quinta-feira, 19 de março de 2009

Galvão e a sistemática

Certa vez, na correria de um fechamento, coloquei em um texto um "a" onde deveria ser um "há". O editor me chamou e, laconicamente, avisou que aquele erro era motivo para demissão. Tive de concordar, era um erro grotesco e não havia correria de fechamento que justificasse.

Durante a transmissão do jogo São Paulo e Defensores, do Uruguai, pela Copa Libertadores, o narrador Galvão Bueno tentou explicar uma alteração no time paulista dizendo que Murici havia efetuado uma "mexida na sistemática do jogo".

Tudo bem que linguagem escrita é diferente da oralidade, que pressupõe mais liberalidade com as regras gramaticais, que televisão não é exatamente um lugar para as pessoas adquirirem conhecimento, que Galvão Bueno não é professor Pasquale, mas, convenhamos, a quantidade de besteiras que narradores e comentaristas cometem é para chamar nossos incautos ouvidos de penico.

Pelo astronômico salário que esse locutor ganha, poderia, pelo menos, respeitar os teleouvintes e tentar falar menos besteiras. Ou continuar a falar as besteiras de sempre, mas com um português um pouco menos vergonhoso.

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