quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Estado que mata para ensinar que não se pode matar




De tempos em tempos intensificam-se na sociedade campanhas pela diminuição da maioridade penal, pela instauração da pena de morte no país, manifestações de apoio a grupos de extermínio e outras formas de barbárie. Em tempos de julgamento dos assassinos do Carandiru, temas sobre a violência do Estado voltam à pauta.

Circula pelas redes sociais uma charge em que a mãe lê no boletim escolar do filho que ele fala muito palavrão em sala de aula; a mãe se aproxima do garoto e pergunta: “Mas que porra é essa?”. A mesma lógica parece ser defendida por muitos: Um Estado que mata para ensinar que não se pode matar.

O massacre no presídio do Carandiru, em outubro de 1992, que culminou com a morte de pelo menos 111 detentos, não fez com que a violência diminuísse. Pelo contrário: o massacre foi um dos estopins para a reorganização dos presos nas penitenciárias e o surgimento do Primeiro Comando da Capital – PCC. O massacre no Carandiru não deixou a sociedade melhor, pelo contrário: os índices de criminalidade subiram, assim como a violência não diminuí em locais onde há pena de morte.

O detento/escritor Luiz Mendes, preso à época da rebelião, comentou para a revista Carta Capital em 16 de abril: “Nós não acreditávamos que eles (PM) pudessem nos matar como ratos. Ainda os víamos humanos como nós. Dali para frente, tudo se radicalizou. Apoiamos em peso a organização de nossas lideranças que nos prometiam união, justiça e proteção. Até quem era contra acabou por se tornar a favor e a facção proliferou. E, para todas as rebeliões que aconteceram dali por diante, tornou-se imprescindível ter reféns sob a ameaça de morte. E muitos deles foram mortos realmente” (http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-massacre-visto-de-dentro-e-seus-frutos/).

Essa mesma prática de repressão se volta contra os movimentos sociais.  

Não se mata para ensinar que não se deve matar. A melhor forma de combater a barbárie é com civilização e não com mais barbárie.  

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Venezuela, um país Maduro


No domingo, 14, a Venezuela viveu mais um momento histórico, a eleição presidencial após a morte de Hugo Chávez, o grande líder da revolução bolivariana em curso no país. Nicolás Maduro, seu sucessor, venceu por pequena margem de vantagem o representante das elites e dileto dos Estados Unidos, Henrique Capriles – a diferença foi de cerca de 200 mil votos. “Com a morte de Hugo Chávez, acharam que era o fim da história. Temos um triunfo legal, constitucional e popular. São mais de 200 mil votos de diferença. Se tivesse perdido por um voto estaria aqui para assumir minha responsabilidade e entregar o cargo. Mas estou aqui para assumir a vontade do povo”, afirmou Maduro no discurso após a proclamação do resultado.

Como sempre, a direita golpista da Venezuela reluta em aceitar o resultado das urnas e tenta, institucionalmente, dar mais um “golpe” invalidando as eleições. A instrumentalização do judiciário como poder paralelo é uma tendência cada vez maior em diversos rincões da América Latina, haja visto a destituição do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo e o julgamento politizado e repleto de desvios jurídicos do chamado mensalão, pelo STF brasileiro.

A vitória de Maduro é um reconhecimento do legado de Hugo Chávez e de que o povo venezuelano quer continuar no caminho das transformações. Para o Brasil, a eleição representa a continuidade e o estreitamento das relações bilaterais. Em caso de vitória de Capriles, o grande beneficiário seriam os Estados Unidos.

O resultado, no entanto, demonstra que a direita golpista no país vizinho não está morta e irá se articular para inviabilizar o governo de Nicolás Maduro (a exemplo do que tentaram fazer tucanos e demos com o governo Lula). A força do povo será, mais uma vez, o fiel da balança para a Venezuela continuar as necessárias transformações sociais e políticas.



