sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

UM ANO DA INVASÃO DE ISRAEL A GAZA

Charge de Carlos Latuf


O mês de janeiro registra o triste aniversário de um ano da invasão de Israel a Gaza. No dia 3 de janeiro de 2009, tropas israelenses concretizaram as ameaças belicistas que já ocorriam desde o final do ano anterior: o resultado do primeiro dia de invasão foi a morte de 35 palestinos e mais de 140 feridos. Nenhuma baixa foi registrada do lado israelense.
A região vivia um tênue momento de paz desde metade de 2008, quando ocorreu um cessar-fogo entre as tropas de Israel e do Hamas, agrupamento político palestino. Acusações de lado a lado fizeram a trégua ser rompida no começo de dezembro de 2008. No dia 27 daquele mês começaram os ataques aéreos israelenses, que deixaram em duas semanas 480 mortos e mais de 2.500 feridos e desabrigados.
A superioridade bélica de Israel promoveu um verdadeiro massacre ao povo palestino, que continua lutando pelo reconhecimento de seu Estado.

Um povo sem pátria
O atual Estado de Israel é o resultado de um longo processo de ocupação da região onde antes predominava o povo palestino. O direito dos israelenses a terem um país não se sobrepõe ao direito palestino de se constituir como Estado independente.
Esse conflito foi sacramentado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 27 de novembro de 1947, quando o organismo decidiu a partilha da região entre os dois povos. Sucessivos conflitos e guerras reduziram o espaço destinado aos palestinos (que perderam, inclusive, Jerusalém, cidade sagrada que havia sido dividida entre os dois povos pela ONU) até serem encurralados na Faixa de Gaza, um território de 41 quilômetros de comprimento e 360km2 de área, que abriga mais de 1,4 milhão de pessoas (uma das regiões mais densamente povoadas do planeta).
Rodeada por muros e cercas de arame farpado, vigiada constantemente pelo exército israelense, é impossível não comparar Gaza a um campo de concentração – terror que os israelenses conhecem muito bem.
Todos os analistas políticos concordam que é impossível a Palestina ter novamente todo o território ocupado por Israel, mas os setores progressistas e democráticos continuam lutando para que o povo palestino tenha direito a constituir um país livre e soberano e tentar viver em paz ao lado de seus invasores.
Os horrores dos ataques que completaram um ano ainda são visíveis na Faixa de Gaza, nas construções destruídas, na falta de estrutura, na precariedade de vida do povo, que vive o medo constante dos ataques dos mísseis israelenses – sob os auspícios dos EUA.
A busca da paz passa pelo reconhecimento do Estado Palestino, pela desmilitarização da região e pelo esforço do povo israelense para eleger políticos comprometidos com a democracia. Enquanto isso não ocorrer, o massacre ao povo palestino irá continuar.

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