segunda-feira, 31 de março de 2008

Comissão de Trabalho da Câmara vota projetos sobre direito de greve

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público pode votar nesta quarta-feira (2) o Projeto de Lei 4497/01, da deputada Rita Camata (PMDB-ES), que regulamenta o direito de greve no serviço público. A proposta estabelece os direitos dos servidores em greve, proíbe a administração pública de fazer qualquer ameaça ao exercício legítimo desse direito e prevê punições para os funcionários que abusarem dessa garantia. O relator, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), apresentou substitutivo que altera o projeto e incorpora sugestões de outras sete propostas.De acordo com o substitutivo, a greve é caracterizada pela paralisação de mais da metade dos servidores. O texto do relator também estabelece que, nos serviços essenciais, pelo menos 45% dos servidores devem trabalhar normalmente. Os serviços considerados essenciais pelo relator são relativos a aeroportos, rodovias, portos, ferrovias e transporte público em geral; à segurança pública; ao policiamento e controle de fronteiras; à fiscalização tributária alfandegária; ao fornecimento de água, energia elétrica e serviços de telecomunicações; à defesa e controle do tráfego aéreo; e a necropsia e funerais. O texto ainda estabelece normas para a negociação entre servidores e o governo, com a definição de prazos, e descarta o pagamento por dias não trabalhados.O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS) considerou que as medidas propostas por Marquezelli inviabilizam o exercício do direito de greve pelo servidor, que é garantido na Constituição. Por essa razão, Zimmermann apresentou voto em separado ao PL 4497/01. A proposta alternativa de Zimmermann, mais branda, considera os dias de greve como falta justificada e flexibiliza o percentual de servidores que devem garantir a prestação dos serviços que não podem ser interrompidos, entre outros pontos.
(fonte: Câmara Federal)

sábado, 29 de março de 2008

Cesp: a guerra contra a privatização não acabou

Na manhã do dia 26, dezenas de manifestantes se reuniram no centro da capital paulista para comemorar o fiasco da tentativa de privatização da Cesp, a terceira maior geradora de energia do país.
Oferecida pelo governo tucano de José Serra por R$ 6,6 bilhões, o leilão de privatização não encontrou eco na iniciativa privada, que boicotou a venda à espera de que o preço abaixe. Afinal, se os emplumados deram a Vale do Rio Doce por R$ 3,3 bi, seria de se esperar mamata proporcionalmente idêntica. O governo Zé Serra não pôde fazer isso por estar premido por questões políticas – leia-se, a sua candidatura à presidência em 2010.
Como explicação para o fracasso, citou a crise financeira internacional, que faz com que os bancos sejam mais cautelosos nos empréstimos de vulto, e a possibilidade do fim da concessão das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá (no rio Paraná). Juntas, as duas hidrelétricas federais são responsáveis por 2/3 da produção de energia da Cesp.
Ambos motivos pesaram na balança, e também a pressão de parlamentares da Assembléia Legislativa, do sindicato da categoria, da CUT e de entidades da sociedade civil que entendem que setores estratégicos, como a geração e comercialização de energia, não podem ser reféns da lógica do lucro do mercado e da desregulamentação do Estado. São setores que devem estar a serviço da estratégia de desenvolvimento do país.
Para Antonio Carlos Spis, dirigente do Sindicato dos Petroleiros Unificado de São Paulo e membro da executiva nacional da CUT, apesar da vitória momentânea dos movimentos sociais, é necessário não baixar a guarda. "Todos estão de parabéns porque se constituiu um fórum acima das divergências dos sindicatos e dos partidos. Apesar da vitória pela não realização do leilão da Cesp, é preciso ficar alerta porque temos um judiciário corrupto e, por natureza, os partidos de direita, principalmente o PSDB, são entreguistas do patrimônio público. O desafio agora é sensibilizar a sociedade, que já demonstrou ser contra as privatizações. A nossa luta não pode se prender à não privatização da Cesp, mas também deve abraçar a luta pelo cancelamento do leilão da Vale do Rio Doce e contra os leilões do petróleo", destacou o dirigente no ato promovido pelos movimentos sociais em São Paulo.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Piquetes da abundância





A Argentina volta ao cenário internacional em mais um prenúncio de crise, desta vez protagonizada pelos ruralistas, um dos setores mais privilegiados da sociedade portenha. A gênese desta crise reside em dois fatores, que se mesclam num mesmo caldeirão. Recentemente, o governo da presidente Cristina Kirchner aumentou o valor do imposto sobre exportações de produtos agrícolas, contrariando interesses das camadas mais abastadas do campo, que nunca ganharam tanto como nos últimos anos, após a quebra do país nos início dos 2000.

Conjuntura econômica
Diferentemente do Brasil, a Argentina adotou um outro modelo para sair da crise, com valorização do dólar diante do peso e ênfase no crescimento à custa de maior inflação. Com a moeda nacional desvalorizada, na base de 3x1 em relação ao dólar (durante muitos anos, o governo manteve a paridade artificial do dólar em relação à moeda argentina, a exemplo do que fez FHC com o real, política econômica que ajudou a afundar ambos os países), o setor agro-exportador passou a ter lucros exorbitantes. À despeito dessa abundância, jamais deixou de ser ideologicamente oposição ao governo, tanto de Nestor, como da atual presidente, Cristina Kirchner.
Ao ver seus lucros taxados, o setor ruralista passou a promover nas últimas duas semanas, piquetes nas estradas, lockout e promover o desabastecimento interno, afetando, principalmente, as camadas mais carentes da população. Em discurso, Cristina Kirchner chamou a manifestação de “piquetes da abundância”, o choro das elites que não querem largar mão do filé mignon.

