sábado, 13 de março de 2010

Ainda é pequena a representação feminina na política brasileira



A luta pela ampla igualdade de direitos entre homens e mulheres é constante; as mulheres têm avançado na busca de seu espaço, mas ainda existe um longo caminho a trilhar. Nas relações de trabalho, apesar dos avanços dos últimos anos, é grande o contingente de mulheres que recebe menos do que homens para exercer o mesmo serviço e tem que provar a cada dia que são tão capazes – ou mais – do que os homens no trabalho.
Nas relações sociais e familiares também ocorreram avanços, em especial com a criação da lei Maria da Penha, que inibe a violência contra a mulher, mas aqui, também, as companheiras exercem a dupla jornada e são responsáveis por uma série de afazeres domésticos sem a ajuda de seus maridos ou companheiros.
Mas é na política que a defasagem representativa se mostra ainda maior. De acordo com dados da União Interparlamentar (IPU, na sigla em inglês), órgão vinculado à ONU, a média de mulheres no congresso (em nível mundial) é de apenas 18,5% (dados de 2009). No Brasil, a representação feminina na Câmara dos Deputados é de apenas 9%, enquanto as mulheres correspondem a mais de 50% da população. No quadro mundial organizado pelo IPU (veja ao lado), o Brasil ocupa a vergonha posição de número 107, enquanto a vizinha Argentina ocupa o sexto lugar (com 41,6% de mulheres na Câmara). Neste quesito, o Brasil está atrás de todos os principais países da América do Sul.
Em 1997 estabeleceu-se no Brasil a lei de cotas que obriga os partidos a reservarem 30% das vagas na chapa de candidatos para mulheres, mas a lei não obriga, no entanto, o preenchimento dessas vagas. Assim por exemplo, se um partido pode ter 100 candidatos, 30 vagas tem que ser de mulheres, mas este partido pode lançar 70 homens e 1 mulher.
Segundo o Núcleo de Estudos do Congresso, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, outro fator que impede o maior acesso de mulheres à Câmara e ao Senado é a tendência de se reeleger quem já está no cargo e como o espaço da política é predominantemente dominado por homens...
Maior conscientização e participação política, conhecimento dos direitos e vontade de mudança são fatores que irão influenciar na mudança deste quadro. E 2010 é um ano privilegiado: pela primeira vez uma mulher pode se tornar presidente da República.


A pesquisa completa pode ser consultada pelo endereço
http://necon.iuperj.br/arquivos/boletins/bltn_04.pdf

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