas no TO põe 'Estado' sob censura

28 de setembro de 2010
O Globo
Chávez perde maioria absoluta no Congresso
Folha de S. Paulo Dilma cai em todas as regiões e crescem as chances de 2º turno
O Estado de S. Paulo Chávez sai enfraquecido das urnas na Venezuela

29 de setembro de 2010
O Globo
Em queda, Dilma pede PT nas ruas e evita briga com Marina
Folha de S. Paulo Dilma tenta frear perda de voto com apelo à militância
O Estado de S. Paulo Chance de 2° turno altera estratégias das campanhas

30 de setembro de 2010
O Globo Aborto opõe Marina a Dilma e esquenta guerra de candidatas
Folha de S. Paulo Dilma interrompe queda
O Estado de S. Paulo Polêmica do aborto faz Dilma se explicar a líderes cristãos
apoio Karla Aquino, estagiária de jornalismo