Conjuntura ideológica
Apesar de ter sido eleita em primeiro turno, a ex-primeira dama perdeu entre os setores mais ricos da população e na capital Buenos Aires. Essa elite, apesar de eternamente beneficiada em todos os governos, não engole governos que sejam um pouco mais comprometidos com as camadas populares. Nesse aspecto, se parece com a burguesia brasileira, que apesar de se locupletar como nunca no governo Lula, não hesitará em colocar um punhal em suas costas à primeira oportunidade.
A manifestação dos ruralistas argentinos foi engrossada esta semana com um “panelaço” na capital portenha, promovido por representantes das classes média e alta - “indignados”, mesmo sem nunca terem visto um boi na vida -, filhinhos de papai de vários matizes e motivações e neonazistas.
Ao chegarem à praça de Maio, tradicional ponto de manifestações, às portas da Casa Rosada, sede do governo, foram confrontados por manifestantes pró-governo.
À exemplo do Brasil, a elite argentina nada tem do que chorar, pelo contrário, o país registra taxas de crescimento de 9% ao ano, inflação manipulada, mas sob controle e os ricos nunca ganharam tanto.
O que está em curso na Argentina, é o mesmo repertório de combate ideológico de um setor da sociedade que não deseja ver o Estado organizado, funcionando e prestando serviços, mesmo que aquém do necessário, para as camadas mais desfavorecidas da população. À diferença do Brasil, é que se trata de uma elite mais politizada e de um país com dimensões geográficas menores, o que facilita a mobilização e organização dessa nova direita reacionária.

quarta-feira, 26 de março de 2008

João Felício comenta a criação da CSA

É com enorme satisfação que participamos do processo de unificação do sindicalismo mundial, com a fundação da Central Sindical Internacional (CSI) e, agora, entre os dias 27 e 29, no Panamá, com a Central Sindical das Américas (CSA). São processos convergentes, que refletem as mudanças em curso no planeta, em que os trabalhadores vão conquistando espaços de maior protagonismo.Particularmente na nossa América Latina e no Caribe, vivenciamos um momento rico, de avanço dos povos, de fortalecimento da democracia, virando a página das ditaduras militares sob o controle de Washington, de tão triste lembrança. Governos de ocupação, como os de Álvaro Uribe na Colômbia, que já soma mais de 400 dirigentes sindicais assassinados sob sua gestão, estão cada vez mais isolados no Continente, que aspira e caminha rumo à construção de um novo tempo. Com nossa unidade de ação, descortinamos novos horizontes de integração e solidariedade antiimperialista.No Brasil, a unidade da classe trabalhadora tem sido um dos pilares básicos de sustentação da nossa luta, onde tremulam alto as bandeiras da liberdade e autonomia sindical, com uma atuação classista, independente de patrões, partidos ou governos. Desenvolvemos ações conjuntas com as demais Centrais Sindicais brasileiras, com Marchas Unificadas da Classe Trabalhadora, que resultaram em valiosas conquistas como a política de valorização do salário mínimo, garantindo reajuste real acumulado de 37% nos últimos anos, o maior em duas décadas. Da mesma forma, garantimos recentemente que o governo enviasse ao Congresso Nacional o pedido de ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT, sobre o direito à organização e negociação coletiva no setor público e o impedimento à demissão imotivada. Atualmente, a prioridade da CUT é a luta pela redução constitucional da jornada de trabalho sem redução de salário. A companhia de tantos amigos e amigas no evento da CSA redobrará o nosso compromisso e a confiança na justiça da caminhada iniciada com a fundação da CUT em 1983, quando afirmamos nosso internacionalismo. Desde o primeiro congresso da Central, nossa marca tem sido a da solidariedade com a luta de libertação nacional, pelo direito dos povos à autodeterminação e pelo respeito à soberania das nações. Com esta identidade, nos solidarizamos com o povo palestino e entregamos apoio militante às lutas do sindicalismo da região contra as trevas do obscurantismo. Participamos ativamente na criação da Coordenadoria de Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), em 1986, que se constituiu em ferramenta indispensável para pressionar que o Mercosul fosse um processo de integração que atenda aos interesses da classe trabalhadora.A CUT filiou-se à Ciosl e ORIT em 1992, com a perspectiva de construí-la como espaço de unificação de todo o sindicalismo mundial. Em 1997, promovemos em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, uma expressiva manifestação contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e, na seqüência, tivemos participação ativa na criação da Aliança Social Continental (ASC), uma ampla coalizão de movimentos sociais, centrais sindicais e ONGs, que impulsionou mobilizações que ajudaram a enterrar definitivamente esse projeto em novembro de 2005, em Mar del Plata, na Argentina.Nossa Central desenvolve uma frutífera política de Redes de Trabalhadores de Empresas Multinacionais, articulando Sindicatos brasileiros com base nessas corporações e Sindicatos dos países matriz. Criou um Observatório Social como centro de pesquisa que alimenta com informações sobre a atuação das multinacionais a essas Redes.Em 2001, a CUT esteve entre as organizações que lançaram o Fórum Social Mundial (FSM), que se afirmou como espaço da sociedade civil para se contrapor ao modelo de globalização neoliberal, privatista e excludente. Em janeiro de 2009, nosso País sediará o 8º FSM, em Belém, na região amazônica brasileira, quando novamente estaremos somando nossas vozes pela construção de um novo mundo.Temos a convicção de que o Congresso de fundação da CSA, mais do que coroar esta rica trajetória, significará um poderoso impulso rumo a novas lutas e conquistas no Continente.

terça-feira, 25 de março de 2008

Morre Sérgio de Souza, fundador da 'Caros Amigos'


(publicado a partir do Portal Terra)

