O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, alegre com o acordo que sangra a empresa em R$ 10 bilhões |
A Petrobrás anunciou no primeiro dia de março (1.mar.2018) que a Corte Federal de Nova Iorque (EUA) aprovou o acordo celebrado para encerrar a Class Action (ação movida por acionistas minoritários que alegaram terem tido prejuízos com os desdobramentos da Operação Lava Jato).
Apesar de ter proposto um acordo bilionário, a Petrobras pagará US$ 2,95
bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) aos
investidores beneficiados pela ação. Segundo a
agência de notícias Reuters, o acordo representa o maior já pago em uma década
em ações coletivas nos EUA.
Chama a atenção nesse processo várias
questões:
1) Por que a direção da Petrobrás não provisionou o valor dessas
ações em seu balanço? Em nota explicativa ao Balanço de 2016, a empresa defendeu
o não provisionamento desses valores devido às muitas incertezas sobre o
montante total. Entretanto, menos de um ano depois, assumiu este valor
bilionário, praticamente sem questionamento.
2) Por que a direção da
Petrobrás não utilizou todos os recursos jurídicos para questionar a ação e os
valores e aceitou tão “docilmente” o acordo, o maior já pago em uma década de
ações coletivas nos EUA, segundo matéria da Agência de Notícias Reuters.
3) Quem são as empresas e pessoas beneficiadas pela ação? Por
enquanto, apenas alguns nomes foram apresentados. Segundo Danilo Silva, ex-diretor
do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo, “Provavelmente,
entre os recebedores estão os conhecidos ‘fundos abutres’, que vêm atuando
ativamente na compra de ativos brasileiros de diversas empresas locais que
estiveram envolvidas na Lava Jato”.
4) No informe ao mercado deste
1.mar.2018, a Petrobrás afirma: “o acordo não
constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares pela
Petrobras. No acordo, a companhia expressamente nega qualquer responsabilidade.
Isso reflete a sua condição de vítima dos atos revelados pela Operação Lava
Jato”.
Ora, esse
é um caso sui generis em que quem se diz vítima não utiliza todos os recursos
jurídicos para provar sua inocência, aceita um acordo bilionário e ainda se
vangloria disso. Esse é mais um capítulo que demonstra a instrução política da
atual direção da empresa e seu atual presidente, Pedro Parente, tucano indicado
por Temer em acordo com José Serra: transferir capital, recursos de
inteligência, unidades produtivas e áreas de exploração de petróleo para a
iniciativa privada, em um contínuo processo de desmonte e privatização da maior
empresa brasileira.
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