domingo, 6 de março de 2016

BULIRAM COM A JARARACA

“Tentaram dar uma paulada na cabeça da jararaca, mas acertaram no rabo, agora é a nossa vez de ir pra cima deles”, disse Lula na entrevista coletiva que concedeu após sua condução coercitiva à Polícia Federal para prestar depoimento.
Desde as primeiras horas era grande a movimentação em todo o país por conta da notícia (da qual a mídia já tinha conhecimento desde horas antes) da operação que visou a intimidar o ex-presidente da República e acuar ainda mais o governo Dilma. Em Brasília, a oposição dizia abertamente em travar a pauta do Congresso até a votação do impeachment da presidente.
Militantes sindicais e de organizações sociais foram até o aeroporto de Congonhas (onde Lula prestava depoimento) protestar contra a atitude arbitrária e coercitiva da Polícia Federal. “Não precisava nada disso, já fui depor três vezes este ano, era só o juiz Moro enviar o pedido”, afirmou Lula após o depoimento, se dizendo extremamente constrangido com a violência sofrida.

Quadra lotada
A quadra dos bancários é um tradicional ponto de encontro e manifestações políticas, mas há muito tempo não se via tão cheia. O Detran e a PM fecharam a rua para acesso a carros, pois não havia lugar internamente para o número de pessoas que foram chegando, com faixas, bandeiras e indignação estampada no peito.
A ideia inicial da FPB era sair da quadra em passeata pelo centro da cidade, mas a confirmação da presença de Lula ao evento, fez todos aguardarem até às 20h. Por quase duas horas, o ex-presidente fez um discurso emocionado, em que relembrou sua trajetória e seus feitos em oito anos de mandato. “A elite queria que eu fracassasse, mas não fracassei porque ali (no Palácio do Planalto) eu era vocês, era o povo e é isso que a elite não engole. Ela não admite que um trabalhador, torneiro mecânico, semianalfabeto possa ter conseguido ser o melhor presidente que este país já teve, que um trabalhador tenha sido reconhecido como a maior liderança mundial do início do século 21”, afirmou.
Ao final, Lula lançou seu nome à candidatura em 2018. Eu estava quieto no meu canto, já pensando em me aposentar da política, mas mexeram comigo, com minha família, com minha esposa Marisa. Estou à disposição para correr este país e animar nossa militância, vamos para as ruas. Estou com 70 anos, mas com tesão de 30 para mais esta luta”.

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