Sérgio de Souza, 73 anos, editor e um dos fundadores da revista Caros Amigos morreu hoje, por volta das 6h, em São Paulo. Ele estava internado no hospital Oswaldo Cruz, na capital paulista.
Segundo a assessoria da revista Caros Amigos, Sérgio de Souza morreu após complicações pulmonares. Sérgio de Souza, conhecido como Serjão, havia sido operado dia 10 de março de 2008 em razão de uma perfuração no duodeno. Ele será velado e cremado no cemitério da Vila Alpina. A cerimônia começa a partir das 12h.
Souza deixa viúva a jornalista Lana Nowikow, com quem teve três de seus sete filhos. Nascido em 1934 no Bom Retiro, bairro tradicional no centro da capital paulista, Serjão era autodidata e não chegou ao curso superior.
Bancário, viu uma notícia na Folha de S. Paulo no fim da década de 1950, que dizia "você quer ser jornalista?". Ele fez um teste e, aprovado, entrou para a reportagem do jornal. Quatro anos depois, a convite de Paulo Patarra, transferiu-se para a Quatro Rodas, da Editora Abril. Lá, em 1966, fez parte da equipe que fundou e lançou a Realidade.
Há onze anos, em abril de 1997, Sérgio lançou, com amigos e associados, a revista Caros Amigos, que dirigia até duas semanas atrás.

II Encontro Nacional de Comunicação do Ramo Metalúrgico

Discutir o papel da comunicação para os trabalhadores e criar uma rede nacional de comunicação são os principais objetivos do II Encontro Nacional de Comunicação do Ramo Metalúrgico da CNM-CUT. O evento acontece de 25 a 27/3 e pretende reunir cerca de 50 dirigentes das áreas de comunicação e jornalistas dos sindicatos e federações filiadas à CNM-CUT em todo o país.

Franklin Martins
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, participará no primeiro dia (25/3), às 16h, e falará sobre a TV Brasil – um novo projeto de TV pública que entrou no ar no país em dezembro de 2007; o professor e doutor em ciência da comunicação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Emiliano José, também participará do evento e versará sobre comunicação, hegemonia e luta de classes.

domingo, 23 de março de 2008

Iraque: cinco anos e 1 milhão de mortos



Ao completar cinco anos da invasão do Iraque pelos Estados Unidos, o conflito já computa a marca de 1 milhão de mortos, a maioria civis iraquianos. Nos EUA, protestos contra a guerra ocorridos nas principais capitais do paísforam reprimidos pelo governo e rendeu mais de 200 prisões. O custo da invasão para os EUA atinge a cifra de US$ 1 trilhão e estrangula a economia do império.

CUT e CEF firmam convênio para crédito imobiliário


A CUT-SP e a Caixa Econômica Federal celebraram convênio para que os trabalhadores de entidades filiadas à Central possam pagar juros menores nos financiamentos para a casa própria. A expectativa é que se ofereça juros com taxa de 5% ao ano; atualmente, os menores juros são de 5,5% aa.

Jornal da CUT


Com um debate sobre o papel da Comunicação no desenvolvimento democrático do país, a CUT Nacional lançou no dia 17/3 seu jornal. O debate contou com a participação do jornalista Paulo Henrique Amorim, que não poupou críticas aos veículos tradicionais de comunicação, Folha, Estado e Globo em particular. Na mesa do Bom Dia Brasil, da Globo, há uma lista com as pessoas, personalidades sociais e políticas que não podem ser entrevistadas pelos jornalistas, afirmou o experiente jornalista.

sábado, 22 de março de 2008

IG tira Conversa Afiada, de PHA, do ar

fonte:http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=964
Tentativa de assassinato de um blog.
José de Souza Castro, do Tamos com Raiva

