Texto: Alessandra Campos
Foto: Maycon Soldan |
Cerca de
90% dos trabalhadores da Replan, em Paulínia, e da Recap, em Mauá, bases do
Sindipetro Unificado-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São
Paulo), aderiram à paralisação nacional, realizada nesta terça-feira (10.05) em
todo o país. Os petroleiros se mobilizaram em defesa da manutenção dos direitos
trabalhistas e contra a privatização da Petrobrás e a entrega do pré-sal às
multinacionais.
Nas duas
refinarias, o expediente começou mais tarde. Os terceirizados reforçaram as
mobilizações e entraram junto com os funcionários próprios, por volta das 9h30,
promovendo um atraso no início da jornada de, aproximadamente, três horas. Em
Mauá, o ato teve ainda a adesão dos trabalhadores da Transpetro, que exercem
suas funções na Recap.
Foto: Maycon Soldan |
Foto: Maycon Soldan |
Foto: Maycon Soldan |
A direção
do Unificado conversou com a categoria sobre a conjuntura atual do país, os
riscos de retrocessos e a importância da democracia, da Petrobrás e do pré-sal.
“A defesa da empresa exige uma discussão política. Todos os petroleiros sabem
que temos pela frente uma ofensiva pesada. Hoje é o dia de começarmos a
construir nossa resistência contra os ataques aos direitos trabalhistas”,
afirmou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
Segundo o
diretor do Unificado e da FUP João Antônio de Moraes, o golpe tem alvo certo.
“E não é contra a Dilma, o Lula ou o PT. O golpe é contra nós, trabalhadores. E
se a gente não compreender isso, eles vão passar com um trator em cima das
nossas cabeças”, declarou.
Os
dirigentes sindicais alertaram os trabalhadores sobre o programa de governo de
Michel Temer, chamado “Uma ponte para o futuro”. “Na verdade, trata-se de um
túnel para o passado, que tem o objetivo principal de reduzir direitos
trabalhistas e sociais”, destacou a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira.
O pacote
de maldades, que está para ser votado no Congresso Nacional, também foi lembrado
pelos diretores. “Há 55 projetos de retirada de direitos dos trabalhadores.
Temos uma difícil batalha pela frente e precisamos estar preparados para
enfrentar o inimigo, caso contrário, seremos aniquilados”, comentou o diretor
Auzélio Alves.
Terceirizados
O ato de
hoje na Replan também serviu como protesto a favor dos terceirizados, que
recebem da gerência da empresa tratamento diferenciado dos trabalhadores
próprios. A maior parte desses funcionários, por exemplo, só pode entrar na
refinaria pela portaria de serviços. “Eles são proibidos de entrar pela
portaria social, que é a Sul. Só isso já mostra a discriminação que eles
sofrem”, afirmou o diretor Felipe Grubba.
Em
solidariedade aos companheiros, os trabalhadores próprios fizeram uma caminhada
da portaria Sul até a Norte e entraram na refinaria junto com os terceirizados,
passando pelas catracas do acesso de prestadores de serviço. “A gerência da
Replan não admite petroleiros próprios e terceirizados juntos, mas vamos lutar
para mudar isso. Hoje, mais do que nunca, temos que estar unidos”, concluiu o
diretor Itamar Sanches.
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