sexta-feira, 5 de abril de 2013

O OBSCURANTISMO DE ALCKMIN


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) deu mais uma demonstração de que sua administração é marcada pelo reacionarismo e obscurantismo, como registrou o analista político Glauco Cortez.
A gestão tucana não consegue combater eficazmente o crime organizado instalado dentro dos presídios estaduais, mas ataca com virulência movimentos sociais, como ocorreu há duas semanas na cidade de São Paulo durante uma ordem de despejo contra moradores sem teto.
No dia 1 de abril, Alckimin participou da cerimônia de abertura do acesso via internet a documentos do antigo Departamento de Ordem Pública e Social (Dops) ao lado de seu novo secretário particular, o advogado Ricardo Salles, defensor do golpe de 1964.
Salles foi candidato duas vezes a deputado estadual (pelo PFL e DEM) sem conseguir se eleger; é fundador do Instituto Endireita Brasil, que pelas redes sociais critica a união civil, a Comissão da Verdade, e chegou a publicar que a presidente Dilma é uma terrorista.
Salles já deu diversas declarações apoiando o golpe de 1964. Em 2012 participou de evento no Clube Militar, no Rio, denominado 1964 – A verdade. “Só o lado de lá fala e quando o nosso lado fala, se limita a negar os fatos... Não vamos ver generais e coronéis, acima dos 80 anos, presos por causa dos crimes de 64. Se é que esses crimes ocorreram”, disse o agora secretário particular do governador Alckmin.
Essas e outras demonstrações deixam claras as posições do novo secretário particular de Alckmin.


O exemplo argentino

No dia 12 de março, a justiça argentina condenou à prisão perpétua Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura militar do país, por crimes contra a humanidade cometidos no centro clandestino de Campo de Maio. As penas correspondem aos crimes cometidos contra 23 vítimas, entre elas sete mulheres grávidas.
No Brasil, a Comissão da Verdade avança para apurar as causas da morte do ex-presidente João Goulart.
Na semana passada, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) defendeu mais investigações sobre a morte de Jango. Pela versão oficial, ele foi vítima de um ataque cardíaco em 1976, época em que vivia exilado na Argentina. Em discurso durante audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, Maria do Rosário disse ser “muito clara” a possibilidade de que Goulart tenha sido assassinado.
Essa é a herança da ditadura militar defendida pelo secretário de Alckmin.

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