Lançamento neste fim de semana. Eu recomendo, é um dos melhores livros de poesia do ano, que transita na desconstrução dos tradicionais haicais para gerar uma lírica única e envolvente.
terça-feira, 24 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Solidariedade à soberania energética argentina
(editorial do jornal Petroleir@s 753)
Tanto o Brasil como a Argentina, os dois maiores países do continente sul, são alvos prediletos de predadores euro-estadunidenses. Nas décadas 1940/50, a população brasileira se mobilizou, foi às ruas, garantiu a criação da Petrobrás e o monopólio das reservas petrolíferas. Por este ideal de nação, muitos – como o trabalhador portuário Deoclécio Santana – deram sua vida.
Tanto o Brasil como a Argentina, os dois maiores países do continente sul, são alvos prediletos de predadores euro-estadunidenses. Nas décadas 1940/50, a população brasileira se mobilizou, foi às ruas, garantiu a criação da Petrobrás e o monopólio das reservas petrolíferas. Por este ideal de nação, muitos – como o trabalhador portuário Deoclécio Santana – deram sua vida.
Nos
desastrosos anos neoliberais, a trupe de FHC tentou privatizar o Brasil,
Petrobrás no pacote. Foram necessários 32 dias de ferrenha greve dos
petroleiros para amainar ímpetos tucanos; mesmo assim, o estrago de FHC sobre a
estatal brasileira foi enorme e, com muito custo, a FUP, sindicatos e
trabalhadores retomam ano após ano, direitos usurpados.
A
Argentina, no mesmo período, viu sua soberania se transformar em pó pelo
caricato e perigoso governo de Carlos Menen, que entregou tudo o que foi
possível, inclusive as reservas e empresas estratégicas de energia.
Em um ato
corajoso, a atual presidente Cristina Kirchner reestatizou a petrolífera YPF,
que se encontrava sob controle acionário da espanhola Repsol. A União Europeia
estuda retaliações.
É
equivocado discutir o conflito dentro dos limites das relações econômicas. A
economia é um meio para assegurar a soberania nacional e não moeda de troca no
mercado internacional de interesses e pressões.
Não é de
hoje que governos espanhóis arrotam arrogância contra suas colônias. Em 2002, o presidente espanhol José Maria
Aznar telefonou para o Eduardo Duhalde (que sucedeu Menen) e o pressionou a aceitar
as imposições do FMI, sob risco de represálias. Anos depois, o rei Juan Carlos
Zapatero mandou o presidente venezuelano, Hugo Chavez, se calar. As recentes
imagens de Zapatero caçando elefantes em Botsuana é a mais perversa parábola da
arrogância que tomou conta dos dirigentes europeus.
A expropriação de 51% das ações da Repsol na YPF
representa um ato de retomada de soberania do povo argentino e não deve
significar nenhum temor para a Petrobrás, que tem reduzido, ano a ano, seus
investimentos no país vizinho. Nos últimos três anos, a estatal brasileira
vendeu sua área de fertilizantes para a Bunge e se desfez da refinaria San
Lorenzo, e de 363 postos de serviços para o grupo Oil M&S A produção de
óleo e gás caiu de 140 mil barris por dia, em 2006, para 98 mil, em 2011.
Independentemente
da posição comercial da Petrobrás, o Brasil deve respeitar a decisão argentina
e os trabalhadores se solidarizarem com a luta do povo portenho por sua
soberania, seja nas Malvinas, seja na YPF.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Reforma agrária
No dia 17 de abril comemora-se o o Dia Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, a data rememora os 21 assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, em operação da Polícia Militar no Pará, no dia 17 de abril de 1996. Após 16 anos de um massacre de repercussão internacional, a impunidade continua pairando sobre essa questão, uma vez que ninguém foi preso e os dois comandantes da Polícia Militar condenados a 220 anos de prisão permanecem soltos.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
O ménage criminoso entre o senador, o bicheiro e Veja
Os grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo revelaram não apenas as ligações umbilicais entre o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e outros parlamentares com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, como a ativa cumplicidade da revista de maior circulação nacional, a Veja.
Os grampos mostraram as ligações incestuosas
do diretor da sucursal de Brasília da revista, Policarpo Jr., com o esquema de
corrupção, chantagem e negociatas de Carlinhos Cachoeira. A PF interceptou mais
de 200 ligações entre o chefe da Veja em Brasília e o bicheiro, que
despejava uma cachoeira de informações para a Veja fazer o jogo sujo.