Parei de fazer comentários no Comunique-se quando censuraram três deles,sem uma explicação razoável. E foi lá, ontem à noite, que soube que o IGhavia tirado do ar, sem maiores justificativas, o blog Conversa Afiada (dojornalista Paulo Henrique Amorim, que foi meu chefe no Jornal do Brasil háquase 30 anos). Esperei para hoje a repercussão desse ato, que à primeiravista me pareceu um negócio da China. Não é lá que censuram blogs?Estou ainda esperando uma reação do Observatório da Imprensa, que se limitouaté agora, apesar de cobranças de comentaristas, a apenas reproduzir, naseção Entre Aspas, a notícia do Comunique-se (retirando, portanto, a castanhaquente do fogo com mão de gato). Essa notícia, assinada por Carla SoaresMartin e Miriam Abreu, afirma que "não é possível mais acessar a página quePaulo Henrique Amorim mantinha no iG". Acrescenta que o Portal rescindiuo contrato que terminaria dia 31 de dezembro e que PHA será indenizado. Afirmatambém que a baixa audiência e a receita não compensavam os gastos. O donodo blog informou que o assunto seria tratado por seus advogados.Espanto! Dos 50 comentários postados até as 15h03 de hoje embaixo da notíciano Comunique-se, apenas 23 condenavam a atitude do IG. O primeiro comentáriofoi este, da freelancer Gervilma Meira Santos, postado às 19h11 de ontem:"IH, AGORA O PEQUENO VAI VIRAR HERÓI dos petralhas. vai dizer que censurado,vai ganhar mais pontos no governo, vai ser até estáuta (sic) em santo antãodo pé de couve. ph é um ser humano tão triste, tão triste, que eu choro porele. coitado, mas já vai tarde. next: nassif".Depois desse, o nível não melhorou muito, com as exceções de sempre.Lavou-me a alma, porém, ao ler o blog do jornalista Luiz Carlos Azenha edescobrir que o jornalista Mino Carta, proprietário da revista Carta Capital,decidiu sair do IG, em protesto. Mino escreveu o seguinte, às 12h54 de hoje:"Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorimpor razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimentodo contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveisque tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhesentender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturasem relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O lequedas possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foramosalvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada".Hoje cedo, Azenha comentou:"O Portal da Imprensa disse, sem ouvir as partes e atribuindo a notícia auma fonte anônima, que foi por falta de audiência. O jornalista nega. O estranhoé que o Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, 'sumiu' do ar, sem maisnem menos. Sem qualquer explicação. Blecaute como nunca vi, nem no Brasil,nem nos Estados Unidos. Blecaute na China a gente entende: há censura. Blecauteno vídeo da Cicarelli a gente entende: foi a Justiça. Mas esse blecaute foiestranho: pluft. Desplugaram o site sem qualquer explicação aos internautas.O precedente está aberto: amanhã a Veja dá um pluft no Reinaldo Azevedo.O IG dá (outro) pluft no Mino Carta. O Globo dá um pluft no Noblat. Comoendereço, na internet, vale ouro ? é como ponto de encontro ?, como evitarisso?"Horas antes, Azenha já havia anunciado uma outra forma de protesto:"Não vou entrar no mérito de qualquer disputa entre o IG e o Paulo HenriqueAmorim. Faltou audiência? Foi censura? Pouco importa. O que importa, em minhaopinião, é que o IG desplugou o site de um jornalista sem dar satisfaçãoàqueles que importam: os internautas. Sejam eles leitores do Luís Nassifou do Reinaldo Azevedo, acho que merecem respeito. Qual foi a explicaçãodo IG? Nenhuma. Alguém 'vazou' uma informação para o Portal Imprensa. A verdadefactual: o IG desplugou um site sem dar, antecipadamente, satisfação aosleitores.O que posso fazer?Protestar, sim. Protestar em nome da imprensa livre. Da mesma forma que protestariase tivessem 'tirado' do ar a TV Globo, a Folha de S. Paulo ou o Cidadania.com.Eu não sei quem é o responsável. Mas quem quer que seja é uma pessoa a quemfalta coragem, caráter e integridade jornalística.Eu não quero QUALQUER TIPO DE ASSOCIAÇÃO com essa gente, nem indireta. Comosei que o IG tem relação com o prêmio iBest, retiro minha candidatura, emboraeu não tenha sido o responsável pela inscrição de meu blog no prêmio. Peçodesculpas a quem me indicou. Espero que compreenda o princípio que norteoua minha decisão. Peço a vocês que não votem no meu blog.Não importa se o IG cumpriu ou não o contrato: acho que você, leitor, mereciauma satisfação antes de qualquer blecaute".O Tamos com Raiva não se inscreveu, até onde sei. Mas podemos protestar transcrevendoesses protestos e acrescentando o nosso.É inaceitável o que o IG fez com o Conversa Afiada!Se os donos do IG queriam silenciar o velho jornalista, enganaram-se. Elejá criou um novo blog . O novo Conversa Afiada reentrou na blogesfera como seguinte esclarecimento de Paulo Henrique Amorim:"O Conversa Afiada ficou fora do ar por 08 horas e 58 minutos.Breve, escreverei um Máximas e Mínimas para tentar explicar o que aconteceu.O iG se limitou a enviar uma notificação assinada por Caio Túlio Costa, paraavisar que o contrato se rescindia de acordo com cláusula que previa um avisoprévio.Não é a primeira vez que me mandam embora de uma empresa jornalística.Só o Daniel Dantas me 'tirou do ar' duas vezes: na TV Cultura e no Uol.E ele sabe que não vai me tirar, nunca ...Com isso, se encerrou a vida deste blog num portal da internet.Nenhum blog de relevância política nos Estados Unidos, por exemplo, estápendurado num portal.Essa é a virtude a internet: último reduto do jornalismo independente.Assim, se você acha que o Farol de Alexandria e o presidente eleito são doisimpostores; se você gosta do Festival do Tartufo Nativo; se acha que o PIG,além de ilegível, não tem salvação; que os portais da internet brasileirasão uma versão ? para pior ? do PIG; que a Veja é a última flor do Fascio;que o Ministro (?) Marco Aurélio de Mello deveria ser impeached; que DanielDantas deveria estar na cadeia; que Carlos Jereissati e Sergio Andrade vãoficar com a "BrOi" sem botar um tusta; que a "BrOi" significa que o GovernoLula vai tirar Dantas da cadeia; que chega de São Paulo, porque está na horade um presidente não-paulista etc etc etc... se você acha tudo isso, continuea visitar o Conversa Afiada neste novo e renovado espaço.Em tempo: o Conversa Afiada anuncia publicamente que não é candidato a nadano iBest. Nunca levou isso a sério. Não vai ser agora que vai levar.Muitas novas atrações virão.Até já!"Nós, do Tamos com Raiva, damos as boas-vindas ao novo blog. Vida longa aoConversa Afiada! E a todos nós ? pois, se a moda pega...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Não existe pátria sem patrimônio


