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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Crime, arrogância e irresponsabilidade

No sábado, dia 4, um acidente na Pla-taforma P34, que opera no campo de Jubarte, no litoral Sul do Espírito Santo, causou três vítimas, uma fatal . Willian Robson Vasconcelos, que trabalhava para a UTG Engenharia, era caldeireiro, morador do Municipio de Serra – ES é mais um trabalhador que entra para a lista de tragédias causadas pela política de (in) segurança da empresa. Os outros dois trabalhadores sofreram escoriações e foram atendidos na enfermaria. Este foi o primeiro acidente de 2009, mas, infelizmente não será o único. No decorrer dos últimos anos, a política da (in) segurança Petrobrás tem assassinado, em média, dois trabalhadores por mês, em uma prova contundente de que a política de SMS está falida.
No dia seguinte ao acidente, o diretor de SMS da FUP, Simão Zanardi, denunciou em matéria ao jornal O Estado de S.Paulo (para lê-la acesse http://www.estadao.com.br/economia/not_eco302838,0.htm) que o acidente na Plataforma "já estava mais do que anunciado", pois a P34 há um ano vive em manutenção permanente. O Sindipetro-ES já havia encaminhado ofício à Petrobrás alertando para a necessidade de a plataforma ser encostada em um estaleiro para a manutenção. Mas o lucro falou mais alto, novamente.
Sentença de morte
Segundo Simão, não houve falha na válvula, como a empresa anunciou, "houve erro na APR [Análise Preliminar de Risco], que orientou o caldeireiro a fazer o serviço na linha pressurizada. O trabalhador morreu esmagado, com afundamento de crânio, pulmão e fraturas múltiplas".
Após essa tragédia, a atitude da Petrobrás foi sonegar informações à sociedade e impedir que Simão Zanardi entrasse na Plataforma, em completo desrespeito à representação sindical.
Criminalização
Enquanto gerentes e diretores da Petrobrás não forem processados criminalmente pouca coisa mudará na política de segurança da empresa, porque, para esses senhores da morte, o lucro é mais importante do que a vida. A FUP está estudando quais medidas podem ser tomadas para acionar judicialmente os responsáveis pelos acidentes.
Não dá mais para se esconderem atrás de argumentos de que contratam o serviço e a gata terceirizada é a responsável pelo treinamento dos trabalhadores e pela prevenção de acidentes. Mentiras, truculência, má-fé e irresponsabilidade são ingredientes certos para o caldeirão de morte que se tornaram os locais de trabalho da Petrobrás.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mais um trabalhador acidentado na Petrobrás

Na madrugada do dia 11/06 houve um vazamento de cloro durante uma troca de cilindro na estação de tratamento de água (ETA), provocando a intoxicação do técnico de operação Gabriel Silva Patriarca.
O trabalhador foi encaminhado para o ambulatório e, de lá, para a Santa Casa de Limeira, onde permanecia internado, em estado grave, até a noite da sexta-feira, 13. “Novamente, a Petrobrás negligenciou aspectos de segurança, o que acabou vitimando mais um trabalhador, não podemos aceitar isso como um efeito natural do processo de trabalho, isso é um crime contra pessoas que trabalham, têm família e têm o direito de ir trabalhar e voltar com segurança”, afirmou o coordenador do Sindicato dos Petroleiros Unificado de São Paulo, Itamar Sanches.
Outro problema que ficou evidente após esse acidente é a falta de estrutura nos departamentos médicos. “Como trabalhador da Replan, fico preocupado ao perceber que o número de técnicos de enfermagem pode ser suficiente para o dia-a-dia, mas quando ocorre um acidente como esse, em que o profissional da área de saúde precisa acompanhar o trabalhador até o hospital, os demais companheiros da Refinaria ficam descobertos, é necessário aumentar o número de efetivos”, avalia o diretor do Unificado, Jefferson de Paula.
Subnotificação – A Federação dos Petroleiros (FUP) e os sindicatos têm cobrado providências da Petrobrás para coibir sistematicamente a subnotificação de acidentes. Apesar do acordo feito em 2006 com o Ministério Público do Trabalho, no qual a empresa se compromete a emitir as CATs sem omissão de informações, não tem sido esta a conduta das gerências da Petrobrás. A subnotificação tem se tornado um mal crônico na gestão da empresa, a ponto dos próprios setores de saúde ocupacional referendarem ações que mascaram os índices de afastamento.
Uma das práticas mais comuns é a gerência abonar os dias que o trabalhador precisa ficar afastado em função do acidente sofrido. Na Repar, por exemplo, ocorreu recentemente um fato absurdo: um médico da refinaria deu alta para um trabalhador acidentado, informando, por escrito, que ele estava apto ao retorno, mas “com restrição absoluta de atividades”.
“Quando um gerente ou diretor for preso por crime contra um trabalhador, aí vamos começar a mudar essa realidade na Petrobrás, e estamos nos esforçando para que esse dia chegue logo”, afirma Antonio Carlos Spis, diretor do Unificado e da executiva nacional da CUT.

sábado, 12 de abril de 2008

Você já morreu hoje?

Bacia de Campos da Petrobrás registra sexta morte no ano


Ia começar este texto com uma frase que já utilizei em outras matérias, avisando ao leitor que antes que terminasse de lê-la, teria ocorrido uma morte ou mutilação por acidente de trabalho. Mal terminei a frase recebi a notícia de que na madrugada do dia 12, o auxiliar da plataforma P-17, da Petrobrás na Bacia de Campos (RJ), Evandro Pereira Dias, de 34 anos, participava da movimentação de um raiser (cesta metálica) quando foi atingido pelo cabo de içamento e foi esmagado. Trabalhador há 9 anos da Perbras, empresa terceirizada da Petrobrás Evandro, morreu a bordo da plataforma. Uma Comissão de Investigação está sendo formada e contará com a participação de um diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
Não coincidentemente, os trabalhadores da Pebras na Bahia e em Pernambuco se encontravam em greve por melhores condições de trabalho, como se antevissem o anúncio de um acidente. “Se não mudarmos a política de segurança da Petrobrás, infelizmente novos acidentes irão ocorrer, isso não é fatalidade, é assassinato”, previne o diretor do Sindicato dos Petroleiros de São e da FUP-CUT (Federação Única dos Petroleiros), João Antonio Moraes.
No Brasil ocorre anualmente meio milhão de acidentes de trabalho ou no trajeto, o que corresponde a um acidente por minuto.
O sistema Petrobrás contribui assiduamente para essas estatísticas. Ao longo dos oito anos de governo FHC ocorreram 179 mortes nas unidades da empresa, sendo 138 de trabalhadores terceirizados. Nos seis anos de governo Lula, já foram contabilizadas 87 vítimas de acidentes fatais, 77 desses terceirizados.

Mobilização nacional
Para dar um basta a essa situação,a FUP e seus sindicatos estão convocando os petroleiros para discutir o calendário de lutas para o próximo 28 de abril, Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho. A FUP indicou mobilizações em suas bases, em memória dos petroleiros que pagaram com a vida o descaso da Petrobrás com a segurança no ambiente de trabalho.

Você chegou ao final do texto. Em algum lugar deste país um trabalhador(a) morreu ou foi acidentado. Torça para que não tenha sido um conhecido seu.

Por que o dia 28

Em 28 de abril de 1969 a explosão de uma mina no estado da Virgínia (EUA) matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. Em 2003 a OIT adotou o 28 de abril como o dia oficial da segurança e saúde nos locais de trabalho. Em maio de 2005, no Brasil, a data foi instituída nacionalmente pela Lei nº 11.121/2005.