O jornalista Luis Nassif explica como se
procede esse ménage do crime entre o senador, o bicheiro e a pior revista do
país:
“1. Havia um modus operandi claro. Cachoeira
elegeu Demóstenes. Veja o alçou à condição de grande líder político. E
Demóstenes se valeu dessa condição – proporcionada pela revista – para atuar em
favor dos dois grupos.
2. Para Cachoeira [Demóstenes] fazia trabalho
de lobby, conforme amplamente demonstrado pelas gravações até agora divulgadas.
3. Para a Veja fazia o trabalho de
avalizar as denúncias levantadas por Cachoeira.
Havia um ganho objetivo para todos os lados:
1. Cachoeira conseguia
afastar adversários, blindar-se contra denúncias e intimidar o setor público,
graças ao poder de que dispunha de escandalizar qualquer fato através da Veja.
2. A revista ganhava tiragem, impunha temor e
montava jogadas políticas. O ritmo frenético de denúncias – falsas, semi-falsas
ou verdadeiras – conferiu-lhe a liderança do modelo de cartelização da mídia
nos últimos anos. Esse poder traz ganhos diretos e indiretos. Intimida todos,
anunciantes, intimida órgãos do governo com os quais trabalha”.
Não é por acaso a capa da revista de 4 de
julho de 2007 estampa Demóstenes como um dos “mosqueteiros da ética”.
Panfleto de interesses
espúrios
Há menos de um ano, a
centenária publicação inglesa, The News of World, do empresário Ruppert
Murdoch, teve de fechar após escândalos que desvendaram sobre o trabalho de
apuração que incluía escutas ilegais e aquisição de informações com policiais
mediante pagamentos em dinheiro.
Ao longo dos anos, a Veja deixou de
lado qualquer missão de fazer jornalismo para se tornar um panfleto de
interesses espúrios, negociatas e lobbies. Todos que defendem a liberdade de
imprensa devem exigir uma profunda investigação entre as relações promíscuas da
revista com setores do poder político e do crime organizado – em muitos casos
difícil de detectar onde acaba um e começa outro.
Cachoeira,
Demóstenes e Veja armaram o mensalão, denuncia ex-prefeito
fonte:
http://brasil247.com/pt/247/poder/50208/%E2%80%9CCachoeira-e-Dem%C3%B3stenes-armaram-o-mensal%C3%A3o%E2%80%9D.htm
O mensalão, maior escândalo
político dos últimos anos, que pode ser julgado ainda este ano pelo Supremo
Tribunal Federal, acaba de receber novas luzes. Elas partem do empresário
Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, cidade natal do contraventor
Carlinhos Cachoeira e base eleitoral do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
“Estou convicto que Cachoeira e
Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito em
entrevista ao blog 247.
Para quem não se lembra, trata-se
da fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo
uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal. A fita foi gravada pelo araponga
Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo
Júnior. Hoje, sabe-se que Jairo, além de fonte habitual da revista Veja, era
remunerado por Cachoeira – ambos estão presos pela Operação Monte Carlo. “O
Policarpo vivia lá na Vitapan”, disse Ernani de Paula.
O ingrediente novo na história é
a trama que unia três personagens: Cachoeira, Demóstenes e o próprio Ernani. No
início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar
Secretário Nacional de Segurança Pública. Teria apenas que mudar de partido,
ingressando no PMDB. “Eu era o maior interessado, porque minha ex-mulher se
tornaria senadora da República”, diz Ernani de Paula. Cachoeira também era um
entusiasta da ideia, porque pretendia nacionalizar o jogo no país – atividade
que já explorava livremente em Goiás.
Segundo o ex-prefeito, houve um
veto à indicação de Demóstenes. “Acho que partiu do Zé Dirceu”, diz o
ex-prefeito. A partir daí, segundo ele, o senador goiano e seu amigo Carlos
Cachoeira começaram a articular o troco.
O primeiro disparo foi a fita que
derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, da Casa Civil. A fita também
foi gravada por Cachoeira. O segundo, muito mais forte, foi a fita dos
Correios, na reportagem de Policarpo Júnior, que desencadeou todo o enredo do
mensalão, em 2005.
A Veja adotou um dos lados
da briga, e, em conluio com a rede Globo e com José Serra estampou em rede
nacional o que seria a arma final para desestabilizar o governo Lula.
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