No chuvoso sábado de 15 de março, o auditório da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio de Janeiro, entidade que teve em seu ex-presidente, Barbosa Lima Sobrinho, um dos maiores defensores do monopólio do petróleo, foi palco de mais um momento histórico na luta contra a privatização das riquezas naturais do país.
Sob coordenação do SindipetroRJ, da Aepet, do MST, da CUT, FUP, Conlutas, FNP e Fist, mais de 100 pessoas representando cerca de 60 entidades participaram do Seminário Contra a Privatização do Petróleo e Gás. Ao final dos trabalhos foi lançado o Fórum Nacional Contra a Privatização do Petróleo e Gás, articulação de entidades sindicais e populares que pretende desenvolver uma campanha nacional contra os leilões de venda de áreas de exploração de petróleo e avançar na luta pela recuperação de patrimônios entregues à iniciativa privada, como a Companhia Vale do Rio Doce.
O período da manhã foi destinado a debates entre convidados. O representante da Aepet, João Victor Campos, criticou a lei 9478/97, que quebrou o monopólio da Petrobrás, e sugeriu que todos os parlamentares daquela legislatura no Congresso, que votaram a favor do projeto de Fernando Henrique, tenham seus sigilos bancários quebrados para verificar se houve compra de votos.
O Ministro das Relações Exteriores do Governo Paralelo do México, Gustavo Iruegas, apresentou um balanço histórico da luta do povo mexicano contra a privatização de suas reservas. “A primeira revolução social do século 20 na América aconteceu quando o presidente Cárdenas nacionalizou o petróleo”, afirmou o ministro. Segundo ele, a partir de 1982, o neoliberalismo assumiu o comando do país, retomando “a histórica prática das oligarquias de fraudar eleições”. As marcas do neoliberalismo estão fincadas nos números da economia mexicana. “Há 25 anos, todos os bancos eram nacionais, hoje existe apenas 1 banco mexicano; 85% do patrimônio do Estado foi vendido, mas a situação de vida do povo piorou”, afirmou Iruegas, para quem a luta contra a privatização do petróleo é essencial na estratégia de desenvolvimento do país. “Se entregarmos nosso patrimônio, o México será sempre empregado das multinacionais e nunca se firmará como nação”, completou.
O representante do MST, João Pedro Stédile, reafirmou o compromisso do Movimento com as lutas sociais e a dos petroleiros. “Como cidadãos, temos o dever de defender o patrimônio do nosso país”, afirmou.
Ele buscou no movimento que o capital especulativo faz em nível mundial e na disputa geopolítica por energia algumas das razões dos ataques à Petrobrás e ao patrimônio nacional e completou propondo que a campanha englobe outros setores dominados pelo capital internacional. “Na agricultura, por exemplo, o setor de fertilizantes, que há alguns anos estava sob controle de subsidiárias da Petrobrás, hoje está quase integralmente nas mãos de três multinacionais, a Cargill, a Monsanto e a Bungee. Após essa privatização, o preço dos fertilizantes aumentou 137% enquanto a inflação no mesmo período foi de cerca de 25%”, acrescentou o dirigente do MST.

Campanha permanente
Após a intervenção dos convidados foi aberto o microfone para os comentários da platéia. Alguns oradores tentaram acirrar disputas políticas entre a FNP e a FUP e centrais sindicais que se opõem à atuação da CUT, mas o petroleiro Antonio Carlos Spis, diretor do Unificado e membro da executiva nacional da CUT, fez um chamado à unidade de ação. “Esta nossa luta tem que estar acima das ambições e projetos pessoais”, destacou Spis para, em seguida, criticar a postura do governo e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em manter os leilões de privatização. “Esta campanha tem que ser permanente e abranger outros setores da sociedade”, afirmou Spis, que reafirmou, ainda, a luta por mais segurança no trabalho petroleiro.
A unidade também foi o centro do discurso do conselheiro da Petros e diretor da FUP, Paulo César Martin. “Não estamos disputando votos aqui, estamos formando um núcleo de resistência aos ataques do neoliberalismo”.
Em nome da FUP, João Antonio Moraes saudou o dirigente do governo paralelo mexicano, afirmando que a campanha do petróleo desenvolvida na década de 1950 teve inspiração na luta do povo daquele país. Em seguida informou as atividades que a Federação vem desenvolvendo na luta contra os leilões e em defesa da categoria e reforçou o caráter unitário que deve ter o movimento.

Eixos, mobilização e comunicação
O período da tarde foi destinado para o encaminhamento de propostas de ação dos eixos da campanha contra a privatização do petróleo. Veja, a seguir, as principais resoluções do Seminário.

Eixos
- Barrar os Leilões das áreas promissoras de petróleo e gás
- Mudar o marco regulatório – a lei 9478/97 – lei do FHC, que retirou o monopólio da Petrobrás.- Nacionalização do petróleo e gás


Propostas de mobilização
- Realizar um Ato Nacional no Rio de Janeiro, no início de junho com bandeiras contra privatização do petróleo e pela reestatização da Vale do Rio Doce. - Enviar cartas à Presidência da República e à Casa Civil, exigindo o fim dos leilões e a nacionalização do petróleo e gás.
- Preparar abaixo-assinado para ser entregue ao presidente Lula e à Casa Civil.- Articular a bandeira contra privatização do petróleo e gás com o calendário das lutas do povo brasileiro (1º de Maio, Grito dos Excluídos etc.)
- Realizar Atos nas capitais.
- Participar do Ato que marca os 40 Anos da morte do estudante Edson Luís, com faixas, no próximo 28 de março, com concentração na Candelária
- Outras propostas serão discutidas na reunião do Fórum

Propostas de Comunicação com a sociedade
- Fazer campanha pelos veículos de comunicação das entidades
- Construir um Jornal Unificado para ser trabalhado na sociedade.
- Preparar faixas e cartazes.

