quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Chico, devolve o Jabuti

Pedem mais de 9 mil internautas

Fonte: Comunique-se.com.br

A escolha da obra de Chico Buarque, “Leite Derramado”, como vencedora do Prêmio Jabuti na categoria melhor livro de ficção, resultou em um abaixo-assinado na internet, intitulado “Chico, devolve o Jabuti”. Esta petição não compreende quais critérios levaram o livro de Chico, 2º colocado na categoria “Romance”, a receber o troféu de melhor livro do ano.

Na página, Anderson Santana, que criou o abaixo-assinado virtual, questiona a escolha do Prêmio Jabuti "Burros, eles não são. Então se trata mesmo de malandragem". Já são quase 10 mil assinaturas de internautas contra 100 da petição que sai em defesa do prêmio para Chico Buarque.

Antes do abaixo assinado vir ao ar, a editora Record, responsável pela publicação do livro "Se eu fechar os olhos agora", do jornalista Edney Silvestre, que ficou em primeiro lugar na categoria romance, afirmou que não irá participar da próxima edição do Prêmio Jabuti, tido como a maior honra da literatura brasileira. “Infelizmente, a edição de 2010 do Jabuti não foi a primeira em que essa situação esdrúxula ocorreu” escreveu em carta Sergio Machado, presidente do Grupo Editorial Record.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dragão da Escandinávia

Um de meus passatempos é fazer origami, geralmente eles saem mal feitos, mas isso é o de menos, o tempo que passo dobrando papéis e tentando entender essas dobraduras valem por uma sessão de terapia.

Este que aparece aí é o "Dragão da Escandinávia", dobradura de minha autoria. Não tenho o diagrama dele, qualquer dia proporciono. O processo de filmagem foi "stop motion", convertido posteriormente em flash. Espero que gostem.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Leviandade e falta de segurança na Petrobrás

Diante de uma tragédia, um acidente, uma morte, nossa primeira reação é de solidariedade às vítimas, mesmo para aquelas que não conhecemos pessoalmente; é inevitável vir à mente o sofrimento dos familiares, é inevitável pensar: "podia ter sido comigo ou com algum amigo ou parente".
No dia 23 de setembro, a técnica de Operações da Refinaria de Manaus (Remam), da Petrobrás, Renata Lima Benigno, sofreu um sério acidente dentro da unidade, com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. A trabalhadora foi internada na UTI do hospital de Manaus e, posteriormente, para o Hospital de base do Galeão, onde veio a falecer sete dias depois, em 30 de setembro.
A notícia causou comoção a todos os trabalhadores pela brutalidade e sofrimento a que esta trabalhadora foi submetida. Todos, não, quase todos. Na contramão de uma reação humana e digna é de estranhar o comportamento de certas gerências da Petrobrás que procuram desqualificar as vítimas.
A gerência da Refinaria Paulínia (SP) convocou os trabalhadores de turno para lançar acusações à trabalhadora, dizendo tratar-se de má funcionária, que não cumpria horários etc., como se esse fosse o motivo para o acidente.
O que está por trás deste tipo de discurso é a velha e autoritária tendência de jogar no trabalhador a culpa pelo acidente, isentando a empresa da responsabilidade e, consequentemente, de assumir que deve rever suas políticas de segurança.
Resta saber se as acusações levianas apresentadas por essa gerência tiveram motivação pessoal ou se foi uma orientação da cúpula da Petrobrás.
Os sindicatos de petroleiros há muitos anos denunciam os acidentes e mortes constantes na Petrobrás. Apenas nesse fatídico setembro, outros três trabalhadores - Genivaldo José da Silva, 34 anos, morto em acidente dia 27 de setembro; Milton José da Silva, 51 anos, morreu dia 4 e Marcos Vinícius Pereira, 38 anos, faleceu dia 21 – perderam as vidas vítimas de acidentes de trabalho na segunda maior empresa das Américas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Efeitos colaterais de uma campanha suja

A campanha presidencial do candidato derrotado José Serra incentivou – direta ou passivamente – a exacerbação de preconceitos de classe, raça e opção religiosa. Por falta de propostas, a campanha apostou na despolitização do debate, e tentou (em certo momento conseguiu) colocar a baixaria como tema principal da campanha.

Pela internet inundaram manifestações racistas contra Lula e Dilma, com montagens grosseiras de fotos da candidata; nos clubes chiques das capitais, o assunto era evitar a continuidade no poder dessa “gente mal nascida, pobre”, independentemente do fato de as classes mais abastadas nunca terem tido vida tão boa neste país.

A imprensa ajudou, e muito, a fomentar esse acirramento; deu espaço privilegiado para discussão sobre temas menores, como o aborto (o Diário de São Paulo chegou a publicar uma capa inteira com o título “aborto, sim ou não”, como se isso fosse o mais importante em uma campanha presidencial), após a eleição fizeram “infográficos” mostrando a “divisão” do país – o Norte e Nordeste com Dilma, o Sul com Serra – entre outros absurdos político editoriais.

