Durante toda a terça-feira (9.ago.2016), dirigentes sindicais petroleiros de diversos estados montaram acampamento em Brasília para acompanhar os debates sobre o Projeto de Lei PL 4567/16, que acaba com a obrigatoriedade da Petrobrás ser a operadora em todos os blocos do pré-sal. Na prática, esse projeto representa entregar o comando da exploração da maior riqueza nacional a empresas estrangeiras.
O projeto teve origem no senado, pelas mãos de José Serra, compromisso que havia assumido com a estadunidense Chevron, em 2009 (conforme documentos revelados pelo Wikileaks).
Durante o processo de pressão dos petroleiros, dois sindicalistas foram presos, Gustavo Marsaioli, do Sindipetro Unificado-SP, e Claudio Nunes, do Sindipetro-NF. Ambos foram soltos após pagamento de fiança e de os sindicalistas ocuparem o plenário da Câmara exigindo a soltura dos dirigentes. Confira aqui o vídeo da prisão e a truculência policial.
“A Petrobras foi capitar US$ 5 bilhões, conseguiu US$ 6 bi e queriam oferecer US$ 15 bi. E a história de que a indústria privada está ávida por petróleo é outra mentira, esse mercado está aberto há 20 anos e qual investimento fizeram aqui? Nenhum. A Statoil e a Shell preferem é gerar emprego em suas matrizes”, frisou o coordenador da FUP.
Contrário ao projeto, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que o texto do Projeto representa o desmonte da legislação atual, que criou o sistema de partilha de exploração de petróleo. Para Zarattini, o texto confere ao governo federal a decisão de abrir ou não para a exploração de determinados campos por empresas estrangeiras.
Durante a Comissão Geral, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) apresentou um projeto de decreto legislativo para realização de um plebiscito popular sobre a posição da Petrobrás na exploração do pré-sal. “Eu tenho convicção de que o povo brasileiro não aceitará abrir mão do pré-sal para entrega-lo às multinacionais”, afirmou.
A sessão terminou sem consenso entre os parlamentares, o que foi considerado uma vitória pelo movimento sindical, que adia, mais uma vez, a votação para a entrega do pré-sal à exploração estrangeira.
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