Proposta de Atividades de formação
- Elaborar uma Cartilha Popular
- Organizar debates nas escolas, universidades, associações de moradores entre outros locais.
- Realizar seminários nas principais capitais

quinta-feira, 13 de março de 2008

A invasão do Iraque e o ovo da serpente


Livro publicado pelo Prêmio Nobel de Economia Joseph Stinglitz (The Three Trillion War: The Cost of the Iraq Conflict – A guerra de 3 trilhões de dólares, o custo do conflito do Iraque) estima que a invasão do Iraque já custou US$ 3 trilhões aos cofres dos EUA, valor suficiente para financiar a construção de 8 milhões de casas, custear o atendimento para 530 milhões de crianças ou prover a aposentadoria da população dos Estados Unidos por 50 anos.
Para se ter uma noção da dimensão desse montante, basta lembrar que os mesmo EUA dedicam US$ 5 milhões por ano para ajuda humanitária na África, valor equivalente a 10 dias de guerra no Iraque.
As operações militares no Iraque já consumiram mais recursos que os 12 anos da Guerra do Vietnã e do que a Guerra da Coréia. Quando Bush mentiu para seu povo e para o planeta afirmando que o Iraque possuía armas de destruição em massa, o objetivo central das operações militares era garantir o acesso às reservas de petróleo. Quando da invasão o barril valia no mercado internacional US$ 25, na semana passada, ultrapassou a marca dos 100 dólares o barril.

Ovo de serpente
Entre outras, essa é uma das causas da atual crise econômica que passa o império. O dinheiro empregado para financiar a invasão, que poderia estar sendo aplicado em outros setores, como o imobiliário, estrangula a economia dos EUA; sem liquidez, o país perde a capacidade de definir políticas econômicas e é obrigado a contrair cada vez mais empréstimos estrangeiros. “O déficit dos EUA é tão grande que não tem como socorrer seus próprios bancos”, afirmou recentemente Stinglitz em uma audiência no Congresso estadunidense.
Como em um ovo de serpente, em que através da casca é possível ver o réptil se formando, também é possível identificar na insana e corrupta administração George Bush, sinais de recessão da maior economia do planeta.
O Iraque perdeu milhares de vidas, os EUA algumas e vários trilhões de dólares, o mundo paga por tabela o custo da insensatez do governo Bush. O império começa a dar mostrar que seu ciclo de vida é menos longo do que se imaginava. E quando for embora não deixará saudades a ninguém.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O tropeiro que não era aranha nem caranguejo

Limiar lança o novo livro de Mouzar Benedito dia 16 de março (domingo), às 18h, no SESC Pompéia.
Na oportunidade acontece, também, o show da banda Pererê







Tempos e costumes idos, ficou a história.

Início do século passado. No intervalo entre as duas grandes Guerras, o jovem roceiro Marcelino divide-se entre um amor que acredita não merecer por seus impulsos a uma vida agitada de tropeiro, cheia de aventuras, tiros e farras em casas de mulher-dama, no então despovoado interior de Minas e Goiás.

O livro é o relato pessoal de uma testemunha de seu tempo. Premido pela paixão que hesita em assumir, pois implica em aceitar também um comportamento padrão, desenvolve uma curiosidade permanente que o leva a se indagar do significado dos fatos que ocorrem à sua volta. O rico humor do caipira coloca uma cautelosa distância entre os acontecimentos que atuam em sua vida - o crack das bolsas em 1929, a tomado do poder por Getúlio, a revolução de 1932, a chegada do cinema, do automóvel, e suas interpretações dadas pela população de um isolado rincão de Minas Gerais. A riqueza desses olhares amadurecidos no salão do barbeiro, nos bares ou na farmácia, traz o sabor dos testemunhos genuínos de quem viveu na Vila Nova de Resende, sul de Minas, não por acaso, terra do autor.
A narrativa em primeira pessoa por Marcelino, dá toda a autenticidade de um mundo em extinção, o universo matreiro e alegre do caipira. Aliando história factual, ficção e uma pitada de humor, O tropeiro que não era aranha nem caranguejo foi premiado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, na seleção de romances do PAC - Programa de Ação Cultural de 2007.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Mulheres conquistaram direito a voto há 76 anos


Há 76 anos a brasileiras ganharam o direito de votar nas eleições nacionais obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não foi completa. O código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar.
As restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No entanto, o código não tornava obrigatório o voto feminino, que só passou a ser obrigatório em 1946.
O direito ao voto feminino começou pelo Rio Grande do Norte. Em 1927, o Estado se tornou o primeiro do país a permitir que as mulheres votassem nas eleições. A conquista regional desse direito beneficiou a luta feminina da expansão do “voto de saias” para todo o país.
Atualmente, as mulheres não só estão à frente de vários ministérios como há uma Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, chefiada por Nilcéa Freire, que tem status de ministra.
Apesar do avanço feminino na política, o Brasil ainda não teve nenhuma mulher eleita presidente. Mas isso pode mudar em breve.



Linha do tempo
1900-07 - Avança o movimento das sufragistas pelo voto feminino nos EUA e na Inglaterra.

1907 - Em Stuttgart (Alemanha) é realizada a 1ª Conferência da Internacional Socialista. Uma das principais resoluções: “Todos os partidos socialistas do mundo devem lutar pelo sufrágio feminino.”

1908 - Em Chicago (EUA), no dia 3 de maio, é celebrado, pela primeira vez, o Woman´s Day. A convocação é feita pela Federação Autônoma de Mulheres.

1909 - Novamente em Chicago, mas com nova data, último domingo de fevereiro, é realizado o Woman´s Day. O Partido Socialista Americano toma a frente.

1910 - A terceira edição do Woman´s Day é realizada em Chicago e Nova Iorque, chamada pelo Partido Socialista, no último domingo de fevereiro.

1911 - Durante greve de tecelãs e tecelões, em Nova Iorque, morrem 129 grevistas por causa de um incêndio devido a péssimas condições de segurança.

Na Alemanha o Dia da Mulher é comemorado em 19 de março. Nos Estados Unidos em 26 de fevereiro e na Suécia, em 1º de Maio.

1913 - Na Rússia é comemorado, pela primeira vez, o Dia da Mulher em 3 de março.

1914 - Pela primeira vez, a Secretaria Internacional da Mulher Socialista indica uma data única para a comemoração do Dia da Mulher: 8 de março.