Se os “formadores de opinião” agem assim e quem postulou o cargo mais importante do país se mostra indiferente a essas baixarias, é natural se esperar manifestações como as ocorridas durante a semana pela estudante de Direito Mayara Petruso, que postou no twitter a mensagem “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!". Outros usuários seguiram a deixa da estudante e postaram agressões como "Tinham que separar o Nordeste e os
bolsas vadio do Brasil" e "Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral".
No dia 3 de novembro, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com representação criminal contra a estudante, no dia seguinte o jornal Folha de S.Paulo publicou editorial condenando os ataques, mas em momento algum assumindo a parte de responsabilidade que cabe à imprensa.

Na campanha para a Prefeitura de São Paulo, a então candidata Marta Suplicy veiculou uma peça no horário eleitoral que questionava a sexualidade de seu adversário Gilberto Kassab. O material sofreu duros ataques por parte da mídia, muitos militantes petistas criticaram tal “marketing” e Marta acabou perdendo votos e ganhando mais uma gafe à sua longa coleção.
A campanha de Serra fez pior, em escala muito maior, e a imprensa foi conivente. O resultado colateral é esse: o ovo da serpente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

12 horas para salvar Sakineh


Você já soube que Sakineh Ashtiani poderá ser morta pelo governo do Irã hoje?

Acabo de enviar uma mensagem de emergência aos aliados do Irã e às principais autoridades da ONU pedindo para que eles intervenham e ajudem a salvar a vida de Sakineh. Leia o texto abaixo e junte-se a mim ao enviar a mensagem agora mesmo:

http://www.avaaz.org/po/24h_to_save_sakineh/98.php?CLICKTF

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Nosso protesto mundial impediu que Sakineh fosse apedrejada injustamente em julho. Agora temos 12 horas para salvar a vida dela.

O caso de adultério de Sakineh é um trágico embuste cheio de violações de direitos humanos. Primeiro, ela foi condenada à morte por apedrejamento. Porém, o governo iraniano teve de anular a sentença depois que os filhos dela conseguiram gerar um enorme protesto contra o julgamento injusto; Sakineh não fala a língua usada nos tribunais e os alegados incidentes de adultério aconteceram após a morte do marido dela.

Em seguida, o advogado dela foi forçado a se exilar e a acusação conseguiu inventar uma nova queixa falsa que justificaria a morte de Sakineh: o assassinato do marido dela. Apesar de isso configurar um caso de “non bis in idem” (dois julgamentos pelo mesmo crime), pois ela já está cumprindo pena por suposta cumplicidade nesse crime, Sakineh foi torturada e exibida em rede de televisão nacional para “confessar” e acabou sendo julgada culpada. O regime já prendeu dois jornalistas alemães, o advogado e o filho de Sakineh, que tem corajosamente liderado a campanha internacional para salvar a mãe. Todos continuam na prisão. O filho e advogado de Sakineh também têm sido torturados e estão sem acesso a advogados.

Agora, ativistas de direitos humanos iranianos afirmam que acaba de ser emitido um mandado de Teerã para executar Sakineh imediatamente. Ela está na lista e hoje é o dia da execução.

Campanhas persistentes fizeram o Irã anular a sentença de apedrejamento de Sakineh e atraíram a atenção de dirigentes de países que exercem influência sobre o Irã, como a Turquia e o Brasil. Agora, vamos todos erguer nossas vozes com urgência para impedir que Sakineh seja executada e sofra tratamento desumano e para libertar a própria Sakineh, seu filho e advogado e os jornalistas alemães. Envie uma mensagem para divulgar este pedido de emergência com amigos e familiares:

http://www.avaaz.org/po/24h_to_save_sakineh/98.php?CLICKTF

Um grande protesto público tem a autoridade moral para impedir crimes atrozes. Vamos usar as 12 horas que temos para enviar uma mensagem clara: o mundo está de olho no Irã e todos estamos unidos para salvar a vida de Sakineh e contra a injustiça em qualquer lugar do mundo.

Com esperança e determinação,

Alice, Stephanie, Pascal, Giulia, Benjamin e toda a equipe da Avaaz

Fontes:

Parlamento europeu elogia adiamento da execução de iraniana:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4770433-EI8142,00-Parlamento+europeu+elogia+adiamento+da+execucao+de+iraniana.html

França critica Irã por condenação de Sakineh Ashtiani:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4768877-EI8142,00-Franca+critica+Ira+por+condenacao+de+Sakineh+Ashtiani.html

Dilma condena apedrejamento da iraniana Sakineh:<> http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/03/dilma-condena-apedrejamento-da-iraniana-sakineh-337843.asp

Petição para impedir a execução eminente de Sakineh Mohammadi Ashtiani (em inglês):
http://www.guardian.co.uk/world/2010/nov/03/sakineh-mohammadi-ashtiani-execution