segunda-feira, 2 de março de 2009

Adesão total à greve na Replan

O jogo entre Santos e São Paulo se iniciava e a temperatura registrava recorde de 34º na tarde de domingo, 1 de março. quando uma outra equipe, formada por santistas, palmeirenses, corinthianos, saopaulinos, pontepretanos e bugrinos já se mobilizava para cobrir as 12 portarias da Replan. A equipe da resistência e da luta, composta por dirigentes do Unificado de outras bases, da FUP e de sindicatos companheiros – além de um dirigente do Sindipetro-RJ – e revezaram durante toda a tarde e noite para evitar que os fura-greve de sempre se rastejassem para dentro da Refinaria.
Por volta das 23h30 os primeiros ônibus do turno da zero hora começaram a chegar e imediatamente os trabalhadores se postaram do lado de fora das portarias. Tinha início a greve de cinco dias pelo cumprimento judicial de garantir o pagamento do extra-turno para os admitidos após 1999.
Danilo Silva, coordenador da Regional Campinas do Unificado, e Itamar Sanches, coordenador geral do Sindicato, explicaram como estava o movimento e as tentativas de negociação com a empresa. “Até agora movimento é restrito à Replan, mas pode ganhar contornos nacionais a partir da nossa greve”, avaliou Danilo.
O coordenador da FUP e também diretor do Unificado, João Moraes, fez um breve retrospecto da luta dos trabalhadores da Replan pela garantia do extra-turno, direito que outras unidades perderam e lembrou da luta pela PLR e por mais segurança. “Nesta segunda, em todas as bases da FUP, estaremos realizando atos pela PLR, por mudanças na política de SMS e também em solidariedade ao movimento dos companheiros aqui da Replan”, salientou Moraes.

Ratoduto na desova
Em mais uma atitude irresponsável, a gerência da Replan “inventou” uma 13ª portaria, de fato uma viela que passa por um canavial em um canto ermo do entorno da refinaria, conhecido como “desova” (local onde bandidos deixam restos de carros roubados e, às vezes, cadáveres de vítimas). Pois foi nesse local, no meio da madrugada, que a empresa orientou pelegos a se arriscarem, atravessando esse ratoduto e colocando em risco a segurança das pessoas.
Desde o início a Replan buscou intimidar os ativistas, tentando, inclusive, proibir que dirigentes que passavam a noite em claro em frente a portaria utilizassem o banheiro. Sob a ameaça de fazerem suas necessidades na frente dos portões, a gerência reconheceu o ridículo da situação e “liberou” a utilização dos banheiros.

Carta à população
Como parte das atividades foi publicado uma carta à população de Campinas e Região, explicando os motivos da greve, solicitando solidariedade e garantindo que não haverá desabastecimento de gás e gasolina. Uma equipe da Unificado tentou agendar uma audiência com a ministra Dilma Roussef, presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, que acompanhou o presidente Lula em uma atividade em Campinas nesta segunda-feira.

E por falar em solidariedade

Diversos sindicatos da FUP e outras bases do Unificado, como a Recap, estão aprovando movimentos e paralisações de solidariedade. Os companheiros de Mauá definiram greve de 24h em solidariedade.
A greve continua firme e forte nesta terça-feira.

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