sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A LÓGICA DOS PARASITAS

O mundo vive mais um período de crise, provocado pela “farra do boi” que se tornou o capitalismo internacional, que acha que pode continuar sua exploração sem fim. Enquanto a Europa vê naufragar seu projeto de unificação, com uma Grécia insolvente, Itália à beira do caos, Alemanha desconfiando da Inglaterra e França, não apenas econômica, mas militarmente, após o sucesso imperialista dos dois países na Líbia. O euro, expressão do sonho de um continente unido em torno de um ideal, passa pela sua maior prova. Os governos conservadores são cada vez mais questionados, a social-democracia perdeu completamente sua identidade e os partidos de esquerda não conseguem formular uma alternativa consistente. Sob o aspecto estritamente econômico, a maioria dos analistas concorda que falta à União Europeia um Tesouro único, um Banco Central que atue como mediador dos mercados, e regras clássicas do capitalismo.

Enquanto governantes europeus batem cabeça para descobrir como salvar o que restar da unificação, bancos agem como abutres, farejando mais uma carniça para seus lucros. “Chantageiam” governos para que o Estado interfira e injete recursos para salvar empresas e países falidos e, assim, diminuam os prejuízos do sistema financeiro internacional, e, ao mesmo tempo, clamam por reformas neoliberais e mais privatizações. Abutres que financiam a crise e se apropriam de suas mazelas para gerar ainda mais riquezas nas mãos de poucos.

Contra essa lógica parasitária, o movimento social tem que se erguer, exigindo uma nova ordem mundial, cujo pressuposto é o enterro do atual sistema.

Em 12 de outubro, ativistas sociais de todo o planeta saem às ruas no dia de ação global contra o capitalismo, data simbólica para manter acessa a chama das mudanças que cada vez se fazem mais necessárias.

No Fórum Social Mundial de 2011, em Dakar, foi aprovado por aclamação um manifesto dos movimentos sociais, que diz em um de seus trechos: “Lutamos contra as transnacionais porque sustentam o sistema capitalista, privatizam a vida, os serviços públicos, e os bens comuns, como a água, o ar, a terra, as sementes, e os recursos minerais... Exigimos a soberania dos povos na definição do modo de vida... Denunciamos os tratados neoliberais de livre comércio e exigimos a livre circulação de seres humanos. Seguimos nos mobilizando pelo cancelamento incondicional da dívida pública dos países do Sul. Denunciamos, nos países do Norte, a utilização da dívida pública para impor aos povos políticas injustas e antissociais...”.

As formas de exploração estão em crise, e cabe a quem combate essa exploração sair às ruas e lutar. Se ficarmos calados, assistindo, uma nova onda de exploração se abaterá sobre o planeta, para deleite dos parasitas do sistema financeiro internacional.

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