terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lula x FHC - Petrobrás X Petrobrax, uma comparação necessária

Nos debates do segundo turno das eleições, o candidato José Serra prometeu "estatizar" a Petrobrás e diversas outras empresas públicas. Serra é um dos principais líderes de seu partido, foi ministro do Planejamento de Fernando Henrique e um dos arquitetos da política de privatização.
Nos oito anos de governo FHC, a Petrobrás foi fatiada em Unidades de Negócio (UN), teve cortes profundos em seu orçamento, seu efetivo foi reduzido para 37 mil pessoas, diversos direitos trabalhistas foram suprimidos e o governo ainda tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax, em clara intenção de privatizá-la (Isso foi uma ação de governo e não obra de um diretor de marketing da Petrobrás, como afirmou Serra no debate da Rede Record dia 25 de outubro).
José Serra foi um dos principais "pensadores" desse modelo responsável pelo desmonte da companhia e pelos maiores desastres ambientais da história da Petrobrás. Entre 1975 e 1994 (20 anos), a Petrobrás foi responsável por 9 desastres ambientais. Entre 1995 e 2002 (8 anos do governo FHC), a empresa registrou 29 desastres, entre eles o afundamento da Plataforma P 36, que provocou a morte de 11 petroleiros.
O governo Lula resgatou a Petrobrás do fundo do poço e a transformou em uma das maiores empresas do mundo, responsável pela descoberta do pré-sal, a grande reserva de óleo e gás que poderá garantir a passagem do Brasil para o Primeiro Mundo.
O jornal do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (clique aqui) apresenta dados e análises desses dois períodos: oito anos de FHC e oito anos de Lula. Por mais crítico que o movimento sindical seja em relação a diversos aspectos do atual governo na gestão da Petrobrás não há grau de comparação entre os dois períodos. Com FHC/Serra, petroleiros lutavam pela sobrevivência da empresa e de seus empregos; com Lula, luta-se para ver qual projeto de desenvolvimento será implantado com a descoberta do pré-sal.
Os tucanos não se cansaram de tentar, nos oitos anos de governo Lula, destruir a Petrobrás; jornais, revistas e internet contêm farto material de consulta. Paulo Renato, ministro da Educação de FHC e deputado federal, entrou com representação em 28/08/2007 contra a Petrobrás porque a empresa descumpria o Plano Nacional de Desestatização ao se tornar mais sólida e pública (leia aqui). Recentemente, David Zilbersztajn, genro de FHC, ex-presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e principal assessor de Serra na área energética, disse que o PSDB pretende rever a lei do pré-sal para oferecer essa riqueza a empresas estrangeiras. Nos debates Serra tentou desqualificar as afirmações de seu assessor.
Uma eventual eleição de Serra representaria um perigo para a Petrobrás e ameaça à soberania do Brasil no campo energético.
Serra mentiu no passado e mente no presente, ele e seu partido sempre defenderam a privatização da Petrobrás e nos últimos 16 anos, como governo e como oposição, não mediram esforços para tentar vender a empresa e entregar as riquezas do povo brasileiro, como fizeram com a Vale do Rio Doce.
Baixe o PDF do jornal de leia como foi o desastre da gestão tucana na Petrobrás. Desastre para a empresa (fatiada e vendida a granel na Bolsa de Valores de Nova Iorque), desastre para os trabalhadores (cerca de 18 mil postos de trabalho foram extintos e dezenas de direitos cortados); desastre para o meio ambiente - afundamento da P-36, com 11 mortes (março de 2001) e os dois maiores desastres ambientais do Brasil: vazamento de 1,3 milhão de litros na baía da Guanabara (janeiro de 2000) e 4 milhões de litros nos rios Barigui e Iguaçu, no Paraná (julho de 2000); desastre para o povo brasileiro, que quase perdeu sua empresa símbolo.

DIMINUIÇÃO DA MISÉRIA


O gráfico mostra o percentual da população brasileira que vive na linha da miséria, isto é, com proventos de menos de 3 reais por dia (R$ 90,00 por mês). Em 1992, mais de um terço da população do país (36,16%, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas-FGV) viviam na miséria. Em 1995 esse índice havia abaixado para 28,79%, índice que pouco se alterou até o final do governo Fernando Henrique (28,17% ao final de 2002). Durante o governo Lula esse percentual vem caindo de maneira constante e atingiu o índice de 15,54% em 2009, o menor da história. Mesmo assim, isso representa, ainda, quase 28 milhões de pessoas que necessitam da continuidade das políticas sociais.


LUCRO DA PETROBRÁS


O gráfico acima mostra a tendência de queda do lucro da Petrobrás a partir do ano 2000, fruto da política de sucateamento da empresa e redução do número de empregados.
Essa tendência se inverte a partir de 2003. Em 2008, a Petrobrás obteve o segundo maior lucro entre todas as empresas da América, superando gigantes como Microsoft, Walmart, IBM e GE. Em 2009, sob os efeitos da crise mundial, o lucro líquido da empresa voltou a cair. O menor lucro líquido obtido pela Petrobrás no atual governo (R$ 16,9 bilhões, em 2004) é muito superior ao maior lucro obtido no governo FHC (R$ 9,9 bilhões, em 2000). Em 2009, o faturamento da Petrobrás representou 20% do faturamento das 500 maiores empresas brasileiras juntas. É essa "empresinha" que o governo Fernando Henrique queria mudar de nome para privatizar.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Em sete anos e meio do atual governo, o acumulado da geração de empregos é 79% maior do que nos oito anos do governo anterior. Foram criados, em média 155.521 postos de trabalho por mês durante o governo Lula contra 52.257 no governo Fernando Henrique. No ritmo que a economia do país ia até 2002, o PSDB precisaria de 22,3 anos de gestão para atingir os números alcançados em menos de oito anos do governo atual.
EMPREGOS NA PETROBRÁS


A partir de 2003, os concursos públicos na Petrobrás foram retomados e milhares de trabalhadores foram admitidos nos últimos oito anos. Em 2002, existiam 37.063 petroleiros nos quadros da empresa. Em 2009, o efetivo próprio da companhia ultrapassou 55 mil petroleiros.

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