As pessoas que passarem nesta terça-feira, 27,
pela Avenida Paulista e verem a manifestação dos trabalhadores em frente ao Edifício
Sede da Petrobrás (Edisp) poderão se perguntar: mas por que esses caras estão
defendendo uma empresa que está sendo acusada de um monte de coisas? Para boas
perguntas, boas respostas.
A Petrobrás é a maior empresa do país,
responsável pela extração, refino e distribuição do mais importante produto
energético do planeta: petróleo. Em nome
desse “ouro negro”, países promovem guerras, invadem outros e destroem o meio
ambiente. O petróleo está presente em mais de três mil subprodutos.
Por anos, a Petrobrás foi alvo de ataques de
governos neoliberais. A administração tucana de Fernando Henrique chegou a
tentar mudar o nome da empresa para Petrobrax para desvincular o nome do “bras”
de Brasil e facilitar a privatização. (http://www.conversaafiada.com.br/wpcontent/uploads/2014/05/05.jpg).
Em 2002, ao final da gestão FHC, o sistema
Petrobrás estava sucateado, sem investimentos e com um contingente de cerca de
32 mil trabalhadores próprios e 120 mil terceirizados.
Em 2003, quando o governo Lula assumiu, o
patrimônio da Petrobrás era de R$ 49,3 bilhões. Em 2012 chegou a R$ 345
bilhões. A receita, no mesmo período, saltou 193%, passando de R$ 95,7 bi para
R$ 281,3 bilhões. (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/page/4/).
Os governos seguintes (Lula e Dilma) afugentaram
a ameaça de privatização e investiram na empresa, o que permitiu descobrir o
pré-sal. Lula fechou seu governo modificando a lei de concessão para partilha (http://www.brasil.gov.br/educacao/2010/12/lula-sanciona-lei-do-pre-sal-com-veto-a-partilha-dos-royalties).
Poderia ter sido mais ousado, mas foi um avanço, reconheço, e expôs, ainda
mais, o entreguismo contido no modelo anterior patrocinado pelo PSDB.
Hoje, o sistema Petrobrás é um dos mais rentáveis
do país, conta com mais de 85 mil trabalhadores próprios e 300 mil
terceirizados e é a companhia mais importante para as políticas de governo.
No entanto, conserva conservadores históricos em
seu quadro funcional e assimilou uma nova elite de gestores voltada para o
mercado, sem a menor inclinação para a função social da empresa. O resultado
são gestões temerárias cujas decisões devem ser investigadas à luz do interesse
nacional e não à mercê do calendário eleitoral.
A Petrobrás representa a confluência de dois
sonhos: a nacionalização das riquezas energéticas estratégicas e a criação de
uma empresa pública forte, com poder para influir nas políticas macro econômicas
do país. Uma Petrobrás pública e forte representa um governo menos refém da
iniciativa privada e seus representantes no parlamento.
Em suma, a Petrobrás está no centro de uma
disputa de mercado, mas também ideológica. Destruí-la é destruir o sonho que
moveu gerações desde as lutas para sua criação, na década de 1940.
Pois então, respondendo a pergunta inicial: SIM,
estamos defendendo a Petrobrás porque defendemos o Brasil.