Um reino unido contra a bruxa
Foto Carl Court/AFP

Apenas um paralelo. Enquanto a morte de Hugo Chavez gerou comoção nacional, com milhões de venezuelanos saindo às ruas para manifestar dor, agradecimento e um último adeus a seu líder, na Inglaterra, milhares também foram às praças, mas para comemorar o passamento de Margareth Tatcher. O hit Ding Dong! The Witch Is Dead (Ding Dong! A Bruxa está morta), canção interpretada por Judy Garland no filme "O Mágico de Oz", de 1939, chegou ao topo das paradas de sucesso do Reino Unido, depois de uma campanha iniciada no Facebook celebrando a morte de MargarethThatcher.
Ouça em http://www.youtube.com/watch?v=rHJoj9IqeKg

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O OBSCURANTISMO DE ALCKMIN


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) deu mais uma demonstração de que sua administração é marcada pelo reacionarismo e obscurantismo, como registrou o analista político Glauco Cortez.
A gestão tucana não consegue combater eficazmente o crime organizado instalado dentro dos presídios estaduais, mas ataca com virulência movimentos sociais, como ocorreu há duas semanas na cidade de São Paulo durante uma ordem de despejo contra moradores sem teto.
No dia 1 de abril, Alckimin participou da cerimônia de abertura do acesso via internet a documentos do antigo Departamento de Ordem Pública e Social (Dops) ao lado de seu novo secretário particular, o advogado Ricardo Salles, defensor do golpe de 1964.
Salles foi candidato duas vezes a deputado estadual (pelo PFL e DEM) sem conseguir se eleger; é fundador do Instituto Endireita Brasil, que pelas redes sociais critica a união civil, a Comissão da Verdade, e chegou a publicar que a presidente Dilma é uma terrorista.
Salles já deu diversas declarações apoiando o golpe de 1964. Em 2012 participou de evento no Clube Militar, no Rio, denominado 1964 – A verdade. “Só o lado de lá fala e quando o nosso lado fala, se limita a negar os fatos... Não vamos ver generais e coronéis, acima dos 80 anos, presos por causa dos crimes de 64. Se é que esses crimes ocorreram”, disse o agora secretário particular do governador Alckmin.
Essas e outras demonstrações deixam claras as posições do novo secretário particular de Alckmin.


O exemplo argentino

No dia 12 de março, a justiça argentina condenou à prisão perpétua Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura militar do país, por crimes contra a humanidade cometidos no centro clandestino de Campo de Maio. As penas correspondem aos crimes cometidos contra 23 vítimas, entre elas sete mulheres grávidas.
No Brasil, a Comissão da Verdade avança para apurar as causas da morte do ex-presidente João Goulart.
Na semana passada, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) defendeu mais investigações sobre a morte de Jango. Pela versão oficial, ele foi vítima de um ataque cardíaco em 1976, época em que vivia exilado na Argentina. Em discurso durante audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, Maria do Rosário disse ser “muito clara” a possibilidade de que Goulart tenha sido assassinado.
Essa é a herança da ditadura militar defendida pelo secretário de Alckmin.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Para os que costumam tomar Tylenol e outros comprimidos a base de paracetamol

Como eu conheço muita gente que ao menor sintoma de dor de cabeça corre para tomar um Tylenol, aqui vai uma dica extraída do artigo http://www.jornalciencia.com/saude/corpo/1130-paracetamol-um-perigo-para-o-seu-figado (Jornal Ciência)



O paracetamol está presente na maioria dos lares brasileiros. É bastante usado em tentativas de suicídios, sendo um grande causador de lesões no fígado.
Tomar de uma só vez grandes quantidades de paracetamol pode lhe causar grandes lesões no fígado, algumas irreversíveis, necessitando de transplante. Em outros casos, tomar deliberadamente paracetamol pode resultar em uma hepatite fulminante, com conseqüências fatais.
Estudo publicado na British Journal of Clinical Pharmacology mostrou que dos 663 pacientes hospitalizados com graves lesões no fígado, ¾ eram provocados por ingestão incorreta de paracetamol. O quarto restante havia ingerido doses maiores do que a prescrita na receita médica.
Na França, estudo mostrou que cerca de 90% das falências hepáticas com necessidade urgente de transplante de fígado são causadas pelo uso incorreto do paracetamol. Ele é um medicamento vendido livremente no Brasil e bastante prescrito pelos médicos, o que pode revelar números alarmantes de problemas hepáticos no país se uma pesquisa como esta fosse realizada por aqui.
A dose máxima de paracetamol recomendada nos países da Europa é de 4 gramas por dia. A partir de 6 gramas ingeridas o paciente pode sofrer graves lesões no fígado, embora já tenha sido encontrados pacientes com lesões hepáticas importantes consumindo a dose máxima recomendada.
Na França, o paracetamol é atualmente o medicamento mais vendido. Os médicos alertam que não existe necessidade de bani-lo do mercado mundial. Todo medicamento tem efeitos colaterais e trata-se de uma droga segura. O que deve existir é uma melhor vigilância, procurando orientar de forma mais incisiva os pacientes para respeitarem as doses recomendadas.