terça-feira, 10 de maio de 2016

PETROLEIROS: NAS REFINARIAS DE PAULÍNIA E CAPUAVA ADESÃO AO ATO DE 10 DE MAIO FOI DE 90%




Texto: Alessandra Campos

Foto: Maycon Soldan
Cerca de 90% dos trabalhadores da Replan, em Paulínia, e da Recap, em Mauá, bases do Sindipetro Unificado-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo), aderiram à paralisação nacional, realizada nesta terça-feira (10.05) em todo o país. Os petroleiros se mobilizaram em defesa da manutenção dos direitos trabalhistas e contra a privatização da Petrobrás e a entrega do pré-sal às multinacionais.

Nas duas refinarias, o expediente começou mais tarde. Os terceirizados reforçaram as mobilizações e entraram junto com os funcionários próprios, por volta das 9h30, promovendo um atraso no início da jornada de, aproximadamente, três horas. Em Mauá, o ato teve ainda a adesão dos trabalhadores da Transpetro, que exercem suas funções na Recap.

Foto: Maycon Soldan

Foto: Maycon Soldan

Foto: Maycon Soldan


A direção do Unificado conversou com a categoria sobre a conjuntura atual do país, os riscos de retrocessos e a importância da democracia, da Petrobrás e do pré-sal. “A defesa da empresa exige uma discussão política. Todos os petroleiros sabem que temos pela frente uma ofensiva pesada. Hoje é o dia de começarmos a construir nossa resistência contra os ataques aos direitos trabalhistas”, afirmou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.

Segundo o diretor do Unificado e da FUP João Antônio de Moraes, o golpe tem alvo certo. “E não é contra a Dilma, o Lula ou o PT. O golpe é contra nós, trabalhadores. E se a gente não compreender isso, eles vão passar com um trator em cima das nossas cabeças”, declarou.

Os dirigentes sindicais alertaram os trabalhadores sobre o programa de governo de Michel Temer, chamado “Uma ponte para o futuro”. “Na verdade, trata-se de um túnel para o passado, que tem o objetivo principal de reduzir direitos trabalhistas e sociais”, destacou a coordenadora do Unificado, Cibele Vieira.

O pacote de maldades, que está para ser votado no Congresso Nacional, também foi lembrado pelos diretores. “Há 55 projetos de retirada de direitos dos trabalhadores. Temos uma difícil batalha pela frente e precisamos estar preparados para enfrentar o inimigo, caso contrário, seremos aniquilados”, comentou o diretor Auzélio Alves.

Terceirizados

O ato de hoje na Replan também serviu como protesto a favor dos terceirizados, que recebem da gerência da empresa tratamento diferenciado dos trabalhadores próprios. A maior parte desses funcionários, por exemplo, só pode entrar na refinaria pela portaria de serviços. “Eles são proibidos de entrar pela portaria social, que é a Sul. Só isso já mostra a discriminação que eles sofrem”, afirmou o diretor Felipe Grubba.

Em solidariedade aos companheiros, os trabalhadores próprios fizeram uma caminhada da portaria Sul até a Norte e entraram na refinaria junto com os terceirizados, passando pelas catracas do acesso de prestadores de serviço. “A gerência da Replan não admite petroleiros próprios e terceirizados juntos, mas vamos lutar para mudar isso. Hoje, mais do que nunca, temos que estar unidos”, concluiu o diretor Itamar Sanches.






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