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segunda-feira, 23 de março de 2009

Petroleiros em greve controlam a produção em várias unidades da Petrobrás

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás entraram em greve à zero hora desta segunda-feira, 23, em todo o país. Apesar das ameaças e pressões das gerências da empresa, os petroleiros assumiram a produção em várias unidades de produção e distribuição de petróleo e gás. Nas plataformas do Espírito Santo e da Bacia de Campos, a Petrobrás bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet. Mesmo assim, os petroleiros da PPR-1 e da P-34, no Espírito Santo, fecharam a produção e entregaram as plataformas para as equipes de contingência da Petrobrás, que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal. Na Bacia de Campos, os trabalhadores tentaram controlar a produção, mas foram coagidos a entregarem as plataformas para as equipes de contingência da Petrobrás.
Os trabalhadores dos terminais de Solimões, no Amazonas, de Suape, em Pernambuco, de Guarulhos, em São Paulo, e Cabiúnas, em Macaé, assumiram o controle operacional das unidades e estão controlando o bombeio. Nas plataformas do Rio Grande do Norte, os petroleiros também controlam 70% da produção de petróleo e gás. No Pólo de Guamaré, área de processamento de gás e óleo do Rio Grande do Norte, apenas uma unidade está em atividade, assim mesmo com carga mínima.
Nas refinarias e demais terminais do país, os trabalhadores cortaram a rendição no turno a partir das 23 horas de domingo, 22. Estão em greve os trabalhadores das seguintes refinarias: Reduc (Caxias), Reman (Manaus), Rlam (Bahia), Recap (Mauá-SP), Regap (Minas), Repar (Paraná), RPBC (Santos-SP), REVAP (São José dos Campos-SP), Fafen-BA (Fábrica de Fertilizantes da Bahia), SIX (Unidade de Industrialização do Xisto, no Paraná), LUBNOR (Fábrica de Lubrificantes do Ceará), Fafen-SE (Fábrica de Fertilizantes de Sergipe) e Refap (Rio Grande do Sul). Nestas unidades, não estão ocorrendo trocas de turnos. O mesmo ocorre nos terminais do Paraná (Paranaguá), Santa Catarina (Biguaçu, Guaramirim, Itajaí e São Francisco do Sul), São Paulo (Guararema, São Caetano do Sul, Alemoa, Pilões e São Sebastião), Bahia (Madre de Deus), Paraíba (Cabedelo). Somam-se à greve, os trabalhadores das áreas terrestres de produção de petróleo na Bahia, no Rio Grande do Norte, no Ceará, Pará e Sergipe e Alagoas.
A FUP repudia as ações autoritárias da Petrobrás, que vem se utilizando de ameaças de demissões e coações, para impedir os trabalhadores de exercerem o legítimo direito de greve. A empresa também está ingressando com equipes de contingência em várias unidades, para assumirem a produção no lugar dos trabalhadores. Essas equipes são formadas por gerentes, coordenadores e supervisores, que não têm capacidade de operarem as unidades, sem falar que os efetivos de contingência são reduzidos. Além de colocar em risco a segurança operacional das unidades e, consequentemente, potencializarem as chances de acidentes, esse procedimento da Petrobrás é um atentado ao direito democrático e legal de greve.
A greve dos petroleiros segue até sexta-feira, 27, com reavaliação do movimento no final do dia.
EIXOS DE LUTA DA GREVE DOS PETROLEIROS:

GARANTIR OS POSTOS DE TRABALHO NAS EMPRESAS CONTRATADAS PELA PETROBRÁS;
ACABAR COM A PRECARIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E OS ACIDENTES QUE MATAM TODOS OS MESES OS PETROLEIROS;
GARANTIR O PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS DOS FERIADOS TRABALHADOS;
ESTABELECER O REGRAMENTO E DISTRIBUIÇÃO JUSTA DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Crime, arrogância e irresponsabilidade

No sábado, dia 4, um acidente na Pla-taforma P34, que opera no campo de Jubarte, no litoral Sul do Espírito Santo, causou três vítimas, uma fatal . Willian Robson Vasconcelos, que trabalhava para a UTG Engenharia, era caldeireiro, morador do Municipio de Serra – ES é mais um trabalhador que entra para a lista de tragédias causadas pela política de (in) segurança da empresa. Os outros dois trabalhadores sofreram escoriações e foram atendidos na enfermaria. Este foi o primeiro acidente de 2009, mas, infelizmente não será o único. No decorrer dos últimos anos, a política da (in) segurança Petrobrás tem assassinado, em média, dois trabalhadores por mês, em uma prova contundente de que a política de SMS está falida.
No dia seguinte ao acidente, o diretor de SMS da FUP, Simão Zanardi, denunciou em matéria ao jornal O Estado de S.Paulo (para lê-la acesse http://www.estadao.com.br/economia/not_eco302838,0.htm) que o acidente na Plataforma "já estava mais do que anunciado", pois a P34 há um ano vive em manutenção permanente. O Sindipetro-ES já havia encaminhado ofício à Petrobrás alertando para a necessidade de a plataforma ser encostada em um estaleiro para a manutenção. Mas o lucro falou mais alto, novamente.
Sentença de morte
Segundo Simão, não houve falha na válvula, como a empresa anunciou, "houve erro na APR [Análise Preliminar de Risco], que orientou o caldeireiro a fazer o serviço na linha pressurizada. O trabalhador morreu esmagado, com afundamento de crânio, pulmão e fraturas múltiplas".
Após essa tragédia, a atitude da Petrobrás foi sonegar informações à sociedade e impedir que Simão Zanardi entrasse na Plataforma, em completo desrespeito à representação sindical.
Criminalização
Enquanto gerentes e diretores da Petrobrás não forem processados criminalmente pouca coisa mudará na política de segurança da empresa, porque, para esses senhores da morte, o lucro é mais importante do que a vida. A FUP está estudando quais medidas podem ser tomadas para acionar judicialmente os responsáveis pelos acidentes.
Não dá mais para se esconderem atrás de argumentos de que contratam o serviço e a gata terceirizada é a responsável pelo treinamento dos trabalhadores e pela prevenção de acidentes. Mentiras, truculência, má-fé e irresponsabilidade são ingredientes certos para o caldeirão de morte que se tornaram os locais de trabalho da Petrobrás.