terça-feira, 31 de outubro de 2017

RESPEITA AS MINA




Fui assistir ao jogo do Palmeiras x Cruzeiro (30.out.2017) em um bar nas imediações do Allianz Parque (que continuo a chamar de Parque Antártica). É sempre uma experiência divertida e interessante quando não acaba em confusão (coisa que nunca presenciei ali).

Jogo nervoso, Cruzeiro à frente desde o início da partida por conta de um gol contra de Juninho, tensão na torcida que assistia pelo telão do bar. Xingamentos, muitos xingamentos, a cada passe mal dado, a cada roubada de bola do adversário, a cada lance. 

Xingava-se juiz, jogadores do time adversário, do próprio time, técnicos, até que do meio da pequena multidão que ocupava uma faixa da rua veio o grito - endereçado a um jogador do Cruzeiro, que obviamente não ouviria: "Eu já comi a vagabunda da sua irmã". Ao mesmo tempo, outra voz anônima, masculina, retrucou: "Respeita as mina". 

Por uma fração de segundo se fez silêncio. O "comedor" de irmãs de cruzeirense nada disse, ninguém vaiou, ninguém saiu em sua defesa, os olhos continuaram fixos na tela até explodir de alegria com o gol de empate do palestra verde.

Até o final da partida muitos outros palavrões foram ouvidos, muitos "tomar no cu", "caralho", "lixo", mas nenhum mais diretamente ofensivo à condição feminina.

Xingar pode, mas respeita as mina.  

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