quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Petroleiros lançam campanha contra leilão


A lei 9478, de 1997, quebrou o monopólio estatal do petróleo, que pertencia à Petrobrás, isto é, ao povo brasileiro que é o verdadeiro dono da empresa. A partir dessa lei, promulgada no governo FHC, foi possível realizar os chamados leilões de petróleo, que nada mais são do que entregar a empresas transnacionais o direito de exploração de blocos onde há viabilidade econômica.
O próximo leilão ocorre nos dias 27 e 28 de novembro, no Rio de Janeiro. O primeiro ocorreu em 15/6/1999 e, desde então, anualmente o governo promove a entrega de parcela das reservas brasileiras. Em 2006, o governo Lula cancelou o oitavo leilão, mas, agora, prepara um novo.
As direções do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo e da FUP (Federação Única dos Petroleiros) são contra o leilão, que significa, em última análise, a entrega de um setor estratégico brasileiro para empresas multinacionais, que não têm qualquer compromisso com o desenvolvimento do país. Recentes matérias dos jornais informam que para cada 10 dólares investidos no Brasil, empresas multinacionais remeteram U$ 6 para seus países de origem.

Campanha nacional

Contra mais essa entrega do patrimônio nacional, o Unificado-SP lançou em nível nacional a campanha “leilão é privatização”, envolvendo outros sindicatos de petroleiros, o conjunto do movimento sindical e importantes setores do movimento social, como a UNE e o MST. “Já pautamos essa discussão na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e, apesar de o leilão estar próximo, queremos dar ampla divulgação e preparar atos em vários locais do país”, explica Antonio Carlos Spis, diretor do Sindicato e membro da executiva da CUT Nacional.
O Sindipetro-SP pretende, com o apoio da FUP e dos demais sindicatos de petroleiros, realizar debates em universidades, associações, entidades de classe, promover atos públicos e marcar audiências com parlamentares e dirigentes da ANP – Agência Nacional do Petróleo. “Vamos levar nossas posições para todos os locais do país, queremos um debate amplo sobre esse tema”, informa Itamar Sanches, coordenador do Sindicato.
Além das atividades políticas, a entidade irá disponibilizar materiais de divulgação, um deles será um adesivo de carro (veja arte acima), amplamente distribuído para a população. “Temos duas grandes limitações, uma é o escasso tempo para o leilão e outra é a questão financeira, mas vamos procurar divulgar nossa posição por meio de entrevistas em jornais, camisetas, adesivos de automóvel, boletins e o que mais for possível, mas, o mais importante é a participação ativa dos petroleiros nessa campanha”, conclama o diretor de Comunicação do Sindicato, João Antonio Moraes.

Reunião do GT
Nesta terça-feira, dia 23, às 18h, o Grupo de Trabalho (GT) instalado pelo Unificado-SP para discutir o 9º leilão se reúne para definir os próximos passos da campanha. A sede do Sindicato fica no Viaduto 9 de Julho, 160, conjunto 2E, Centro de São Paulo (perto da Câmara Municipal).

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