terça-feira, 22 de julho de 2008

Sindipetro-SP: Chapa 1 vence eleição com 83% dos votos

Terminou na manhã do sábado (19) a apuração dos votos para eleger a nova Diretoria do Unificado, do Daesp (Departamento de Aposentados) e do Conselho Fiscal. A Chapa 1 – Unidade Nacional, apoiada pela atual direção, pela FUP e pela CUT, obteve 83,1% dos votos válidos. Segundo o coordenador do Unificado, Itamar Sanches, “esse expressivo resultado demonstra a aprovação dos sindicalizados na atual gestão” (leia entrevista na página 4).
Pela primeira vez desde a unificação duas chapas concorreram ao pleito e a votação não deixa dúvida de que a categoria quer a continuação da política desenvolvida pela atual direção e pela FUP, de enfrentamento, negociação, mobilização constante da base e conquistas, denúncia dos abusos cometidos pelas chefias e gerências e busca da unidade nacional como forma de fortalecer a categoria.


Vamos continuar a política de mobilização e fortalecimento da unidade nacional
Diretor reeleito, Itamar Sanches, avalia os desafios da categoria para o próximo período
O coordenador do Sindipetro Unificado e diretor reeleito para a gestão 2008/11, Itamar Sanches, fala sobre as prioridades da nova gestão e os desafios da categoria para o próximo período.

Itamar, por que o cargo de coordenador e não de presidente, como é mais comum nos sindicatos?
No estatuto do Unificado, assim como o da FUP e de outros sindicatos de petroleiros, não consta a figura do presidente, mais do que um aspecto simbólico, queremos reforçar a idéia de que a direção de uma entidade classista é colegiada, isto é, é de responsabilidade de todos, dirigentes e sindicalizados. Hoje, o Itamar está como coordenador, mas outro companheiro(a) pode assumir; a coordenação é uma função dentro da estrutura do sindicato e não um cargo.

Pela primeira vez duas chapas concorreram. Qual é a sua avaliação sobre a expressiva votação da Chapa 1?
Creio que foram diversos fatores que fizeram a categoria votar e apoiar a chapa 1. Primeiro, a atual direção desenvolveu um trabalho sério e com resultados concretos tanto para a melhoria das condições de trabalho quanto à remuneração dos trabalhadores. Segundo, creio que a categoria soube entender que mesmo cometendo erros aqui e ali, essa é uma direção que não foge da luta e trata todas as questões com transparência, levando as decisões da base. Pesou também o conhecimento que a categoria tem dos dirigentes, sabe que são pessoas comprometidas com a luta e com a unidade nacional, mesmo nessa semana corrida que foi a da eleição, não deixamos de realizar atos e mobilizações definidos pelo calendário nacional da FUP. E destaco, ainda, o fato de a chapa 1 ter sido comporta por companheiros de todas as bases, enquanto a outra tinha basicamente representantes da Replan.

Não é estranho uma categoria que recebe acima da média nacional fazer greve por PLR?
A mídia vai bater nessa tecla para tentar desgastar o movimento, mas a situação é bem mais complexa. Primeiro, temos que parar de achar que PLR é um favor que a empresa faz, não é! É um direito do trabalhador, garantido por lei e vamos buscar o máximo que a lei permite. Historicamente, há distorções na PLR paga pela Petrobrás para os “peões” e para os gerentes, queremos rever essa matemática, assim como estabelecer uma nova metodologia de negociação. Hoje a empresa privilegia acionistas e gerências em detrimento da maioria dos trabalhadores e a greve é um instrumento legítimo para buscarmos corrigir essas distorções.

De certa forma, uma greve no início de agosto é uma antecipação da campanha salarial.
Não necessariamente, mas é claro que outras reivindicações históricas, como mais segurança e o apoio a reivindicações específicas de outras bases, como a dos companheiros da Bacia de Campos, permeiam as mobilizações, mas a campanha salarial será uma outra etapa de luta.

A diretoria que agora assume irá até 2011. Quais os principais desafios desse período?
Do ponto de vista nacional estaremos na passagem do governo Lula para um outro, que ainda não sabemos qual será. A Petrobrás cresceu e os trabalhadores foram valorizados no governo Lula e precisamos ter uma sólida base de organização para agüentar uma rebordosa, caso o governo volte para os neoliberais privatistas. Temos divergências com o governo Lula, mas temos espaço democrático para sentar na mesma mesa e negociar, o que nunca aconteceu em governos anteriores.
No aspecto da nossa base, essa diretoria vai procurar estruturar cada vez mais o Sindicato, encaminhar todas as demandas da categoria e incentivar a participação dos novos trabalhadores e a formação de novas lideranças.
Um outro ponto que já mereceu atenção destacada nesta gestão e continuará na próxima é em relação aos aposentados. Nesta gestão o Daesp se estruturou, tem um boletim mensal específico e está desenvolvendo diversas atividades. Vamos, também, dinamizar o Departamento Jurídico para que todo sindicalizado possa ter um atendimento cada vez melhor.
Por fim, mas não menos importante, vamos continuar lutando pela unidade nacional da categoria, que sempre foi o grande trunfo dos petroleiros. Vamos fortalecer a FUP e desenvolver campanhas nacionais pelo fim dos leilões do petróleo, por uma nova lei do petróleo, por mais segurança em todo o sistema Petrobrás, pela reincorporação da Transpetro entre muitas outras bandeiras de luta de nossa grande categoria.

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