Meses de campanha do PIG
utilizando o mensalão como mote não foram suficientes para evitar que o PT saísse
vitorioso nas eleições municipais de 2012. Mas a imprensa golpista não perde o
pelo. Segunda-feira, um dia após a acachapante vitória de Haddad em São Paulo,
entre outros, o Programa do JÔ utilizou dois blocos para entrevistar o
colunista do jornal O Globo Ricardo Noblat, que dispensa apresentação.
Para quem não viu, ou saiu de
frente da TV para vomitar antes do final da “entrevista”, faço um breve resumo:
Cena 1 – Jô diz que leu
recentemente o livro sobre o caso Watergate (que culminou com a renúncia do
então presidente dos EUA, Richard Nixon) e achou “espantosas” as semelhanças
com o mensalão, que chegou a chamar mensalgate,
sem explicar o que tem a ver com as calças. Noblat, evidentemente, concordou.
Cena 2 – Vitória do PT em São
Paulo. Noblat minimiza, dizendo que ganhar do Serra, que atingiu 52% de
rejeição era fácil, qualquer um faria. Perguntado se foi a vitória em São Paulo
mérito do Lula, o colunista do Globo responde que só admite isso se o PT
admitir que a derrota em Recife foi uma derrota do Lula. E logo em seguida
afirma: “apesar de o Lula não ter ido a Recife fazer campanha para Humberto
Costa”. Ué, o ex-presidente é “culpado” pela derrota em um local onde não fez
campanha, mas não é “responsável” pela vitória onde fez?
Cena 3 – O telão mostra, nas
palavras do entrevistador, “as maiores mancadas da campanha eleitoral”, que
seriam:
1)- Dilma na campanha da Bahia.
Noblat faz toda uma dissertativa para explicar que o discurso da presidente
associando o candidato do DEM, ACM Neto a uma gestão pequena não “pegou bem” na
opinião pública.
2)- Cena da campanha de Recife.
Noblat “explica” os erros do PT na condução da campanha.
3) – Caso do ovo jogado contra a
candidata do PCdoB em Manaus. Noblat diz que foi uma farsa e ambos, gordo e
gordinho, lembram do caso do tiro em Carlos Lacerda, na década de 1950, mas, “estranhamente”
não citam o episódio em que Serra simulou ter sido agredido por uma bolinha de
papel, na campanha de 2010.
Cena 4 – Falando sobre o
mensalão, o telão apresenta um embate entre os ministros Joaquim Barbosa e
Ricardo Lewandowski. Noblat, com certo escárnio estampado entre alvos dentes,
diz que Lewandowski foi indicação da ex-primeira dama Marisa. Ambos riem como
que insinuando: viu, deixar mulher indicar ministro do Supremo dá nisso.
E a dita entrevista continua
nessa toada, com críticas ao ex-presidente, comparando Zé Dirceu a Maluf etc.
etc.
Podem esperar mais. O PIG
continua com sede de vingança.