quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe suína, quando a imprensa faz jogo sujo



Novamente, a mídia comercial sensacionalista, liderada pela Rede Bobo, cria alarme e deixa de fazer sua missão central, a de informar corretamente. O caso da chamada gripe suína é mais um exemplo disso.
Nos últimos dias já se falou muito sobre a tal gripe, as supostas mortes causadas, o pânico que se generalizou em aeroportos. Levam a crer que é mais uma das pragas do terceiro mundo incivilizado, que não habla inglês.
O que nossa isenta mídia não fala, divulga ou investiga são as reais origens da doença, que tem como epicentro o estado Veracruz, no México. Mas, por que será que começou lá, perguntaria qualquer estudante de jornalismo?
No estado de Veracruz está instalada a Granja Carroll, complexo fazendário que cria e comercializa cerca de 650 mil porcos anualmente. Um dos primeiros casos de gripe suína no México afetou Edgar Hernandez, de quatro anos, morador da localidade de La Gloria, a 8,5 km de uma unidade de criação de porcos da Carroll, em Perote. O diretor da empresa, Víctor Manuel Ochoa, nega a acusação e diz já ter solicitado inspeção da FAO (fundo para alimentação e agricultura da ONU).
Mas quem detém o controle dessa tal Granja Carroll, que fica muito próxima de onde começaram os casos de gripe, que cria milhares de porcos, mas que nada tem a ver com a tal epidemia? Ora, é apenas a Smithfield Foods, maior empresa do mundo em produção e comercialização de carne suína. Agora a história começa a fazer sentido. De fato, não há interesse da mídia de investigar uma multinacional estadunidense, grande anunciante.
Segundo relatos que correm pela internet de moradores da região mexicana afetada, os porcos da granja Carroll produzem imensas quantidades de dejetos fecais e orgânicos que são acumulados ao ar livre. Faça um esforço de imaginação: 650 mil porcos cagando ao ar livre, multiplicados pela quantidade de moscas que se acumulam nas fezes, com reflexos nos rios da região ao lado de comunidades pobres como Perote. Não precisa ser especialista para prever os perigos de tal equação.
Enquanto os empresários negam e a imprensa comercial esconde, e se preocupa com reflexos no turismo e no movimento de aeroportos, pessoas morrem vítimas, outra vez, da ganância pelo lucro acima de qualquer fosso de decência.

2 comentários:

Anônimo disse...

Desculpe, mas não concordo com você.

Não há evidência que a origem da febre suína tenha sido causada por esse método de criação de porcos, pelo simples fato de esse método ser usado no mundo inteiro, inclusive nos EUA, país de origem da Smithfield Foods, que possui neste mesmo país criações bovinas e suínas de grande porte. Quem ja viu uma criação bovina destas por exemplo, sabe que os bois ficam uns ao lados de outros, ao ar livre em um espaço que praticamente não cabe nem uma pessoa entre eles, e defecando o tempo todo. O odor hediondo beira a insanidade. Nem por isso a carne apresenta qualquer patologia, ou febre afitosa, ou o que seja.

Além disso, se há uma suspeita de que a febre suína surgiu nessa região, o que um jornalista sério deveria fazer era investigar, por exemplo, se a empresa em questão está legalizada e paga seus impostos, se houve inspeção sanitária regular por parte do governo mexicano, conversar com habitantes locais e perguntar-lhes o que de fato ocorre por ali (e não basear-se em boatos de internet). O objetivo de uma reportagem investigativa sobre esse assunto é apurar a origem da doença, para evitar que outras culturas suínas no mundo todo, inclusive nos EUA, sejam focos da doença, impedindo uma pandemia. Porém, sua preocupação é a Rede "Bobo" e os EUA. O que não se pode permitir é que, por motivos claramente ideologicos, sejam feitas suposições e acusações sem muito fundamento ou confirmação técnica.

O que falta a imprensa de esquerda do Brasil é responsabilidade e compromisso com a verdade, sem deixar que convicções manipulem informações. Sinceramente, não vejo diferença nenhuma entre você e a "Rede Bobo", pois se a mesma age por interesses econômicos, o você age por interesses ideológicos, mas ambos faltam com a mesma honestidade de informar corretamente os fatos.

Mas já que sua única preocupação é política, e não a saúde das pessoas, considere o seguinte: Essa empresa está instalada em uma comunidade pobre, ou seja, deve gerar a grande maioria dos empregos da região. Pergunte a qualquer morador se ele quer que a empresa vá embora. Ele viveria do que? Vodka, batata e esmola do governo, como na antiga URSS? Aliás, pergunte a qualquer russo, ou croata, ou ucraniano, se ele quer que o comunismo volte...vai se surpreender com a resposta.

Unknown disse...

Se a "pessoinha" Anônima pesquisasse um pouco mais, estudasse saberia que interesses privados falam mais alto que interesses públicos. Saberia também que:
Em 1994, graças às condições liberais e apoio do governo mexicano pela entrada no NAFTA, livre comércio com Estados Unidos e Canadá, as Granjas Carroll se instalou em várias localidades do país. Foi uma oportunidade para ver seus lucros irem à estratosfera uma vez que já havia sido expulsa dos estados de Virgínia e da Carolina do Norte, nos EUA, por danos ambientais e por práticas antitrabalhistas e antisindicais. No ano passado, a Smithfield Foods matou mais de 31 milhões de cabeças de porcos e produziu cerca de 3 milhões de quilogramas de carne de suínos em suas várias subsidiárias espalhadas pelo planeta. Seu faturamento global superou os 11,3 bilhões de dólares

e saberia também:

O Tratado de “Livre” Comércio (Nafta) impôs várias restrições à neocolônia mexicana

e mais:

Que no mundo dos GRANDES ... pequeno não fala!....

E sobre o comentário:
"Essa empresa está instalada em uma comunidade pobre, ou seja, deve gerar a grande maioria dos empregos da região. Pergunte a qualquer morador se ele quer que a empresa vá embora"

SIM QUEM MORA NO LOCAL FAZ MANIFESTAÇÕES PARA QUE A EMPRESA VÁ EMBORA. É SÓ PROCURAR INFORMAÇÃO QUE VOCÊ ACHA.

e sobre:
"Aliás, pergunte a qualquer russo, ou croata, ou ucraniano, se ele quer que o comunismo volte...vai se surpreender com a resposta".

CREIO QUE O PONTO NÃO SEJA ESSE.MAS QUANDO O ARGUMENTO FALTA...