1917 - No dia 8 de Março de 1917 (27 de fevereiro no calendário russo) estoura uma greve de tecelãs de São Petersburgo, que gera uma grande manifestação e dá início à Revolução Russa.

1921 - A Conferência das Mulheres Comunistas aprova a comemoração do Dia Internacional da Mulher e decreta que, a partir de 1922, será celebrado oficialmente em 8 de março.

1955 - Dia 5/3, L´Humanité, jornal do PCF, fala pela primeira vez da greve de 1857, em Nova Iorque. Não fala da morte das 129 queimadas vivas.

1966 - A Federação das Mulheres Comunistas da Alemanha Oriental retoma o Dia Internacional das Mulheres e, pela primeira vez, conta a versão das 129 mulheres queimadas vivas.

1975 - A ONU decreta, 75-85, a Década da Mulher.

1977 - A Unesco encampa a data 8 de Março como Dia da Mulher e repete a versão das 129 mulheres queimadas vivas.

No Brasil
1945 -
O Partido Comunista (PCB) cria a União Feminina contra a carestia.

1947 - O 8 de Março é comemorado pela primeira vez no Brasil

1948 - Com o PCB na ilegalidade, a passeata do 8 de Março é proibida no Rio.

1950 - Em 8 de Março, a Federação das Mulheres do Brasil retoma a comemoração do Dia Internacional da Mulher.

1983 - Ano de fundação da CUT, com a central sindical, as comemorações do 8 de março ganham nova dinâmica e passam a refletir a nova relação da mulher com o mundo do trabalho.

quarta-feira, 5 de março de 2008

O estranho mundo de Brasília

Não sei se devido ao ar seco ou à secura das mentes, Brasília se torna palco fértil para situações cada vez mais inusitadas, mesmo assim não menos coerentes com a história da vida pólítica do país, movida muito mais por interesses cartoriais - desde antes da existência dos cartórios - do que por posições políticas ou ideológicas.
Vejam dois exemplos recentes:
1) O deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) tornou-se presidente da Comissão de Direitos Humanos. Relator do Estatuto de Desarmamento, Pompeo integrou a chamada "bancada da bala", aquela que defende o uso de armas por qualquer sujeito. Mais recentemente defendeu a derrubada da proibição de vendas de bebida alcoólica nas estradas e publicou em seu blog um artigo que é hilário a partir do título "bebida não mata, o bêbado sim". De cabo a rabo, Pompeo se mostra um reacionário de carteirinha, mas seu partido, o PDT, que um dia teve alguma relevância política, o indica para a Comissão de Direitos Humanos.
2) O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, defendeu a privatização do Banco do Brasil e da CEF. Até aí nenhuma incoerência para esse ex-executivo do Banco Santander e um dos responsáveis pela degola dos trabalhadores do Banespa após a privatização do banco paulista. A estranheza, aqui, fica para o governo, que mantém em uma de seus principais ministérios, um representante dos banqueiros que defende propostas antagônicas à política de desenvolvimento do país.
A única postura séria que se espera do governo é pedir o cargo de Miguel Jorge e entregar a quem tenha compromisso com o Brasil, não com bancos estrangeiros.

CUT lança sítio do programa de rádio

A CUT São Paulo acaba de colocar no ar o sítio da Rádio Jornal Brasil Atual com notícias, boletins e matérias variadas referentes ao mundo do trabalho, cultura e atualidades. Acesse o site e escute o programa. http://www.jornalbrasilatual.com.br/
A experiência de três anos e meio do Jornal dos Trabalhadores na Rádio 9 de Julho AM passa a ser amplificada no FM com o nome de Jornal Brasil Atual, no mesmo horário, das 7 às 8 da manhã, de segunda à sexta, na freqüência 94,1 do dial.
O Jornal mantém a mesma linha editorial: dar as notícias que a mídia, de modo geral, ignora. Assim, as lutas dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos indígenas e as ações do movimento sindical e dos movimentos sociais de diversas áreas, terão sempre o seu espaço garantido no Jornal Brasil Atual.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Alguns sindicatos ainda não entendem a importância do projeto CUTMulti, diz Kjeld






Confira a entrevista publicada na revista CUTMulti, da
Secretaria de Relações Internacionais da CUT
O Observatório Social é uma organização surgida a partir da CUT Brasil, com a cooperação do Cedec (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea), Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) e Unitrabalho (Rede Inter-Universitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho), cujo objetivo é analisar e pesquisar o comportamento de empresas multinacionais, nacionais e estatais em relação aos direitos dos trabalhadores com base nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A proposta da criação do Observatório Social data de 1997, período em Kjeld (lê-se “quéldi”) Jackobsen era secretário de Relações Internacionais da CUT. Durante dez anos, esse sindicalista de nome complicado e fala serena esteve à frente do instituto e foi um dos idealizadores do projeto CUTMulti. Nesta conversa com o jornalista Norian Segatto, ele explica as origens do Projeto e os desafios enfrentados na sua construção.

Como surgiu o projeto CUTMulti?
Kjeld – Fui secretário de Relações Internacionais da CUT de 1994 a janeiro de 2003, além de ter ocupado outras funções na Central no mandato anterior e mesmo durante esses noves anos que passei à frente da Secretaria. O Observatório começou a entrar em funcionamento em 1997, estamos completando dez anos de existência agora em 2007. O papel do Observatório é pesquisar o comportamento de empresas, principalmente as maiores multinacionais, em relação às convenções e normas da OIT sobre mercado de trabalho, negociação coletiva, trabalho infantil e escravo e tudo o que diz respeito ao mundo do trabalho. Desde o final de 1997 produzimos relatórios sobre tais temas a partir desse leque de empresas. As primeiras a serem analisadas foram a Sadia, depois a Cica, que não existe mais, foi adquirida pela Unilever, a Kibon, que posteriormente também foi incorporada a Unilever, a Philips e várias outras cujas sedes se encontram em diferentes países. Com essas pesquisas começamos a perceber que levantávamos uma série de informações muito úteis, mas em alguns casos os sindicatos não conseguiam utilizar adequadamente essas informações, fosse para organizar os trabalhadores ou para negociar com os empresários.

Você pode citar um exemplo?
Um caso típico é a Unilever. É uma empresa multinacional que não construiu nenhuma fábrica no Brasil, simplesmente comprou outras, o que, aliás, é uma postura típica dessa empresa. Ela adquiriu a Cica, a Kibon, a Arisco, a Refinadora de Milho Brasil, que fabrica a Maisena, além da Gessy Lever, ou seja, teve forte movimentação na área de alimentação. E o que acontecia: vinha aquela estrutura sindical que temos, que é por categoria e, de repente, um grupo de sindicatos que nunca tinha conversado entre si ou atuado conjuntamente representava os trabalhadores de uma mesma empresa. Verificamos logo nos primeiros anos de trabalho do Observatório que o resultado era mais eficaz quando conseguíamos articular as informações das empresas multinacionais instaladas no Brasil com os sindicatos do país da matriz dessas empresas. Isso gerava um potencial muito grande em termos de motivação, de negociação e solução de problemas. No entanto, para fazer isso tínhamos de estar organizados.
No caso da Unilever não tínhamos nem coordenação entre nós mesmos, quanto menos lá fora. Como estávamos convivendo com muitas empresas holandesas surgiu a idéia de solicitar apoio para a FNV Mondiaal [central sindical holandesa] para a criação de um projeto que privilegiasse a organização em rede de sindicatos aqui no Brasil. Umas das primeiras a surgir foi a Unilever, depois veio a rede Philips e várias outras foram surgindo.
Em alguns casos há dificuldade, é claro, em função da dinâmica sindical brasileira, por exemplo, os processos eleitorais dos sindicatos mudam a diretoria, essa diretoria eventualmente não fica muito a par do que está sendo feito e não estimula a continuidade do trabalho; são questões que temos de enfrentar.

O Projeto atendeu às expectativas?
Eu creio que sim. A parceria com a FNV era para durar apenas dois anos e, a partir de então, a proposta era de que as redes pudessem caminhar com as suas próprias pernas, mas o resultado foi tão positivo que a central holandesa propôs manter o projeto. Fez-se uma segunda etapa, que terminou no primeiro semestre de 2007, e foi aprovada uma terceira fase com duração de mais três anos.
Algumas redes se desenvolveram mais rapidamente e melhor do que outras por diversos motivos, em alguns casos houve incompreensão do movimento sindical em relação à importância estratégica das redes. Outras, nunca precisaram do apoio do projeto para se organizar, e algumas se constituíram antes do CUTMulti, como é o caso das redes dos trabalhadores da Volkswagen e da Basf.

E que papel o Observatório Social desenvolveu nesse tempo?
O Observatório levantava as informações sobre as empresas propostas pelos ramos, e tais dados serviam de subsídio para melhorar a capacidade de negociação com a empresa e a articulação internacional desenvolvida, principalmente, pela CUT. De posse de estatísticas, estudos, análises e comparações internacionais, os dirigentes têm mais argumentos na hora de negociar e propor soluções para conflitos do mundo do trabalho.

Os sindicatos aceitaram bem a proposta da criação de redes?
Infelizmente, ainda existem algumas direções sindicais que têm dificuldade de superar o corporativismo do seu local de trabalho, da sua empresa ou sua cidade; têm dificuldade de se articular em nível nacional. Porém, creio que a maioria já compreende as funções do sindicato que atua em empresas multinacionais: ou essas entidades ampliam a sua articulação, a sua representação e intervenção, ou estarão fadadas a desaparecer em curto prazo porque vão perder totalmente a capacidade de nego- ciar qualquer coisa com essas empresas. A tendência é os acordos serem cada vez mais nacionalizados e globalizados.

Você não está mais na presidência do Observatório, mas projetos como o CUTMulti continuam...Sim, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Quando o projeto CUTMulti surgiu eu era, ao mesmo tempo, secretário de Relações Internacionais da CUT e presidente do Observatório, isso até facilitou o trabalho. O Observatório levanta as informações, não negocia, não mobiliza, a expectativa é que os sindicatos, com o apoio do Projeto, possam promover as mobilizações necessárias e as negociações conseqüentes.

sábado, 1 de março de 2008

Imposto sobre grandes fortunas

O Congresso começa a analisar propostas para a reforma tributária. No dia 27, a CUT protocolou pedido de projeto para regulamentar o Imposto Sobre Grandes Fortunas. O tributo consta do artigo 153 da Constituição Federal, mas nunca foi regulamentado. Por que será, hein?

Mal contada

A Polícia Federal prendeu os suspeitos dos roubos dos laptops da Petrobrás que estavam no contêiner da empresa Halliburton e descartou, “completamente”, a hipótese de ter havido espionagem industrial. A CIA também afirmou ao Senado estadunidense que o Iraque possuía armas de destruição em massa. Essa história do roubo dos laptops continua mal contada e o governo tem o dever de suspender o leilão das áreas de petróleo.

Presidente do TCE é investigado

O Superior Tribunal de Justiça determinou à Polícia Federal apurar denúncias contra o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Eduardo Bittencourt de Carvalho, acusado de possuir contas ilegais em paraísos fiscais e ter remetido mais de 15 milhões de dólares para bancos nos Estados Unidos. O Tribunal de Contas é o órgão que aprova (ou reprova) as contas dos governadores.